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A incrível odisseia de Ernest Shackleton na Antártida

Os 27 homens sob o comando de Ernest Shackleton queriam ser os primeiros a atravessar a Antártida a pé. Não alcançaram seu objetivo, mas o comandante conseguiu fazer com que enfrentassem dois invernos no gelo sem nenhuma baixa.

Texto: Tatiana Wittmann e Ana Paula Severiano
Design: Andy Faria | Imagens: James Francis Hurley

E

sta é a história de um fracasso que se transformou em triunfo. Irlandês Ernest Shackleton tinha tudo para morrer no anonimato, como muitos homens de sua época que se lançaram ao desafio de romper com os limites conhecidos da Terra. Seu pai era um médico inglês respeitado, mas Ernest rejeitou seus passos e resolveu entrar para a marinha mercante britânica.

Em agosto de 1914, a Expedição Imperial Transatlântica deixou a Inglaterra com um objetivo: realizar a inédita travessia a pé do continente antártico. O que era para ser uma grande expedição se tornou uma batalha pela vida. O barco afundou, ficou sem comunicação e sem comida, o frio era extremo – mas o final foi feliz. Durante 22 meses, o comandante Ernest Shackleton e seus 27 homens superaram tudo para voltar à civilização.

Shackleton já era um herói nacional, com direito ao título de sir (cavaleiro do Império Britânico), quando partiu a bordo do Endurance. Por duas vezes ele havia participado de expedições polares que pretendiam chegar ao Polo Sul. Em 1901, aos 28 anos, embarcou na Expedição Antártida Nacional, comandada pelo capitão Robert Falcon Scott. Na viagem, Shackleton chegou a 82º 17’ S, cerca de 850 quilômetros ao norte do polo, latitude nunca antes atingida pelo homem, porém a latitude 90° S permanecia intocada.

Apesar de não ter alcançado seu objetivo, passar fome, entrar em conflito com Scott e ter ficado doente (com escorbuto), o jovem oficial da Marinha Mercante tomou gosto pelos desafios das explorações polares. Voltou à Inglaterra para trabalhar como jornalista e secretário da Real Sociedade Escocesa de Geografia.

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Em 1907, depois de sete meses de preparação, Shackleton zarpou novamente rumo ao sul, agora no próprio navio: o Nimrod. Mais uma vez, a expedição fracassou e foi marcada por uma série de problemas. Sofrendo com queimaduras causadas pelo frio e a chamada cegueira das neves, o explorador e seus três acompanhantes tiveram de desistir de chegar ao Polo Sul no começo de 1909. Em seu diário, Shackleton deixou registrada a decisão: “9 de janeiro – nosso último dia para a frente. Fizemos o máximo de esforço e estamos na latitude 88º 23’ S”. Faltavam apenas 150 quilômetros.

<strong>Sir Ernest Shackleton concebeu e liderou a última grande expedição da Idade Heroica da Exploração da Antártida.</strong>
Sir Ernest Shackleton concebeu e liderou a última grande expedição da Idade Heroica da Exploração da Antártida. (Frank Hurley/Scott Polar Research Institute, University of Cambridge/Getty Images)

Com a chegada da expedição do norueguês Roald Amundsen ao Polo Sul em dezembro de 1911, Shackleton decidiu mudar de objetivo e se propôs a fazer a travessia a pé, de quase 3 mil quilômetros, entre a costa do mar de Weddell e o mar de Ross. Com a ajuda do governo britânico e de benfeitores importantes, Shackleton reuniu os recursos necessários e no dia 8 de agosto de 1914 partiu da Inglaterra para a aventura que passou a ser conhecida como uma das grandes histórias de superação humana do século 20. No entanto, sua saída foi eclipsada por uma notícia mais importante – a Alemanha declarara guerra à Rússia e um conflito de proporções mundiais parecia inevitável.

Ambição congelada

O primeiro anúncio de que aquela não seria uma expedição tranquila veio na última escala em terra firme. Na ilha Geórgia do Sul, no posto britânico de uma estação baleeira, o comandante recebeu a notícia de que as condições de navegação naquele ano estavam especialmente difíceis, pois o banco de gelo (banquisa) do mar de Weddell estendia-se muito mais ao norte do que jamais tinha sido registrado. A informação fez com que Shackleton optasse por ficar um mês esperando o tempo melhorar.

