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Xógum não vai ter uma segunda temporada. E não: a série não foi cancelada.

Os produtores não querem ir além da história do livro original e estão contentes com o resultado da primeira – e única – temporada.

Por Leo Caparroz
14 abr 2024, 18h00

Pois é. Apesar da relativa popularidade e das boas avaliações que a série recebeu, ela muito provavelmente não será renovada. E, pelo menos dessa vez, a culpa não é da produtora por trás dela.

Xógum: A Gloriosa Saga do Japão é um drama histórico produzido pela FX Productions disponível nos streamings Disney+ e Star+. Com dez episódios, a série se passa no Japão feudal do século 17. Conta a história de John Blackthorne (Cosmo Jarvis), um inglês que naufraga em uma vila de pescadores e Yoshii Toranaga (Hiroyuki Sanada), um poderoso governante lutando contra seus inimigos políticos.

Ligando os dois está a habilidosa tradutora Toda Mariko (Anna Sawai), uma cristã devota tentando superar barreiras sociais, uma linhagem familiar em desgraça e um casamento abusivo para encontrar seu próprio propósito.

A série é inspirada em um livro do autor australiano James Clavell, lançado em 1975. A obra original dá um tapa fictício em eventos reais, baseando os personagens em figuras históricas que realmente existiram.

E é basicamente por isso que não veremos uma segunda temporada – pelo menos esse é o desejo dos criadores. Rachel Kondo e Justin Marks disseram que estão orgulhosos de como a série acabou e que não se sentiam confortáveis indo além do material original.

“Contamos a história do livro do começo ao fim, e esse sempre foi o plano. Então, honestamente, não sei se conseguiríamos fazer uma nova temporada”, afirma Marks à Collider.

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Mesmo com esse desejo de por um ponto final na história, Marks reconhece que isso pode decepcionar alguns dos fãs.

“A história vai até o final do livro e colocamos um ponto final nela. Amamos como o livro termina; foi uma das razões pelas quais nós dois decidimos fazer isso – e terminamos exatamente nesse lugar. Já senti isso no passado com programas como esse – você constrói uma fábrica inteira, e ela produz apenas dez carros e fecha a loja. É frustrante”, disse Marks ao The Hollywood Reporter.

Muitos dos elogios de Xógum são consequência do trabalho árduo não só da dupla, mas de vários consultores culturais e dos próprios atores. Em uma entrevista à Super no começo do ano, os produtores admitiram terem uma legião como equipe, garantindo um retrato mais verdadeiro possível do Japão:

“Você tem uma enorme responsabilidade em tentar contar uma história que seja o mais fiel possível ao espírito da cultura japonesa”, afirma Kondo. “ Foi realmente um exército de artistas, pesquisadores, historiadores, especialistas em movimento e cabelo, maquiagem, figurino. Tínhamos pessoas com conhecimentos especializados basicamente para cada momento que você vê no programa.”

Por não se tratar de sua própria cultura, os dois tiveram uma dose extra de cuidado. O roteiro, por exemplo, foi escrito em inglês, por americanos – segundo Kondo, por mais que ela e outros roteiristas fossem americanos com ascendência japonesa, é algo bem diferente de ter um japonês nativo ajudando. Depois, o script era enviado para Tóquio e traduzido.

Essa versão era modificada por um dramaturgo japonês, que adaptava a tradução para a linguagem de época. Por fim, os produtores Eriko Miyagawa e Hiroyuki Sanada (que também é protagonista da série), revisavam as falas e davam seus pitacos sobre o que seria melhor e mais apropriado.

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Esse é só um exemplo dos esforços que a equipe de Xógum empreendeu para elaborar a série. Um dos produtores chegou a escrever uma espécie de guia cultural de quase 900 páginas – o livro em que Xógum é inspirado, para comparar, tem cerca de 1300.

O anúncio oficial de que a série estava sendo produzida veio em 2013. Onze anos depois, a dupla de criadores agora está concentrada em outra parte caótica de suas vidas: seus filhos. O casal voltou para Maui, no Havaí, onde Kondo nasceu, para se recuperar dos efeitos da longa e exaustiva produção cuidando de galinhas com as crianças.

“Quando começamos tínhamos 30 anos; não tínhamos filhos, éramos jovens, vibrantes – toda a nossa vida pela frente”, diz Kondo. “Parece algo que não pode ser feito novamente. Talvez seja porque demos basicamente tudo o que tínhamos e leva algum tempo para se recuperar.”

“Custou cada parte da nossa alma, e o elenco também se entregou. Tínhamos um livro maravilhoso que foi elaborado por um mestre e não teríamos esse luxo seguindo em frente”, afirma Marks.

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