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8 enigmas para uma ilha

Os maiores lostmaníacos do Brasil e do mundo falam dos grandes segredos da ilha e dão suas apostas para o fim de Lost

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h24 - Publicado em 11 mar 2011, 22h00

Texto Gisela Blanco, Juliana Tiraboschi e Leandro Narloch

1. O que é a ilha? – Mistério parcialmente solucionado.
Antes de tudo: ela é mesmo uma ilha? Ou seria um mundo mágico capaz de atravessar dimensões e universos paralelos? Uma das cenas mais espantosas em Lost é a de Ben girando a roda congelada no episódio final da 4ª temporada. A ação faz a ilha – ou aquilo que acreditamos ser uma ilha – mudar instantaneamente sua posição no Universo. “Acho que sim, é uma ilha, uma porção de terra cercada de água. Mas ela possuiu uma boa dose de energia eletromagnética para se teletransportar e se proteger do mundo exterior”, diz Sam Prickett, um dos administradores da Lostpedia em inglês. Essa energia deve fazer a ilha ser algo a mais: uma fenda ou um túnel do tempo. Como o próprio Dr. Edgar Halliwax explica no vídeo de orientação da Estação Orquídea, o lugar tem propriedades especiais que permitem viagens no espaço e no tempo. Esses poderes devem ser conhecidos desde a Antiguidade – viriam dessa época a estátua de Taweret e outros artefatos egípcios. “Dentro dela acontece um jogo de xadrez muito bem elaborado”, diz Jon Lachonis, autor de Lost Ate My Life (“Lost Devorou a Minha Vida”, sem edição no Brasil).

2. Qual o significado dos números? – Mistério parcialmente solucionado.

Se há algum enigma que desnorteia os fãs, são os malditos números 4, 8, 15, 16, 23, 42, aqueles que perseguiam Hurley, estavam gravados na escotilha e atraíram Danielle Rousseau para a ilha. Teorias sobre eles não faltam. Uma delas: coordenadas geográficas feitas com eles, como 4o8’15″ Norte, 162o34’2″ Oeste, dão num ponto do Pacífico bem na rota de um avião entre Sydney e Los Angeles. Mistério solucionado? Não. O mais provável é que a solução desse enigma não apareça nem com o fim da história.

Será que a resposta existe?

Em 2005, o produtor Damon Lindelof admitiu: “É provável que nunca saibamos o que os números significam”. Meses depois, Carlton Cuse explicou: “Os números são o tipo de questão impossível de responder. Alguns enigmas da série são como mistérios religiosos – por exemplo, como você explicaria a ideia de Deus?

Quem escolheu os números foi o roteirista David Fury. Numa entrevista à Lostpedia, ele contou: “Quando escrevi o episódio Números, pensei em usar os que tinham aparecido na série. Quatro (anos em que Locke estava paralítico), 8, 15 (voo 815) etc.” O 42 vem do Guia do Mochileiro das Galáxias – no livro, a resposta para todos os enigmas do Universo é… 42.

Até existe uma solução. No jogo virtual Lost Experience, um vídeo mostrou que os números são valores-chave da Equação de Valenzetti. “O significado dos números é o seguinte: a Fundação Hanso contratou Valenzetti para trabalhar numa equação sobre a possibilidade de o mundo acabar durante a Crise dos Mísseis de Cuba”, contou Lindelof em 2009. “Valenzetti deduziu que a possibilidade era de 100% nos 27 anos seguintes, e a Fundação Hanso criou a Dharma para mudar as variáveis da equação.”

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Convenhamos: baita explicação fraca! A tal equação não explica por que os números deram azar a Hurley e apareceram na vida de diversos personagens. Avisa Carlton Cuse: “Se você está assistindo Lost para saber detalhadamente o significado dos números, vai ficar desapontado no fim da 6ª temporada”.