Em 5 de dezembro de 1914 o Endurance partiu para o sul, com 28 homens, 69 cães de trenó, dois porcos e um gato. Dois dias depois o navio atingiu a margem exterior do banco de gelo, que o comandante descreveu em seu diário como “um gigantesco e interminável quebra-cabeças criado pela natureza”. Seis semanas mais tarde, estava totalmente bloqueado. Os tripulantes tentaram quebrar o gelo no braço, com pés de cabra e picaretas, para criar um canal e voltar ao mar aberto.

A embarcação também parecia contribuir, aos olhos do fotógrafo James Francis Hurley, que anotou em seu diário: “Nós admiramos nosso navio pequeno e forte, que parece ter um prazer em si mesmo no combate ao nosso inimigo comum, quebrando os blocos em grande estilo”. Mas todos os meios falharam. Disfarçando seu desapontamento com a possibilidade cada vez maior de um novo fracasso, o comandante tentava animar a tripulação com partidas de futebol no gelo, jogos de cartas e xadrez, cuidados com os cães e sessões de música e canto. Marujos ou diplomados, ninguém escapava da faxina – eis uma das estratégias do líder para manter o grupo unido.

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<strong>O cozinheiro Charles Green preparando o jantar.</strong>
O cozinheiro Charles Green preparando o jantar. (Frank Hurley/Scott Polar Research Institute, University of Cambridge/Getty Images)

Viver naquelas condições não era nada fácil. As temperaturas caíram para 10ºC a 30ºC negativos e os homens foram impedidos de desembarcar. Os ventos fortes faziam com que o Endurance gemesse e sacudisse. “Na noite de 2 de setembro tive um dos maiores sobressaltos da minha vida. Estava deitado na cama quando o navio literalmente pulou no ar e depois caiu equilibrado na quilha”, escreveu o marinheiro William Bakewell.

Ainda assustados, os exploradores levantaram um acampamento improvisado na banquisa, a apenas 100 metros do casco avariado. Divididos em cinco finas tendas de linho, e vestidos só com roupas de lã, os homens passaram a primeira noite sob uma temperatura de 26ºC negativos. Havia apenas 18 sacos de dormir de pele, que foram sorteados entre os 28 tripulantes. No dia 27 de outubro, depois de nove meses preso no gelo, o navio não suportou a pressão e o convés começou a se partir.

Shackleton ordenou que a tripulação abandonasse a embarcação, que acabou afundando dois meses depois. “Tudo aconteceu depressa demais, nem tivemos tempo de nos lamentar”, registrou o geólogo James Wordie. Shackleton foi o último a deixar o navio, com o apoio de 3 hurras dos tripulantes, que o ajudaram a transportar as provisões e os três botes salva-vidas para cima dos trenós. A 500 metros do local onde houve o naufrágio, eles montaram seu acampamento. Para se proteger do frio, dormiam dentro de sacos de dormir forrados com peles de animais, em barracas. Com um pouco de madeira que havia restado da embarcação, puderam improvisar uma minicozinha.

Por duas vezes o grupo ensaiou iniciar uma marcha através do gelo para chegar à ilha mais próxima ou descobrir uma abertura para o mar. Mas a intenção de arrastar três barcos salva-vidas cheios de mantimentos, pesando pelo menos 1 tonelada cada um logo se mostrou impossível. Na primeira tentativa, eles andaram apenas 2,5 quilômetros antes de desistir e montar um novo posto, batizado de Acampamento Oceânico (o velho foi apelidado de Abandono).

<strong>O Endurance resistiu bravamente, até ser esmagado pelo gelo.</strong>
O Endurance resistiu bravamente, até ser esmagado pelo gelo. (Frank Hurley/Scott Polar Research Institute, University of Cambridge/Getty Images)

Em cada viagem entre um local e outro, objetos e alimentos que tinham ficado no primeiro alojamento eram recuperados. Foi numa dessas ocasiões que o fotógrafo Frank Hurley, que vinha registrando todos os momentos da viagem, resgatou os negativos das fotos. Junto com o comandante, escolheu os que pareciam estar em melhores condições. Ficou com 120 latas e jogou fora cerca de 400. Algumas das imagens recuperadas ilustram esta página.

