Texto de Carlos Bighetti
Nem só de salsa e tango vive a música latino-americana. Nesse caldeirão de etnias, línguas, culturas e instrumentos, o processo de fusão é constante e subgêneros surgem sem parar. Conheça alguns dos ritmos que animam festas de rua e salões de dança no continente.
Cuba – Son
Mistura o violão espanhol com batidas de percussão. O son teve seu auge na era pré-Fidel Castro e é base de vários outros ritmos como a rumba, o mambo, o cha-cha-cha e a salsa.
Porto Rico – Bomba
Acredita-se que tenha origem puramente africana. O ritmo é dado por congas e a dança representa um duelo entre percussionista e dançarino, em que o objetivo é ser o mais rápido.
Rep. Dominicana – Merengue
Surge em meados do século 19. A base desse ritmo acelerado vem dos tambores e da güira. A dança, fácil de aprender, faz muito sucesso entre turistas.
Salsa
Fusão da música cubana, porto-riquenha, dominicana, jazz e R&B, “salsa” é, sobretudo, um nome comercial para este tipo de música.
México – Mariachi
Surgiu no estado de Jalisco, por volta de 1850 e varia de região para região. É popular em casamentos e serenatas. Violinos, trompetes, violão espanhol, viola e baixo formam a banda.
América Central – Punta
É uma releitura moderna de um ritmo africano chamado bunda. Chocalhos, tambores e até cascos de tartaruga ganham o reforço de instrumentos modernos. As letras falam de política, sociedade e economia.
Martinica – Zouk
Combina ritmos das Pequenas Antilhas, pop dos EUA e França, percussão africana e sons nativos. O zouk (“festa” em creole) lembra a lambada e sua dança chega a ser até mais sensual.
Países Andinos – Huayño
Romance, tristeza e alegria são cantados neste ritmo andino-peruano, de elementos pré-hispânicos (incas). Flautas, cordas e tambores animam os bailes.
Colômbia – Cumbia
Origens indígenas, espanhola e africana. As variações são mais populares que o estilo tradicional. Instrumentos de sopro, corda, percussão e acordeão são os mais usados. Os temas das canções vão de amor a pobreza.
Brasil – Samba
Do batuque improvisado na caixa de fósforos à “bateria pesada” de uma escola de samba na avenida. Cordas e percussão de ascendência africana fazem o som do ritmo-símbolo do Brasil.
Argentina – Tango
Nasce vulgar, em 1880, faz sucesso em Paris e só então é aceito em Buenos Aires. O som sofisticado mistura flauta, piano, violino e violão. Drama e sensuailidade marcam as coreografias.
Paraguai – Guarânia
Criada em 1925 por José Asunción Flores, pode ser cantada em espanhol, guarani ou jopará (mescla das línguas nacionais). As letras falam de nostalgia a heroísmo. Destaque para instrumentos sinfônicos e harpa.
Uruguai – Candombe
Chegou com os escravos de origem banto (Angola e Congo). Canta os lamentos e a nostalgia de uma gente que foi arrancada da terra natal. O som vem dos tambores, tocados pelas ruas da cidade.
Os instrumentos de percussão mais comuns na música latina
Bongos (ou bongôs)
Dois tambores pequenos juntos, geralmente tocados entre os joelhos.
Clave
Dois cilindros de madeira, golpeados um contra o outro. É o coração de ritmos como a salsa.
Conga
Pode ter três tamanhos: grande (tradicional), médio e pequeno (usado para batidas complicadas)
Maracas
Em geral, usa-se o par. Esse chocalho é usado para enriquecer a percussão de muitos ritmos.
Güiro (a)
Cabaça seca e oca, com estrias em um dos lados, sobre a qual se raspa uma vareta para obter o som.