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1914

De um lado, franceses, britânicos e russos. Do outro, alemães, austro-húngaros e otomanos. Em comum, eles tinham exércitos gigantes e muita bala na agulha. Todos acreditavam em uma guerra rápida. Mas estavam redondamente enganados

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Atualizado em 31 out 2016, 18h21 - Publicado em 30 abr 2008, 22h00

Textos Eduardo Lima e reportagem Nina Weingrill

ERICH VON FALKENHAYN

Alçado a chefe do Estado-Maior alemão depois da Batalha do Marne, em setembro, não se importava com a morte de soldados, desde que os objetivos fossem alcançados. Mas entrou para a história por evitar o massacre de judeus na campanha da Palestina, em 1917.

JOHN FRENCH

Comandante da Força Expedicionária Britânica, French viveu uma situação embaraçosa na Batalha de Mons, em agosto de 1914: suas ordens para abandonar posições não foram respeitadas pelos soldados, que resistiram e frearam o avanço alemão.

Junho

28/6 – O arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono no Império Austro-Húngaro, é assassinado em Sarajevo, capital da Bósnia, pelo extremista sérvio Gavrilo Princip (integrante do grupo radical Mão Negra).

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Julho

28/7 – Em resposta ao atentado que matou Ferdinando, o Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia. A Rússia reage e mobiliza suas tropas. Nos dias seguintes, França e Alemanha também acionam seus exércitos. Começa a 1ª Guerra.

Agosto

4/8 – O Exército da Alemanha invade a Bélgica e avança em direção à França. No mesmo dia, os britânicos, aliados dos franceses, declaram guerra ao Império Alemão. Do outro lado do oceano Atlântico, os EUA declaram-se um país neutro.

14/8 – Começa a Batalha das Fronteiras (veja quadro abaixo). Os alemães querem chegar a Paris e os franceses tentam retomar os territórios de Alsácia e Lorena, perdidos para a Alemanha em 1871.

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17/8 – A Rússia invade a Prússia Oriental, uma das províncias mais importantes do Império Alemão. As forças de ocupação encontram pouca resistência, já que a maior parte do efetivo militar da Alemanha estava concentrada no front ocidental.

26/8 – Tem início a Batalha de Krasnik entre austro-húngaros e russos na província da Galícia (atual Polônia). A Rússia sofre sua primeira derrota na guerra. No mesmo dia, a milhares de quilômetros dali, o Japão declara guerra à Alemanha.

BATALHA DAS FRONTEIRAS

Quando: 14 a 24 de agosto.

Adversários: França e Grã-Bretanha x Império Alemão.

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Baixas: 1,32 milhão x 1,3 milhão.

Em 5 ofensivas simultâneas comandadas pelo general francês Joseph Joffre, tropas aliadas e alemãs se enfrentam pela primeira vez na 1a Guerra Mundial. A Alemanha vence.

BATALHA DE TANNENBERG

Quando: 23 de agosto a 2 de setembro.

Adversários: Rússia x Império Alemão.

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Baixas: 120 mil x 20 mil.

Tropas alemãs deslocam-se de trem até o front e impõem uma vitória arrasadora sobre a Rússia, que vê seu 2o Exército ser quase todo destruído.

Setembro

9/9 – Nova derrota das forças russas para o Exército alemão, desta vez na Batalha dos Lagos Masurian. Numa das mais impressionantes vitórias em sua história militar, a Alemanha varre os russos para fora de seu território.

14/9 – Os Aliados respondem à ofensiva alemã no Marne com um contra-ataque que ficaria conhecido como a Batalha do Aisne. Os dois lados se engajam na “corrida para o mar”, escavando trincheiras em direção ao norte.

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1ª BATALHA DO MARNE

Quando: 5 a 12 de setembro.

Adversários: França e Grã-Bretanha x Império Alemão.

Baixas: 263 mil x 250 mil.