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Com as roupas sempre molhadas, todos tiveram de se acostumar ao frio e a uma dieta no mínimo esquisita, à base de pinguins e focas. As barracas receberam pisos improvisados com madeiras resgatadas do navio e dos canis, mas mesmo assim os sacos de dormir muitas vezes ficavam nas poças d’água causadas pelo degelo. A caça diminuiu e os cães tiveram de ser sacrificados.

Longe da terra firme

No dia 23 de dezembro de 1915, depois de dois meses vivendo no gelo, a tripulação voltou a desmontar acampamento para tentar alcançar, pela segunda vez, um lugar mais seguro. O grupo marchou com dificuldade durante uma semana, mas só avançou 12 quilômetros. Não restava alternativa senão ficar à mercê do movimento da banquisa e esperar a fragmentação do gelo para lançar os barcos ao mar. E, apesar da torcida no novo Acampamento Paciência para que a banquisa os levasse em direção a alguma ilha, em março de 1916 o grupo passou muito a leste da terra firme.

Para quem conhece a região, como o biólogo e pesquisador Carlos Alejandro Echeverria, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, esses 28 homens terem sobrevivido acampados numa banquisa de gelo é surpreendente. “Na área onde eles ficaram a temperatura não passa de zero grau no auge do verão e o vento de até 160 km/h provoca sensações térmicas de até 40ºC negativos”, conta Echeverria, que já passou 16 meses na antiga Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz, instalada na ilha Rei George, no arquipélago de Shetlands do Sul.

Hoje, a realidade é bem diferente da que Shackleton e seus companheiros viveram há 100 anos. Há mais de 40 estações de pesquisa na Antártida. O tráfego de navios é grande. Na ilha Rei George, é possível chegar de navio, avião ou helicóptero. E só pela Estação Antártica Brasileira passam 120 pessoas por ano (no máximo 50 ao mesmo tempo). “Temos acesso à internet 24 horas por dia, geradores, telefone público e até um posto de correio”, explica o pesquisador. “Sem contar que nossas roupas são bem mais quentes do que as disponíveis no início do século passado. As botas, hoje, são de couro com sola de borracha e possuem um forro especial de lã e fibra de vidro que as torna impermeáveis. E as roupas são feitas de um tipo de pele e lã que, mesmo molhada, esquenta.”

<strong>“Preferia matar a tiros muitos homens que conheço a sacrificar o pior daqueles cães.” – Frank Wild, segundo no comando, sobre a necessidade de comer os cachorros da tripulação para sobreviver.</strong>
“Preferia matar a tiros muitos homens que conheço a sacrificar o pior daqueles cães.” – Frank Wild, segundo no comando, sobre a necessidade de comer os cachorros da tripulação para sobreviver. (Frank Hurley/Scott Polar Research Institute, University of Cambridge/Getty Images)

Mas foi sem comunicação, suportando temperaturas tão baixas, que era possível escutar a água congelando e se alimentando muito mal que o comandante Shackleton e seus 27 tripulantes sobreviveram durante cinco meses acampados no gelo. Com pouco calor e a comida rareando, a situação ficou mais tensa. Até janeiro, 27 cachorros tinham sido mortos e transformados em guisado para aplacar a fome. Os náufragos ainda esperaram cerca de 4 meses até que a banquisa começasse a ficar fina o suficiente para representar uma ameaça.

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Até que no dia 31 de março de 1916 uma rachadura na banquisa trouxe esperança para o grupo. Tinham que partir. Devoraram o último cachorro e se desfizeram de seus pertences. Para dar o exemplo, Ernest jogou fora seu relógio de ouro e a Bíblia que carregava e disse: “O navio e as provisões se foram, então agora nós vamos para casa”.

