Bruno Sassi
Almoço Nu – Versão Definitiva
William S. Burroughs, Ediouro, 342 páginas, R$ 39,90
O “versão definitiva” da capa não é apenas uma jogada de marketing. A edição reúne rascunhos, cartas do autor, versões alternativas e notas de tradução que são, de fato, muito pertinentes. Mas não tente entender quem está falando o que nem o que o sujeito que se injeta heroína tem a ver com a transa homossexual da página anterior. Curta cada frase do fluxo caótico de idéias de William Burroughs.
Frase: “Olho para minhas calças imundas, há meses não troco de roupa… Os dias passam voando, atados a uma seringa com um longo fio de sangue… Sou um espectro desbotado.”
Para quem não tem apego à moral ou ao pudor.
• Apesar de não ter começo, meio e fim,
• Almoço Nu foi transformado em filme em 1991. David Cronenberg fez a adaptação, com Peter Weller como um alter ego de Burroughs.
• Em 1951, Burroughs e a mulher, Joan Vollmer, estavam no México e, totalmente bêbados, brincavam de reproduzir a cena de Guilherme Tell – com um copo no lugar da maçã e um revólver em vez do arco-e-flecha. Deu errado, e o autor acabou matando a companheira.
• O escritor participou do filme Drugstore Cowboy, cunhou o termo “heavy metal”, fez um comercial da Nike e gravou com Kurt Cobain. Morreu em 1997. aos 83 anos.