O avanço alemão é barrado e surgem as primeiras trincheiras da guerra. A Alemanha abandona o plano que previa movimentos rápidos e a tomada de Paris em apenas 6 semanas.

Outubro

14/10 – Começa a primeira grande batalha da guerra, em Ypres, na Bélgica. Para impedir o avanço alemão, os belgas abrem as barragens do rio Yser, inundando o terreno inimigo e garantindo uma vitória decisiva para os Aliados.

28/10 – Com bombardeios pesados a portos russos estratégicos localizados no mar Negro, o Império Otomano entra na 1a Guerra Mundial ao lado da Alemanha e do Império Austro-Húngaro. Abre-se uma nova frente de batalha no conflito.

Dezembro

16/12 – Às 8 horas da manhã, navios de guerra alemães pegam a Marinha Real britânica de surpresa e bombardeiam as cidades portuárias de Hartlepool e Scarborough, no mar do Norte. Mais de 130 civis são mortos durante o ataque.

24/12 – Na noite de Natal, soldados alemães, franceses e britânicos deixam as trincheiras, à revelia de seus superiores, e se confraternizam na “terra de ninguém”. No dia seguinte, voltam a ser inimigos, como se nada tivesse acontecido.

BATALHA DAS FALKLANDS

Quando: 8 de dezembro.

Adversários: Grã-Bretanha x Império Alemão.

Baixas: 26 x 1 871.

Grã-Bretanha e Alemanha travam uma terrível batalha naval ao largo das ilhas Falklands (Malvinas), no Atlântico Sul. Os britânicos vencem, afundando 6 dos 8 navios alemães.

 

1915

A campanha militar que em poucos meses determinaria o fim da guerra acabou não acontecendo. E pior: com a entrada de Itália e Bulgária no conflito, as frentes de batalha se multiplicaram. Agora a luta prometia durar muito mais tempo do que os generais imaginavam.

MUSTAFÁ KEMAL ATATURK

Herói de guerra na Batalha de Gallipoli, o comandante otomano ficou famoso pelo cavalheirismo com que tratava os inimigos derrotados. Também liderou tropas no Cáucaso e na Palestina. Depois da guerra, tornou-se fundador da República da Turquia e seu primeiro presidente.

FERDINAND FOCH

Obcecado por táticas ofensivas que expunham suas tropas ao fogo inimigo, foi um dos comandantes franceses mais criticados. Nas duas batalhas que liderou em 1915, na região de Artois, não passou de um empate com os alemães – e perdeu 150 mil soldados.

Janeiro

19/1 – A Alemanha executa o primeiro ataque com dirigíveis à Inglaterra. Dois zepelins descarregam bombas sobre as cidades de Great Yarmouth e King’s Lynn, matando 4 pessoas.

Fevereiro

18/3 – Britânicos e franceses dão início a uma desastrosa operação naval no estreito de Dardanelos, controlado pelo Império Otomano. Dos 10 navios aliados, 3 são afundados e 2 ficam danificados.

2ª BATALHA DE MASURIAN

Quando: 7 a 22 de fevereiro.

Adversários: Império Russo x Império Alemão.

Baixas: 156 mil x no desconhecido.

Com um ataque-surpresa, tropas alemãs avançam 100 km em apenas uma semana. Mais de 100 mil russos são feitos prisioneiros e a derrota quase os coloca fora da guerra.

Março

18/3 – Britânicos e franceses dão início a uma desastrosa operação naval no estreito de Dardanelos, controlado pelo Império Otomano. Dos 10 navios aliados, 3 são afundados e 2 ficam danificados.

28/3 – A guerra faz sua primeira vítima de nacionalidade americana: Leon Thrasher. Ele era um dos 104 passageiros mortos no ataque do submarino alemão U-28 ao navio britânico Falaba, ao largo da costa da Inglaterra.

Abril

26/4 – Representantes do governo italiano concordam em entrar na guerra ao lado dos Aliados em troca de ajuda financeira e apoio na conquista de territórios do Império Austro-Húngaro.

