Ana Prado, Mariane Morisawa e Fernanda Catania
1. O carnaval de Gatsby
O Grande Gatsby, adaptação do romance de F. Scott Fitzgerald, retrata os exageros da elite nova-iorquina de 1920 na visão do narrador Nick Carraway (Tobey Maguire), que, em busca do sonho americano, se envolve com o milionário Gatsby (Leonardo DiCaprio). Essa versão capta o glamour da época exagerando na purpurina e na espuma de champagne. O ritmo é tão frenético que, às vezes, fica difícil absorver todos os detalhes da superprodução. O respiro, ufa, acontece nas cenas de amor entre Gatsby e Daisy. E uma dica: repare na trilha sonora – Jay-Z, Beyoncé e Jack White, tudo em ritmo de jazz do comecinho do século 20.
O Grande Gatsby (3D), 7 de junho nos cinemas.
2. Mi cosa, su cosa
Quando viajou para Trinidad, o antropólogo Daniel Miller conheceu ocupantes de um acampamento de sem-teto que não tinha acesso a água nem eletricidade. No entanto, as mulheres tinham até 20 pares de sapatos e uma das atividades favoritas era promover desfiles de moda. Naquela sociedade, a pessoa era definida pela vestimenta e, para ter acesso a ela, ninguém se envergonhava de mendigar ou roubar. Na Índia, é o sári que define o status e o papel da mulher indiana. Na Jamaica, o celular é o centro das relações sociais. Com exemplos como esses, o autor defende que deixemos de lado a ideia de que dar valor a coisas materiais seja algo superficial e incentiva que pensemos não só no significado que nós damos aos “trecos, troços e coisas”, mas também na forma como eles nos definem.
Trecos, troços e coisas – Estudos antropológicos sobre a cultura material, Daniel Miller, Zahar, 248 páginas, R$ 45
3. Criatura…
Incompreendida, perdida e derrotada, Maria Antonieta saiu deste mundo antes da hora. Rainha da França, foi condenada à guilhotina por alta traição na Revolução Francesa e teve sua vida contada em inúmeras biografias. Mas nenhuma é igual à de Stefan Zweig, do início dos anos 30. O biógrafo escreve com uma pitada psicanalítica (ele era amigo de Freud). Essa visão é útil ao tratar do fracasso sexual de Luis 16 nos sete (!) anos de casamento com Maria Antonieta: enquanto isso fazia dele um sujeito inseguro, causava nela um descontentamento eterno, o que explicaria em parte sua fama de fútil e perseguidora incessante de entretenimento. Está explicado.
Maria Antonieta – Retrato de uma mulher comum, Stefan Zweig, Zahar, 504 páginas, R$ 60
4. …E criador
Incompreendido, perdido e derrotado, Stefan Zweig saiu deste mundo antes da hora. Celebridade em sua época, Zweig era tão interessante quanto seus biografados e se refugiou dos nazistas no Brasil. Judeu, deprimido com os horrores da 2a Guerra, suicidou-se com a mulher em Petrópolis (RJ) em 1942. Morreram abraçados. “Não poderia reconstruir a minha vida agora que meu lar espiritual, a Europa, está destruído. São necessárias forças incomuns para começar tudo de novo”, escreveu em seu bilhete de suicídio.
Morte no paraíso – A tragédia de Stefan Zweig, Alberto Dines, Rocco, 736 páginas, R$ 70
5. Vídeo atômico
Nesta animação de pouco mais de um minuto, um menino brinca com uma bolinha e depois pula num trampolim. Nada demais, certo? Errado. Este é o primeiro filme feito apenas com átomos: cada um dos pontos que forma o menininho é um só átomo, aumentado 100 milhões de vezes. Para que serve? Para nada, mas é legal demais:
O filme: migre.me/ezFEj
Como ele foi feito: migre.me/ezFII
6. Onde está você?
Este jogo viciante escolhe aleatoria-mente uma localização no Google Street View e pede que você a localize num mapa. Pode ser em qualquer lugar do mundo, mas quanto mais perto você chutar, mais pontos ganha. Você nunca mais vai conseguir trabalhar.
7. Vilão dos bons
Mais do que o herói, o que faz um bom filme de ação é um bom vilão. E Além da Escuridão – Star Trek, de J.J. Abrams, está bem nesse quesito, com o inglês Benedict Cumberbatch, da série Sherlock, no papel do enigmático John Harrison. Ele comete atos terroristas que ameaçam o equilíbrio das galáxias e se infiltra na Enterprise. Spock e sua turma terão de requebrar para derrotá-lo. Quer saber mais? Leia na página 32.
Além da Escuridão – Star Trek, 14 de junho nos cinemas