Desde que todos os funcionários foram demitidos da fábrica de chocolate do senhor Wonka para que suas receitas não fossem roubadas, ninguém entende como ele consegue produzir as milhares de guloseimas que abastecem o mundo. Logo o mistério será decifrado: cinco bilhetes dourados vão dar aos ganhadores a chance de entrar na fábrica – e de ganhar um suprimento vitalício de chocolate.
Tão certo quanto o Natal e o show de Roberto Carlos, A Fantástica Fábrica de Chocolate era exibido todos os anos no tempo em que a “Sessão da Tarde” era deliciosamente previsível – sempre reapresentando Jerry Lewis, Os Trapalhões, Pássaro Azul, O Príncipe Valente… Vi umas dez vezes a cena em que Charlie, o único garoto pobre premiado, abre com cuidado o chocolate e encontra o bilhete dourado (por causa dela, um amigo me confessou que até hoje vive um suspense quando abre uma barra).
Como não sei se dez vezes é exagero de memória infantil, procurei descobrir quantas vezes o filme foi reprisado pela Globo. A emissora diz que não revela a informação por uma questão de “estratégia”. Tantos anos depois! Desliguei o telefone e fiquei pensando que estratégia mesmo tinha o senhor Wonka. Quem, senão ele, seria genial a ponto de recrutar os anões “opalompas”, que não entram em greve, trabalham felizes e sem salário, cantando: Um-pa, Lum-pa, Dum-pa, Di-du.