<strong>O fotógrafo Frank Hurley e Shackleton sobre a banquisa a qual ficaram por 165 dias depois de o Endurance naufragar.</strong>
O fotógrafo Frank Hurley e Shackleton sobre a banquisa a qual ficaram por 165 dias depois de o Endurance naufragar. (Frank Hurley/Scott Polar Research Institute, University of Cambridge/Getty Images)

Uma semana depois os três barcos salva-vidas – James Caird, Dudley Docker e Stancomb Wills – foram lançados ao mar. “O gelo estava endiabrado. Era uma corrida louca mantê-los nos trechos de mar aberto… Muitas vezes escapamos por pouco de ser esmagados quando as massas maiores de gelo colidiam umas com as outras”, escreveu Bakewell em seu diário. Mal sabia ele que muitos desafios e provações ainda estavam por vir.

Divididos nos pequenos barcos a remo, eles suportaram sete dias de viagem até alcançar a ilha Elephant. Era 15 de abril e fazia 497 dias que todos estavam à deriva. A água salgada gelada, cuja temperatura gira entre 2ºC e 5ºC, e o cansaço da viagem fizeram estragos. Grande parte dos homens desmaiou, o sal provocou assaduras, a sede inchou as línguas e o frio causou queimaduras por todo o corpo.

Travessia arriscada

Só que a ilha estava longe de ser um paraíso. Oferecia pouca proteção do mar aberto e, como já era do conhecimento de todos, estava completamente fora das rotas dos baleeiros. Os ventos impediam a montagem das barracas e os barcos salva-vidas tiveram de ser colocados em terra para ser usados como abrigo. Diante desse cenário, Shackleton decidiu partir, em 24 de Abril, com outros cinco homens, a bordo do James Caird. O objetivo: chegar à estação baleeira da Geórgia do Sul, de onde haviam zarpado um ano e quatro meses antes.

“Eles sabiam que aquele trecho de 1300 quilômetros pelo Atlântico Sul era, e ainda é, um dos piores mares do planeta. E que as chances de sobreviver àquela travessia, no inverno, com um barquinho de 7 metros, todo aberto, eram mínimas”, admira-se Echeverria. No trajeto, os seis aventureiros enfrentaram ondas de 20 metros de altura e ventos de 130 km/h. Na ilha, ficaram 22 homens, divididos entre a esperança de resgate e a incerteza de quando ele viria.

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O James Caird ficou 17 dias no mar – dez dos quais em meio a vendavais, tempestades e furacões. Guiado por um sextante pouco confiável e pela sensibilidade do navegador Frank Worsley, o grupo chegou à baía King Haakon, na ilha Geórgia do Sul, em 10 de maio. Anos mais tarde, Shackleton ainda mostrava uma cicatriz na mão esquerda causada por queimaduras e bolhas naquela viagem. Só que o desembarque não foi exatamente tranquilo.

Em vez de chegar a uma área habitada, os exploradores aportaram num lugar remoto, abandonado (na verdade, estavam a 240 quilômetros por mar das estações baleeiras mais próximas). Shackleton decidiu que ele e outros dois tripulantes atravessariam as montanhas cobertas de gelo para buscar socorro. Sem nenhum equipamento de segurança, levaram 36 horas para chegar à civilização. O capataz da estação mal acreditou na história que aqueles homens de aparência horrível contaram.

<strong>Shackleton parte com o bote James Caird em busca de ajuda. Hoje, o valente bote, repousa no Colégio de Dulwich, sua antiga escola.</strong>
Shackleton parte com o bote James Caird em busca de ajuda. Hoje, o valente bote, repousa no Colégio de Dulwich, sua antiga escola. (Frank Hurley/Scott Polar Research Institute, University of Cambridge/Getty Images)

A felicidade de estar a salvo, porém, não era maior do que a necessidade de resgatar os que tinham ficado para trás. Depois de tomar banho, fazer a barba, vestir roupas limpas e se alimentar, Worsley embarcou para buscar os três que aguardavam do lado desabitado. Enquanto isso, Shackleton negociava o resgate da turma que permaneceu na ilha Elephant. Só que os problemas estavam longe de terminar. Por causa da Primeira Guerra Mundial, havia poucos navios disponíveis para executar tal tarefa.