3. Quem é Jacob? E o inimigo dele? – Mistério sem resposta.
No fim da 5ª temporada, Jacob enfim aparece, vivendo num tempo distante. Na praia, ele conversa com um homem que parece seu inimigo. Quem são eles, afinal? O melhor jeito de entendê-los é voltando à 1a temporada, quando Locke explica as regras do gamão para Walt. Diz para o garoto: “São dois jogadores, dois lados. Um é claro, o outro escuro”. Em novembro, o produtor Damon Lindelof disse que, quando ele e J.J. Abrams criaram essa cena, planejavam personificar esses lados opostos em dois indivíduos. Na praia, Jacob usa uma camisa branca e o outro, uma preta. Eles representariam, então, entidades opostas, tipo o Bem e o Mal. Ok, já sabemos o papel de Jacob e seu inimigo, mas… quem são eles? Outra teoria popular é que Jacob seria, na verdade, Aaron, o filho de Claire e neto de Christian. Ele teria vindo do futuro para proteger a ilha. Quanto ao inimigo de Jacob, aposte em John Locke (veja na página 41).

4. Quem chegou à ilha no Black Rock? – Mistério sem resposta.
Mais uma vez, o fim da 5ª temporada, Jacob senta para comer um peixe na praia enquanto assiste um navio chegar à ilha – provavelmente o Black Rock. Quem vem lá, dentro do navio? Provavelmente Richard Alpert, o homem que nunca envelhece. É essa a aposta da maioria dos especialistas em Lost com quem a Super conversou. “Com certeza Richard veio nele”, afirma Caio Mello, administrador da Lostpedia em português. Isso explicaria as roupas de marinheiro do século 19 que Richard e seus amigos usam ao conhecer o garoto Benjamin Linus, na 3ª temporada.

Locke sobre as águas?

Mais um indício de que Richard chegou à ilha no Black Rock surgiu no fim de 2009. Fãs que espionaram a filmagem no Havaí anteciparam: no 9º capítulo, há filmagens com ele a bordo de um navio do século 19. Os mesmos fãs viram Locke, Jack e Kate contracenando no navio. Não há certeza de que essas cenas foram mesmo filmadas e que vão entrar na série – muitas tomadas acabam ficando de fora. Mas a partir delas é possível fazer uma previsão ainda mais ousada. Entre os tripulantes do Black Rock, pode haver alguns dos próprios sobreviventes do Oceanic tentando voltar. Isso não seria nada inesperado, já que o pessoal está acostumado a saltar no tempo e andar de submarinos e Kombis de épocas em que mal tinham nascido.

O que se sabe é que o navio saiu da Inglaterra em março de 1845. Seu destino era a Tailândia, mas ele nunca chegou lá. E ninguém, ao menos fora da ilha de Lost, soube de seu paradeiro.

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Mistérios envolvendo navios eram muito comuns no século 19. O caso mais famoso é o do veleiro Maria Celeste, que viajava dos EUA para a Itália em dezembro de 1872. Ele foi encontrado abandonado, sem nenhum tripulante, no meio do Atlântico. Não havia sinais de falha da estrutura, briga ou tiros. Não faltava comida ou água, nem houve tempestades naqueles dias. O que esse navio tem a ver com Lost? Seu marinheiro-chefe se chamava Albert Richardson. Lembra Richard Alpert, não?

5. Por que Richard não envelhece? – Mistério parcialmente solucionado.
Porque Jacob o tornou assim. É o que o próprio Richard diz a Locke no fim da 5ª temporada. Quando Locke comenta que nunca tinha conhecido alguém que não envelhecesse, Richard responde: “Sou assim por causa de Jacob”.

Até a 4ª temporada, quando as viagens no tempo em Lost se revelaram, o mistério parecia resolvido: ele não envelhecia porque viajava no tempo. Em poucos dias, atravessava diversas épocas. Com a 5ª temporada, o mistério se complicou. Richard apareceu vivendo rotineiramente em 1954 ou 1977. Quando ele próprio confirmou que não envelhecia, a teoria da viagem no tempo ruiu.

Ao que tudo indica, sua eterna juventude é uma espécie de bênção sobrenatural concedida por alguma espécie de semideus – Jacob. “Parece haver um acordo entre Richard e a ilha – ou entre Richard e Jacob – para operar como um guardião da ilha através do tempo”, diz o havaiano Ryan Ozawa, autor do melhor podcast sobre Lost, o The Transmission. Aí vem outra pergunta: há quanto tempo Richard está na ilha? Se você já leu o texto ao lado, deve estar convencido: ele chegou à ilha lá pelo século 19. Mas talvez Richard esteja na ilha há muito mais tempo, talvez desde a época da estátua de Taweret. Uma evidência disso é a aparência do homem: ele tem a maior cara de rei persa ou egípcio. Além disso, alguns personagens de Lost o chamaram Ricardus, seu nome em latim – língua que ele domina.

