O menino que coleciona aprovações em vestibulares desde os 12 anos
Conheça Caio Temponi, que acaba de passar pela segunda vez num vestibular de Medicina, aos 14 anos, e faz parte de sociedades para mentes privilegiadas.
Ano passado, Caio Temponi ficou em primeiro lugar no exame da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), em Barbacena, Minas Gerais. Seu desempenho foi impressionante: acertou todas as questões. Mas ele não vai se tornar aviador. Porque ele tinha 12 anos na ocasião do exame.
Aos 13, ficou em primeiro lugar no vestibular de Direito da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e também em primeiro em Administração na Universidade Estadual do Ceará. Foi ainda com 13 anos que Caio foi aprovado pela primeira vez em Medicina, pela Universidade de Fortaleza. Agora, que completou 14, ele repetiu a dose: passou de novo em Medicina, pela mesma faculdade.
“Sempre fui estimulado, desde pequeno, pelos meus pais, a estudar e a prestar concursos”, diz o adolescente. “Isso me deixou muito confiante e preparado para fazer essas provas.”
E não é só prestando vestibular que ele se diverte. Em maio, foi Medalha de Ouro na 28ª Olimpíada Internacional de Matemática, na categoria até 13 anos. Único brasileiro a conseguir o feito, ele disputava com adolescentes de outros 12 países e alcançou a maior nota do exame, 44 pontos, enquanto os segundos colocados ficaram com 34.
Já deu para sacar que Caio Temponi é um gênio. Tanto que ele é membro de duas sociedades para inteligências superdotadas: a Intertel, que só aceita pessoas com QI superior ao de 99% da população, e da Mensa, que é um pouco mais tolerante: aceita os acima de 98%.
Mas esse menino de Três Rios, interior do Rio de Janeiro (e que hoje mora em Fortaleza graças a uma bolsa de estudos que inclui moradia para os pais), não deixa o cérebro sem exercícios. Sua rotina é pesada.
Ele acorda às 7h30, e às 8h já começa a estudar. Primeiro revisa os conteúdos que aprendeu e vê vídeos de matérias com as quais está tendo seu primeiro contato. Temponi pulou quatro séries na escola e já vai concluir o Ensino Médio aos 14 anos. Então há determinados conteúdos que ele não viu. Até as 13h, o garoto também faz exercícios sobre os temas estudados. E é nesse horário que vai para o colégio… onde fica até as 22h. É, ninguém disse que seria fácil.
“Nas terças e quintas tenho aula de inglês às 8h. Aos sábados e domingos, descanso, isso quando não tenho simulados na escola”, conta. Sim, ele descansa também. Afinal, ninguém é de ferro. Não que os estudos sejam um sacrifício para ele: “Uma das minhas paixões sempre foi estudar, pois sei que é o meu futuro, faço com muito prazer”.
Temponi também pratica técnicas de memorização criadas pelo dr. Fabiano de Abreu Agrela, PostDoc em Neurociências, doutor e mestre em Ciências da Saúde, que assessora o menino em seus estudos. “O Caio vai ser o melhor profissional no ramo que ele escolher”, diz Fabiano. “Às vezes vejo jovens com alto QI que não desenvolvem seu potencial. Com o Caio não vai ser assim. Quero que ele seja uma inspiração para que crianças e jovens queiram estudar mais. Há uma diminuição comprovada da inteligência no Brasil. E uma das soluções é promover a cultura da leitura, do estudo.”
E o que Caio, torcedor do Flamengo, vai ser quando crescer? “No momento, penso em dois cursos: Direito, para ser juiz federal, ou Medicina. Acho as duas profissões muito bonitas, ambas podem ajudar as pessoas. Juiz, para aplicar as leis de forma correta, o médico, para salvar vidas.”