O ano é 1950. No ar, a Tupi-Difusora, Canal 3. A televisão engatinha no Brasil, trombando em recursos escassos e defeitos constantes. Todos os programas são ao vivo. Entre um e outro, uma alucinada correria para desmontar e montar cenários. E durante esses longos períodos o que se vê na TV? O símbolo da emissora, um estático e sisudo índio, para irritação dos espectadores. Até que um funcionário, Mário Fanucchi, começa uma espécie de revolução, criando as primeiras vinhetas para os intervalos. Para começar, um simpático indiozinho, com um cocar de antenas de TV, toma o lugar do velho pele-vermelha. Depois, novos e mais charmosos letreiros para apresentar os programas. Os intervalos já não eram os mesmos. Olhando para a parafernália tecnológica que toma conta das emissoras hoje, esses detalhes parecem diminutos. Mas são eles que contam a história da TV no Brasil. Uma história que aquele mesmo Fanucchi das vinhetas relata, com muito bom humor, no livro Nossa Próxima Atração (Edusp, 224 páginas). Um ótimo programa.
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