6. O que é o monstro de fumaça negra? – Mistério sem resposta.

Talvez a pergunta mais adequada seja: quem mais é o monstro de fumaça? Os produtores já confirmaram que o terrível vapor negro é capaz de personificar pessoas e animais. Durante um podcast oficial da série, que foi ao ar em março de 2008, os produtores confirmaram que as aparições pós-morte de Yemi têm relação com a entidade. Assim como as de Walt. “Algumas aparições de Walt podem não ser ele mesmo, e sim ter relação com o monstro”, contaram Damon Lindelof e Carlton Cuse. O exemplo mais emblemático dessas aparições está no episódio Man of Science, Man of Faith, quando o garoto surgiu na floresta diante de Shannon, acompanhado pelos famosos sussurros que costumam ser ouvidos junto do monstro.

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Monstro com cara de gente

“Minha teoria é que o inimigo de Jacob é também o monstro de fumaça”, diz Sam Prickett, editor da Lostpedia. Isso porque ambos demonstraram ser muito cruéis e ter a habilidade de aparecer no corpo de pessoas mortas (não perca o texto ao lado). Uma mostra disso é que os dois únicos personagens que o monstro deixou escapar foram Locke e Ben – os dois que participaram da morte de Jacob.

As teorias sobre o monstro se alinham em duas frentes. A primeira, mais mística, dá a ele origens sobrenaturais e uma certa função moralizante. Isso porque em algumas aparições, como para Eko ou Ben, ele reflete imagens da vida daquela pessoa e aparentemente a julga, decidindo se ela deve morrer ou não. A outra linha, racional, explica o monstro como uma criação do homem, uma máquina. Nesse caso, essa engrenagem poderia ter relação com os fenômenos de eletromagnetismo que estão presentes na ilha. “Eu acho que o monstro é uma maneira de corrigir as inconsistências do tempo”, afirma Kevin Croy, o criador da Lostpedia. “Conforme as pessoas viajam por diferentes épocas, algumas de suas ações podem resultar em situações paradoxais ou mesmo impossíveis. O ‘monstro’ impede que isso aconteça.”

7. Como Locke pode estar vivo e morto? – Mistério solucionado.
É triste dar a notícia, mas ele está morto mesmo. Na verdade, aquele que aparece levando Ben para matar Jacob não é exatamente Locke, mas o inimigo de Jacob ocupando o corpo de Locke. Essa teoria estranha é um consenso entre os especialistas na série. “Vimos apenas o corpo de Locke”, resume Sam Pricket, editor da Lostpedia em inglês. “Trata-se do inimigo de Jacob dentro da imagem ou do corpo de Locke”, diz Andy Page, do blog DarkUfo.

Por que tanta certeza? Simples. Primeiro: o corpo do careca foi mostrado claramente por Ilana (passageira do Ajira 316) e sua turma. Além disso, lembre-se do que Jacob e seu inimigo conversaram no fim da 5ª temporada. O Homem de Preto diz que quer matar Jacob desesperadamente e que um dia vai encontrar uma brecha (loophole, em inglês) para matá-lo. No fim desse mesmo episódio, Locke entra na estátua egípcia e conversa com Jacob como se já o conhecesse. Jacob reconhece que finalmente seu antagonista encontrou a tal “brecha” – ele usa exatamente a mesma palavra, loophole.

O próprio Terry O’ Quinn, ator que vive Locke, deu pistas mostrando que ele agora é outra pessoa. “Com certeza, Locke é outro cara, com outros propósitos”, afirmou ele numa entrevista para a Folha de S.Paulo. Talvez estejam todos enganados, mas essa ainda é uma das apostas mais certeiras para explicar o que aconteceu.

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8. Como Lost vai acabar? – Mistério sem resposta.