Enquanto isso, na ilha Elephant, Frank Wild seguiu os ensinamentos do comandante Shackleton e manteve os 21 homens que haviam ficado sob seu comando em perfeito estado de saúde física e mental. Para afastar a depressão e manter acesa a esperança de rever os companheiros, Wild promovia leituras e cantorias. Para comer, o bom e velho cardápio de foca e pinguim (além do pouco que havia restado do Endurance).

Mais de quatro meses tinham se passado desde que os seis navegantes partiram no pequeno James Caird. Entre os que ficaram, o ânimo e a esperança eram os mais baixos possíveis. O grupo menor, na Geórgia do Sul, ignorava as condições do grupo maior – que, por sua vez, não sabia sequer se os companheiros tinham conseguido chegar a algum lugar. Mentalmente avariados, preparavam mais uma refeição de foca e pinguim numa cabana improvisada quando viram um navio Yelcho e acenderam uma fogueira para chamar a atenção.

<strong>Enfim, o resgate da tripulação.</strong>
Enfim, o resgate da tripulação. (Frank Hurley/Scott Polar Research Institute, University of Cambridge/Getty Images)

Era dia 30 de agosto de 1916, Worsley e Shackleton estavam juntos no convés. Em terra, a tripulação comemorava e gritava a uma só voz: “Estamos todos bem!” Em pouco mais de uma hora, o grupo subiu a bordo. Shackleton pôde, finalmente, dar por encerrada aquela fracassada e inesquecível aventura. Em seu diário, o comandante desabafou: “Consegui. Maldito seja o Almirantado… Atravessamos o inferno, mas não perdi nenhum homem”.

Os homens de Shackleton

A bordo do Endurance foram 28 homens, entre amigos e conhecidos do comandante, além de marinheiros e oficiais recrutados por meio de um anúncio de jornal. Entre os 28, estava o fotógrafo James Francis Hurley, que fez as imagens que ilustram esta edição. É ele o responsável pela posteridade tão bem documentada da expedição.

<strong>O fotógrafo australiano Frank Hurley em ação – testemunha ocular da história.</strong>
O fotógrafo australiano Frank Hurley em ação – testemunha ocular da história. (Frank Hurley/Scott Polar Research Institute, University of Cambridge/Getty Images)

Havia ainda o carpinteiro Henry McNish, dono de uma gata, Sra. Chippy, que mais tarde se revelou um gato. George Marston, que já participara da viagem no Nimrod, era formado na Escola de Artes de Londres e tinha a melhor voz da turma. Thomas Orde-Lees foi contratado por ser o único com habilidades no esqui. E o engenheiro Louis Rickinson decidiu entrar para a expedição apesar de odiar o frio – chegou a sofrer um ataque cardíaco no último acampamento em que o grupo se alojou antes de ser salvo.

Na terceira vez, a morte

Ernest Shackleton nasceu em 15 de fevereiro de 1874 em Kilkea, Irlanda. Casou-se em 1904 com Emily Dorman, com quem teve três filhos. Fracassou nas três tentativas de chegar ao Polo Sul, mas é lembrado como um modelo de liderança, pois só retornou à Inglaterra depois de resgatar todos os tripulantes – inclusive a equipe que, incumbida de deixar suprimentos ao longo da travessia transatlântica, tinha ficado isolada no mar de Ross. Em terra, o comandante foi trabalhar para o Ministério da Guerra.

<strong>Lápide de Ernest Shackleton em Grytviken, na ilha Geórgia do Sul.</strong>
Lápide de Ernest Shackleton em Grytviken, na ilha Geórgia do Sul. (Wofratz / German Wikipedia/Domínio Público)

Depois dessa experiência como diplomata e de proferir várias palestras sobre a aventura do Endurance, Shackleton sofreu com o excesso de bebida e a falta de dinheiro. Foi quando decidiu quebrar a promessa de abandonar as expedições polares e partiu novamente rumo ao sul. Liderando sua terceira expedição para a Antártida, morreu de ataque cardíaco, aos 47 anos, na ilha Geórgia do Sul, em janeiro de 1922. A pedido da viúva, Emily, seu corpo foi enterrado no cemitério dos pescadores de baleia na própria ilha.

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