25/4 – Britânicos desembarcam na península de Gallipoli, em território otomano. Objetivo: abrir o estreito de Dardanelos, para que navios aliados chegassem em segurança ao mar Negro.

2ª BATALHA DE YPRES

Quando: 22 de abril a 25 de maio.

Adversários: Bélgica, França, Grã-Bretanha, Canadá e Índia x Império Alemão.

Baixas: 70 mil x 35 mil.

A Alemanha usa pela primeira vez uma arma química no front ocidental: o gás cloro. Apesar do elevado número de mortos, feridos e desaparecidos, nenhum dos lados sai vitorioso.

Maio

7/5 – O navio de passageiros Lusitânia é afundado por um submarino alemão na costa da Irlanda. Entre as 1 201 vítimas do ataque figuram 128 americanos. O episódio abre uma crise diplomática entre EUA e Alemanha.

Junho

BATALHAS DE INZO

Quando: 23 de junho a 2 de dezembro.

Onde: vale do rio Isonzo, Itália.

Adversários: Itália x Império Austro-Húngaro.

Baixas: 126 mil x 87 mil.

Uma série de ofensivas italianas acaba em baixas impressionantes e empate técnico com os húngaros.

Julho

9/7 – As colônias alemãs no sudoeste da África (no território que hoje corresponde à Namíbia) se rendem ao general Louis Botha, comandante- em-chefe das forças da União Sul-Africana.

12/7 – Depois de 6 ataques consecutivos, todos frustrados, forças aliadas desistem de ocupar a colina de Achi Baba, uma posição estratégica na península de Gallipoli, em território otomano.

Setembro

19/9 – Começa a 2ª Batalha de Champagne, com 3 dias de intensa artilharia aliada. Tropas francesas e britânicas conquistam territórios ocupados pelos alemães, mas o custo é alto: mais de 140 mil baixas.

Outubro

11/10 – A Bulgária entra na guerra ao lado de Alemanha, Áustria-Hungria e Império Otomano. Pouco tempo depois, tropas búlgaras invadem a província sérvia da Macedônia.

Dezembro

28/12 – Os aliados começam a retirar suas tropas de Gallipoli amargando uma de suas maiores derrotas em toda a 1ª Guerra Mundial – mais de 140 mil baixas em 7 meses de operação na península.

 

1916

França, Grã-Bretanha, Rússia e Itália planejavam para o meio do ano uma ofensiva conjunta, que impedisse o movimento das tropas inimigas de um front para o outro. Mas a Alemanha atacou primeiro, em fevereiro, dando início à sangrenta Batalha de Verdun.

ALEKSEI BRUSILOV

O maior general da história da Rússia era um exímio estrategista. Suas táticas ofensivas, colocadas em prática na campanha de 1916 contra os austro-húngaros, revelaram-se devastadoras: o inimigo perdeu 1,5 milhão de soldados e 25 mil km2 de território.

ROBERT NIVELLE

Poucos militares tiveram uma ascensão tão vertiginosa durante a guerra quanto Nivelle. Começou como oficial de artilharia. No final de 1916, já era comandante. Defensor de táticas agressivas, foi um dos responsáveis pela brava resistência da França na Batalha de Verdun.

Fevereiro

21/2 – Começa a Batalha de Verdun, a mais longa e uma das mais violentas da 1a Guerra. Nos 10 meses de combate entre franceses e alemães, estima- se que cerca de 1 milhão de soldados tenham morrido.

Março

24/3 – O submarino alemão U-29 ataca por engano o Sussex, ferry-boat francês que transportava passageiros civis no canal da Mancha. Pelos menos 50 pessoas morrem – entre elas alguns cidadãos de nacionalidade americana.

BATALHAS DE INZO

Quando: 9 de março a 4 de novembro.

Adversários: Itália x Império Austro-Húngaro.

Baixas: números desconhecidos.

