PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Escadaria do plágio: a nova história por trás de Stairway to Heaven

Oh, it makes me wonder - a semelhança inegável entre a mais famosa música do Led Zeppelin e o som do Spirit... E o místico chalé onde tudo começou.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h00 - Publicado em 21 jun 2016, 15h15

Se contarmos todas as vezes que Stairway to Heaven tocou em rádios americanas, dá para preencher 44 anos seguidos de música. Lançada em 1971, a faixa é considerada uma das maiores canções de rock da história. O que ninguém imaginou é que, 45 anos depois, ela voltaria para assombrar o Led Zeppelin.

Robert Plant, vocalista, e Jimmy Page, guitarrista da banda, foram processados por plágio pela banda Spirit, que fez shows com o Led no final dos anos 60. O julgamento começou em maio e terminou em junho de 2016 e os depoimentos transformaram a história de origem da música.

A escada não nasce em Bron-Yr-Aur

Um chalé no alto de uma montanha no País de Gales entrou para a mitologia dos fãs de Led Zeppelin depois que a Plant e Page passaram semanas compondo seu terceiro álbum. Com o nome celta Bron-Yr-Aur, a casa e seu ambiente bucólico teriam inspirado uma mudança no som do Led. Sem eletricidade no chalé, eles tiveram que compor sem amplificadores, o que alterou o resultado.

Seria em Bron-Yr-Aur que a inspiração para a introdução e o primeiro verso de Stairway to Heaven teria aparecido para Page, que teria mostrado a música para Plant “literalmente, ao lado da lareira”, segundo o vocalista afirmou em entrevistas passadas. A canção teria sido, depois, complementada pelo resto da banda em estúdio.

O chalé foi comprado logo que eles foram embora e a filha do dono ainda mora lá – e recebe visitas de peregrinos do rock.

Isso até dia 15 de junho, quando tudo mudou. Quando Jimmy Page depôs no julgamento, ele afirmou que compôs as três partes da música sozinho. Só foi apresentá-la aos companheiros em  Headley Grange, um estúdio inglês famoso – e completamente convencional – na época. Nada de violão ao pé do fogo.

Continua após a publicidade

A polêmica
O fim do mito da Meca galesa do Led Zeppelin faz parte da tentativa do Spirit de provar que a introdução de Stairway to Heaven foi roubada da música Taurus, escrita 3 anos antes, em 1961.

A semelhança entre Stairway to Heaven e Taurus já era comentada nos jornais e pelo próprio Randy California, compositor e líder do Spirit, mas foi só em 2014, 17 anos depois da morte de Randy, que denúncia foi formalizada – porque a banda não tinha dinheiro para bancar o processo.

Do lado da acusação, está a fundação Randy Wolfe, nome verdadeiro do cantor, e o baixista Mark Andes. Se eles ganharem o processo, os ganhos futuros da música em royalties iria para os compositores.

Mas e aí, é plágio?

A opinião de um musicólogo no julgamento foi de que os acordes em si não têm nada de especial – a combinação já é usada há 300 anos na música – mas que, na progressão da introdução, as duas canções pulam a nota Mi e passam para uma nota Lá de uma forma “pouco usual”, falou o especialista Alexander Stewart.

Continua após a publicidade

 

 

Para os leigos, a semelhança entre as duas introduções é inegável. Veja por você mesmo:

Continua após a publicidade

 

 

Para vencer o processo, a acusação precisava provar para o júri que Jimmy Page e Robert Plant já haviam escutado Taurus antes de escrever Stairway to Heaven – o que não deu certo, apesar das bandas terem feito tours juntas no final dos anos 60.

Continua após a publicidade

O argumento da defesa nem tenta dizer que as músicas não são parecidas, e sim que a sequência de acordes é tão comum que Stairway to Heaven poderia ter sido inspirada em qualquer coisa – inclusive, segundo Jimmy Page, nesta música da Mary Poppins. Não dá para negar que criativo, ele é.

ATUALIZAÇÃO [23/06/2016]: O julgamento do caso terminou com uma vitória do Led Zeppelin. O jurí decidiu a favor de Plant e Page, que mantiveram os direitos autorais da canção. 

 

 

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.