O cinema depois de amanhã
Em Hollywood, se diz que Avatar vai ter o mesmo impacto que Star Wars causou em 1977. Ou seja: mudar de vez a forma como vemos um filme
Texto Enrique Tordesilhas
A origem
Em 1997, o diretor James Cameron fez de seu Titanic a maior bilheteria mundial de todos os tempos. Mas, de lá pra cá, Cameron não lançou nada. Ficou apenas preparando Avatar. O projeto era tão ambicioso que não havia como fazê-lo na época. Foi então que o cineasta decidiu que ia desenvolver a tecnologia. Segundo declarações de Cameron, o filme terá 40% de cenas filmadas com atores e 60% delas geradas por computador.
A história
O planeta Pandora é inabitável para humanos, mas os terráqueos conseguem ir até lá através de projeções chamadas Avatares. Lá, eles convivem com a raça humanoide Na’vi. O protagonista é o veterano de guerra paraplégico Jake.
O poder do 3D
Para conseguir filmar Avatar, Cameron desenvolveu uma câmera com a Pace, uma das empresas que estão liderando a tecnologia de audiovisual em 3D. Mais leve e barata que suas antecessoras, a Fusion vem se tornando uma peça fundamental da popularização do 3D. Afinal, pelo visto, a onda veio pra ficar. O próprio Cameron diz que não quer mais filmar em 2D. Seu próximo filme, Battle Angel, previsto para 2011, vai usar a mesma tecnologia. Há vários outros projetos em andamento, incluindo a série Tintim, de Spielberg e Peter Jackson. Para os estúdios, as vantagens financeiras são claras. Filmar em 3D aumenta os custos em 15%, mas a rentabilidade do filme cresce bem mais.
Ciências humanas
A pesquisa em ciências humanas para construir a cultura Na’vi foi profunda, com participação de antropólogos e sociólogos. A trilha Na’vi foi composta por uma etnomusicóloga, que imaginou o que um povo alienígena ouviria.
O game
É alta a expectativa para James Cameron’s Avatar: The Game. O jogo foi criado com a mesma tecnologia visual do filme. Inclusive o 3D, que só será liberado se os jogadores tiverem equipamento audiovisual adequado para reproduzi-lo em casa.
O efeito Twitter
Sabe a mania de sair do cinema, ligar o celular e escrever no Twitter “Vi o filme tal e gostei / não gostei”? Pois é: os estúdios já perceberam que muitos tweets negativos na noite de sexta, dia mundial de estreias de filmes, afetam o resultado das bilheterias no fim de semana. Antes do Twitter, as bombas conseguiam atravessar o primeiro fim de semana estáveis. Ao criar o Avatar Day, em que um trecho do filme foi exibido de graça em diversas cidades, Cameron tentou se aproveitar do efeito Twitter ainda na fase de divulgação. De olho dos tweets positivos, gerou um boca-a-boca meses antes de o filme estrear.