Nova série de batalhas entre forças italianas e austro-húngaras na fronteira entre os dois países. Desta vez, no entanto, a Itália obtém uma vitória decisiva sobre o inimigo.

Abril

19/4 – O presidente dos EUA, Woodrow Wilson, adverte publicamente o governo da Alemanha, exigindo que o país cesse os ataques de submarinos a navios mercantes e embarcações que transportam passageiros.

29/4 – Na Mesopotâmia, tropas do Exército britânico iniciam o avanço em direção à cidade de Bagdá, controlada pelo Império Otomano. Em Kut-el-Amara, no entanto, os soldados liderados pelo general Townshend se rendem aos inimigos turcos.

Maio

BATALHA DA JUTLÂNDIA

Quando: 31 de maio e 1o de junho.

Adversários: Grã-Bretanha x Império Alemão.

Baixas: 6 600 x 3 050.

Travada no mar do Norte, foi um dos maiores confrontos navais de todos os tempos. Não houve vencedores. A Marinha Real britânica perdeu 14 embarcações, enquanto a armada alemã teve11 navios afundados.

Junho

OFENSIVA BRUSILOV

Quando: 4 de junho a 20 de setembro.

Adversários: Rússia x Império Alemão.

Baixas: 500 mil x 1,32 milhão.

Com mais de 1,8 milhão de baixas, esta campanha militar na região da Galícia (atual Polônia) entraria para a história como uma das mais sanguinárias de todos os tempos.

Julho

1º/7 – Franceses, britânicos e alemães começam a se engalfinhar na Batalha do Somme, a mais sangrenta da guerra. As baixas, entre mortos e feridos, chegam a 1,2 milhão.

Agosto

27/8 – A Romênia entra na guerra ao lado dos Aliados, destacando 3 exércitos para lutar contra tropas austro-húngaras nos Cárpatos e na Transilvânia. Poucos dias depois, tropas alemãs, búlgaras e otomanas invadiriam seu território.

31/8 – Os alemães suspendem temporariamente as investidas de submarinos contra navios mercantes e de passageiros nas águas do Atlântico, temendo que novos ataques possam levar os EUA a declarar guerra.

BATALHA DE ROMANI

Quando: 3 a 5 de agosto.

Adversários: Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia x Império Otomano.

Baixas: 1 130 x 9 200.

Tropas otomanas fracassam ao atacar exércitos da Grã-Bretanha na península do Sinai. A vitória britânica mantém os inimigos afastados do estratégico canal de Suez.

Novembro

21/11 – Transformado em navio-hospital, o transatlântico Britannic – irmão mais novo do lendário Titanic – afunda perto da ilha grega de Kea, depois de chocar-se contra uma mina alemã. Pelo menos 30 tripulantes morrem no acidente.

28/11 – A Alemanha executa o primeiro bombardeio aéreo com aviões sobre a Grã-Bretanha. Seu objetivo: obrigar a Força Aérea britânica a retirar suas aeronaves do front ocidental e deslocá-las para a defesa de seu próprio território.

Dezembro

3/12 – O general Joseph Joffre é destituído do comando do Exército francês, em parte por causa do alto número de baixas ocorridas nas Batalhas de Verdun e do Somme. Em seu lugar assume o general Robert Nivelle (leia na pág. ao lado).

7/12 – O liberal David Lloyd George assume o cargo de primeiro-ministro no lugar de Herbert Asquith. Ao final da guerra, ele seria um dos responsáveis pela partilha do Oriente Médio entre os vencedores do conflito (leia mais na pág. 50).

23/12 – Na península do Sinai, tem início a Batalha de Magdhaba, mais um capítulo da campanha da Palestina protagonizada por britânicos e otomanos. Vitoriosa, a Grã-Bretanha abre caminho para a marcha rumo a Jerusalém.

 

1917

No início do ano, a Alemanha voltou a atacar navios mercantes com seus submarinos, na tentativa de estrangular economicamente a Grã-Bretanha. Enquanto isso, os Aliados insistiam nos ataques frontais contra as linhas de defesa inimigas na frente ocidental.