Da seguinte maneira: exatamente como na 1ª temporada, o voo 815 da Oceanic partirá de Sydney em 22 de setembro de 2004. A diferença é que o avião voará normalmente. Haverá alguma turbulência, mas sem nenhum acidente no meio do Pacífico, nenhuma queda em alguma ilha. A aeronave vai aterrissar em Los Angeles como se fosse uma viagem qualquer. Kate continuará perseguida pela polícia, Sawyer vai seguir dando golpes em mulheres endinheiradas e Claire vai esperar o fim da gravidez no continente. Nos primeiros episódios, os passageiros mal vão se conhecer ­- aos poucos, porém, vão acabar se relacionando e… voltando para a ilha.

É isso que apostam os especialistas em Lost com quem a Super conversou. “Por mais que tenhamos ouvido várias vezes que o que aconteceu aconteceu, é possível que tudo volte à estaca zero – ou que nós pelo menos conheçamos uma versão da realidade em que o voo 815 chegou a Los Angeles a salvo”, diz Carlos Alexandre Monteiro, autor do blog Lost in Lost.

Mundo paralelo

Também é esse o cenário que sugerem os vídeos que os produtores de Lost divulgaram em 2009. Na última edição da Comic Con, a feira anual de cultura pop que acontece em San Diego, na Califórnia, o público pôde assistir 3 vídeos inéditos. Nos 3, é como se o Oceanic 815 não tivesse caído. Uma propaganda de TV diz: “Oceanic Airlines. No ar desde 1977. Trinta anos com um índice perfeito de segurança”. O 2o vídeo é um programa policial sobre Kate Austen, ainda fugitiva da polícia. E o 3o mostra Hurley também numa propaganda, dessa vez da lanchonete Mr. Clucks, que ele comprou após ficar rico. “Desde que ganhei na loteria, eu só tenho sorte”, diz ele, contando que acabou de voltar de uma viagem à Austrália. (Corra ver esses vídeos no site da Super.) Tem mais. Quem espionou as filmagens de Lost no Havaí viu diversas cenas num aeroporto. A propósito, o título do 1o episódio da 6ª temporada é justamente LAX, o código internacional do Aeroporto de Los Angeles.

Essa realidade paralela é o resultado da explosão da bomba de hidrogênio no fim da 5ª temporada. Para quem não se lembra, vamos lá: os personagens que estavam em 1977 resolvem explodir a bomba no meio da construção da Estação Cisne. Acreditavam que, detonando a bomba, eles evitariam o incidente – a anomalia eletromagnética causada pela perfuração de rochas da ilha. Sem o incidente, não seria necessário construir o sistema de proteção da Cisne (aquele que exigia a digitação dos números a cada 108 minutos). Desmond não viveria na estação e não se esqueceria de digitar os números num dia em 2004, fazendo o Oceanic cair. Quando Juliet detonou a bomba H em 1977, cortou toda essa sequência de eventos.

Ok, temos uma ideia de como a temporada vai começar. Mas e depois? Os Oceanics não vão mais pisar na ilha, não veremos mais o monstro de fumaça? Claro que sim. Eles devem voltar, talvez fazendo uma história circular, onde o fim é o começo. “Lost vai acabar onde começou, com Jack abrindo os olhos no meio da floresta”, diz Ryan Osawa, autor do podcast The Transmission. “A série terminará com uma sugestão de que tudo ali é de fato cíclico”, diz Carlos Alexandre Monteiro. É esperar até o último episódio – lá pelo fim de maio – para ver.

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“Apesar de tantos cientistas estudando a ilha, a explicação de seus segredos será mística, sobrenatural.”
Kristin dos Santos, atriz e colunista da E! Entertainment Network.

“Jacob é um dos habitantes originais e permanentes da ilha, e, de certa forma, o guardião dela.”
Ryan Ozawa, autor do podcast The Transmission.

“Veremos a cena do Black Rock chegando à ilha – e eu aposto que Richard estará nele.
Davi Garcia, autor do blog Dude We Are Lost.

“Está claro que o inimigo de Jacob invadiu o corpo de Locke.”
Andy Page, autor do blog DarkUfo.

“Veremos um mundo paralelo em que o Oceanic 815 não cai na ilha e chega sem problemas a Los Angeles.”
Caio Melo, autor de quase 25 mil edições da Lostpedia em português.

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