O que são os arabescos?
Suas formas são quase sempre abstratas, com raríssimas exceções figurativas (geralmente flores, frutas e plantas entrelaçadas).
Leandro Sarmatz
O termo surgiu na língua italiana, durante o século XVII, com o significado “à moda árabe”, para se referir a algo bem mais antigo – aqueles intrincados desenhos com padronagens geométricas vistos tradicionalmente em tapetes persas e na arquitetura dos países muçulmanos. Suas formas são quase sempre abstratas, com raríssimas exceções figurativas (geralmente flores, frutas e plantas entrelaçadas). Isso porque – apesar de ter se originado com os artesãos helênicos da Ásia Menor, em torno do século III a.C. – esse estilo decorativo foi adaptado e consagrado pelos artistas árabes que o adotaram a partir do século XI d.C. O motivo dessa restrição é essencialmente religioso, obedecendo à lei islâmica que proíbe qualquer representação da figura do homem e de outros animais como idolatria, um pecado gravíssimo. “Segundo o Alcorão, somente Alá tem o poder de dar forma aos seres vivos.
Daí vem a condenação muçulmana da arte figurativa”, afirma Aida Ramezá Hanania, professora de Cultura Árabe na USP e autora do livro A Caligrafia Árabe. Os arabescos não apenas tornaram-se uma das marcas registradas da ocupação da Península Ibérica pelos mouros, entre os séculos VIII e XV, como tiveram, mais tarde, forte influência em estilos artísticos europeus como o barroco e o art nouveau.
A cúpula dourada da mesquita Masjid-e Sheikh Lotfollah, em Isfahan, no Irã: um show de arabescos