DOUGLAS HAIG

Comandante das forças britânicas na França durante a maior parte da guerra, foi o responsável pelas Batalhas do Somme, em 1916, e de Passchendaele, em 1917: carnificinas inúteis que custaram a vida de milhares de soldados. Ainda assim, saiu do conflito como herói nacional.

BARÃO VERMELHO

O alemão Manfred von Richthofen é considerado o maior ás da 1a Guerra. Ele obteve pelo menos 73 vitórias em batalhas aéreas. Morreu em combate no dia 21 de abril de 1918, atingido por uma bala inimiga enquanto voava.

Fevereiro

1º/2 – A Alemanha retoma a guerra irrestrita de submarinos e volta a atacar navios mercantes de nações aliadas e países neutros. Cinco embarcações brasileiras que rumavam para a Europa são afundadas por U-boats em 1917.

Março

11/3 – Tropas britânicas tomam a cidade de Bagdá, na Mesopotâmia. A invasão obriga o Império Otomano a retirar suas tropas da Pérsia e concentrá-las na defesa de outra localidade importante, Mosul.

15/3 – Em meio a revoltas populares e motins, o czar Nicolau 2o abdica do trono russo. O governo provisório constituído em seguida decide manter a Rússia na guerra. Mas os bolcheviques, cada vez mais perto do poder, querem o país fora do conflito.

Abril

6/4 – O presidente dos EUA, Woodrow Wilson, finalmente declara guerra ao Império Alemão, em resposta a novos ataques de submarinos contra navios mercantes americanos – 1 em fevereiro e outros 4 em março.

16/4 – Começa a 2ª Batalha do Aisne, entre tropas francesas e alemãs. A campanha seria desastrosa para o Exército da França e arruinaria a carreira de seu comandante, Robert Nivelle.

BATALHA DE ARRAS

Quando: 9 de abril a 16 de maio.

Adversários: Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Terra Nova x Império Alemão.

Baixas: 160 mil x 120 mil.

No ataque britânico às trincheiras alemãs perto da cidade de Arras, na França, aviões desempenham um papel importante, bombardeando e fotografando posições inimigas.

Junho

13/6 – Pelo menos 20 bombardeiros alemães modelo Gotha atacam a cidade de Londres em plena luz do dia, matando mais de 160 civis. Foi o maior ataque aéreo realizado contra a Grã-Bretanha em toda a 1a Guerra.

Julho

3/7 – A primeira leva de soldados americanos desembarca em território francês, cerca de 14 mil. Mas eles só veriam a frente de batalha em outubro, quando a 1ª Divisão de Infantaria seria enviada para as trincheiras de Nancy.

4/7 – No dia da independência dos EUA, tropas americanas fazem sua primeira aparição na França, marchando pelas ruas de Paris até o túmulo do marquês de Lafayette.

BATALHA DE PASSCHENDAELE

Quando: 31 de julho a 6 de novembro.

Adversários: Grã-Bretanha, França, Canadá, Austrália, N. Zelândia e África do Sul x Império Alemão.

Baixas: 509 mil x 348 mil.

Em pouco mais de 3 meses de combates, franceses, britânicos e alemães contabilizam 850 mil baixas: mais uma entre as maiores – e inúteis – carnificinas da guerra.

Outubro

25/10 – Os bolcheviques, liderados por Vladimir Lênin, derrubam o governo provisório na Rússia e assumem o poder. É a primeira revolução comunista vitoriosa da história, que daria origem à União Soviética alguns anos mais tarde.

31/10 – No front palestino, tropas britânicas lideradas pelo general Edmund Allenby rompem a linha defensiva otomana e tomam a cidade de Beersheba. É a 3a Batalha de Gaza, que abre o caminho para a conquista de Jerusalém.

BATALHA DE CAPORETTO

Quando: 24 de outubro a 19 de novembro.

Adversários: Itália x Império Alemão e Império Austro-Húngaro.

Baixas: 31 mil x 20 mil.

Forças alemãs e austro-húngaras aniquilam as linhas de defesa italianas na região de Caporetto, numa das campanhas militares mais bem-sucedidas de toda a guerra.

Novembro

BATALHA DE CAMBRAI

Quando: 20 de novembro a 6 de dezembro.

Adversários: Grã-Bretanha x Império Alemão.

Baixas: 44 mil x 45 mil.

Cerca de 475 tanques britânicos abrem um buraco nas trincheiras alemãs perto de Cambrai, provando que até as linhas defensivas mais fortificadas são vulneráveis ao avanço de blindados.

Dezembro

3/12 – O governo comunista da Rússia, representado por Leon Trótski, assina o armistício com a Alemanha. Com os russos fora da guerra, os alemães concentram suas tropas no front ocidental.

9/12 – O Exército britânico invade Jerusalém, colocando fim ao domínio otomano sobre a cidade sagrada para cristãos, muçulmanos e judeus. Em Londres e Roma, os sinos das igrejas anunciam a conquista histórica.

 

1918

Com a Rússia fora da guerra, os alemães reforçam suas tropas no front ocidental. Mas o desembarque de soldados americanos equilibra a balança. Em agosto, os Aliados dão início a uma contra-ofensiva que duraria aproximadamente 100 dias e levaria à vitória final.

Março

3/3 – Em Brest-Litovsk, o governo comunista da Rússia assina um tratado de paz com Alemanha, Áustria-Hungria e Império Otomano. Chegam ao fim os combates no front oriental da 1a Guerra.

21/3 – A Alemanha lança a primeira de 5 grandes ofensiva que pretendem encerrar a guerra antes que as tropas americanas cheguem às trincheiras do front ocidental (veja quadro acima). O avanço alemão só seria contido em junho.

OFENSIVA LUDENDORFF

Quando: 21 de março a 18 de julho.

Onde: norte da França e da Bélgica.

Adversários: Grã-Bretanha, França e EUA x Império Alemão.

Baixas: 851 mil x 688 mil.

Resultado: sem vencedores.

Junho

5/6 – Soldados alemães enviados do front oriental para o ocidental começam a desertar em grande número, abandonando os trens nos quais viajam. Enquanto isso, tropas americanas reforçam cada vez mais as trincheiras aliadas.

15/7 – Começa a 2ª Batalha do Marne, fase final da ofensiva alemã iniciada em março (veja quadro ao lado). Um contra-ataque de tropas francesas, com a ajuda de 85 mil soldados americanos, consegue bloquear o avanço inimigo.

2ª BATALHA DO MARNE

Quando: 15 de julho a 6 de agosto.

Onde: região do rio Marne, França.

Adversários: França, Grã-Bretanha e EUA x Império Alemão.

Baixas:125 mil x 168 mil.

Resultado: vitória aliada.

Agosto

8/8 – Um ataque aliado na região do Somme obriga os alemães a bater em retirada (veja quadro ao lado). É o início de uma bem-sucedida ofensiva em Amiens, liderada pelo comandante britânico Douglas Haig.

BATALHA DE AMIENS

Quando: 8 a 11 de agosto.

Onde: Amiens, França.

Adversários: Grã-Bretanha, França, Canadá, Austrália e EUA x Império Alemão.

Baixas: 22,2 mil x 74 mil.

Resultado: vitória aliada.

Setembro

12/9 – Forças americanas aniquilam as posições alemães na região de Saint Mihiel, em território francês ocupado. A operação conta com o apoio de aviões – o maior ataque aéreo de toda a guerra, conduzido pela Força Aérea dos EUA.

19/9 – Tropas britânicas lideradas por Edmund Allenby obtém uma vitória arrasadora sobre as forças otomanas na Batalha de Megiddo. Agora, toda a Palestina passa a ser controlada pela Grã-Bretanha.

26/9 – Forças aliadas finalmente rompem a Linha Hindenburg – uma série de fortificações alemãs que, desde 1915, se estendia por 160 quilômetros no nordeste da França. As derrotas da Alemanha no front ocidental já anunciam o fim da guerra.

26/9 – Tem início a Ofensiva Meuse-Argonne, na França (veja o quadro acima). Mais de 1,2 milhão de soldados dos EUA participam, contra 450 mil alemães. Foi a maior vitória da Força Expedicionária Americana em toda a guerra.

OFENSIVA MEUSE-ARGONNE

Quando: 26 de setembro a 11 de novembro.

Onde:floresta de Argonne, França.

Adversários: EUA x Império Alemão.

Baixas: 122 mil x 120,3 mil.

Resultado: vitória americana.

Outubro

24/10 – A Itália lança uma ofensiva devastadora contra o Exército austro-húngaro na decisiva Batalha de Vitório Vêneto (veja quadro abaixo). Com a vitória, a guerra praticamente chega ao fim no front italiano.

30/10 – A bordo do navio de guerra Agamêmnon, na ilha de Lemnos (Grécia), representantes do governo e do Império Otomano assinam o armistício. É o fim da participação otomana na 1ª Guerra Mundial.

BATALHA DE VITÓRIO VÊNETO

Quando: 24 de outubro a 3 de novembro.

Onde:Vitório Vêneto, Itália.

Adversários: Itália, Grã-Bretanha, França e EUA x Império Austro Húngaro.

Baixas: 31,8 mil x 135 mil.

Resultado: vitória aliada.

Novembro

3/11 – A cidade de Trieste finalmente cai nas mãos de tropas aliadas e o Império Austro-Húngaro também se vê obrigado a assinar um armistício. Agora, a Alemanha está sozinha contra França, Grã-Bretanha, Itália e EUA.

11/11 – Às 11 horas, no 11º dia do 11º mês de 1918, a Alemanha reconhece a derrota e assina um armistício com as forças aliadas. É o fim da 1ª Guerra Mundial, o conflito militar mais destrutivo e sanguinário já travado até então.

O PLACAR FINAL DA MATANÇA

Nos 4 anos de 1ª Guerra Mundial, quase 20 milhões de pessoas morreram.

Grã-Bretanha*

MILITARES MORTOS – 1,115 milhão

CIVIS MORTOS – 111 mil

TOTAL – 1,226 milhão

França

MILITARES MORTOS – 1,398 milhão

CIVIS MORTOS – 300 mil

TOTAL – 1,698 milhão

Rússia

MILITARES MORTOS – 1,811 milhão

CIVIS MORTOS – 1,5 milhão

TOTAL – 3,311 milhões

Itália

MILITARES MORTOS – 651 mil

CIVIS MORTOS – 589 mil

TOTAL – 1,24 milhão

EUA

MILITARES MORTOS – 116,7 mil

CIVIS MORTOS – 757

TOTAL – 17,475 mil

Outros países**

MILITARES MORTOS – 604,6 mil

CIVIS MORTOS – 1,177 milhão

TOTAL – 1,778 milhão

Império Alemão

MILITARES MORTOS – 2,37 milhões

CIVIS MORTOS – 426 mil

TOTAL – 2,796 milhões

Império Austro-Húngaro

MILITARES MORTOS – 1,1 milhão

CIVIS MORTOS – 467 mil

TOTAL – 1,567 milhão

Império Otomano

MILITARES MORTOS – 800 mil

CIVIS MORTOS – 4,2 milhões

TOTAL – 5 milhões

Bulgária

MILITARES MORTOS – 87,5 mil

CIVIS MORTOS – 100 mil

TOTAL – 87,5 mil

* Inclui África do Sul, Austrália, Canadá, Índia, Nova Zelândia e Terra Nova.

** Bélgica, Dinamarca, Grécia, Japão, Montenegro, Noruega Portugal, Romênia, Sérvia e Suécia.

 

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