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A história dos impérios africanos

Do Antigo Egito ao Império Etíope, que só acabou em 1974, conheça as dinastias ancestrais da África

Por Maurício Brum
Atualizado em 5 jun 2020, 17h45 - Publicado em 11 fev 2019, 16h26

Para muitos de seus seguidores, era uma questão de fé: o imperador da Etiópia não poderia morrer. Não tinha como. Afinal, de acordo com certas interpretações cristãs, Hailé Selassié era muito mais do que um homem de carne e osso que assumiu o poder em 1930, na suntuosa corte em Adis Abeba, a capital do país.

Muito além do poder político absoluto que detinha, ele também era uma figura divina e mística. Havia, inclusive, quem defendesse que se tratava da própria encarnação de Deus. Assim, para os mais devotos, Selassié podia também ser chamado de Javé – ou, na terminologia difundida por aquela nova religião, de Jah.

Na primeira metade do século 20, descendentes de africanos que haviam sido escravizados na Jamaica começaram a construir uma nova corrente religiosa. Ela se baseava em interpretações peculiares dos textos bíblicos e em uma visão de mundo que traçava as origens de tudo ao mais longevo dos reinos então existentes no continente negro: o Império Etíope, também conhecido como Abissínia. Central para esse pensamento era o culto à figura do próprio monarca da época, Hailé Selassié, que às vezes era chamado de outra forma, como Ras Tafari Makonnen, título que ajudou a batizar o movimento rastafári.

Tudo havia começado uma década antes com uma profecia involuntária de um jamaicano chamado Marcus Garvey. Um dos nomes mais influentes de seu tempo, Garvey foi um dos grandes pensadores do movimento pan-africanista, e suas ideias faziam sucesso em círculos cada vez mais amplos de pessoas na ilha caribenha. Defensor dos direitos da população negra empobrecida que habitava as favelas de seu país, ele também era um ferrenho ideólogo “nacionalista”, mas seu amor à terra nativa era de uma vertente diferente do usual: sua verdadeira pátria não era o local onde havia nascido, mas o continente ancestral de onde seus antepassados haviam sido trados à força, séculos antes.

Em diversos discursos e textos, Garvey conclamava que os filhos e netos da escravidão nas Américas e no Caribe deveriam, agora, retornar ao local onde suas próprias histórias (e a da humanidade como um todo) tiveram início. Em 1920, ele havia anunciado, com um certo tom misterioso: “olhem para a África, onde um rei negro será coroado, anunciando que o dia da libertação estará próximo”. Há quem pense que Garvey estava fazendo uma metáfora sobre o empoderamento do povo negro e o fim do colonialismo, até porque ele próprio nunca se assumiu publicamente como um seguidor do rastafári.

Mas, dez anos mais tarde, suas palavras começaram a soar como uma profecia de verdade: Ras Tafari, um negro como eles, chegou ao trono da Etiópia em abril de 1930. Não era, é claro, o primeiro imperador negro em Adis Abeba, mas era o primeiro a assumir o poder após a “profecia”.

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A 13 mil quilômetros dali, em Kingston, muitos jamaicanos que se lembravam bem das palavras de Garvey se convenceram de que a hora havia chegado. A coroação era um sinal definitivo de que o prometido dia da libertação – da miséria, da opressão, das humilhações – estava no horizonte.

Hailé Selassié havia chegado ao trono com um título pomposo: passou a ser Sua Majestade Imperial, o Leão Conquistador da Tribo de Judá, o Rei dos Reis. Agora, talvez estivesse pronto para ser chamado também de Deus.

Dinastia bíblica

A religião rastafári buscava conectar os negros com as suas raízes, que também são as raízes da humanidade. Mas essa conexão não se restringia às tribos que se formaram no continente e partiram em caminhada por todo o planeta há 200 mil anos. Também visava reconectar os negros às civilizações africanas do passado – e o reino etíope foi um dos mais importantes e longevos.

Os devotos de Hailé Selassié viam nele um descendente direto da árvore genealógica da Bíblia: Ras Tafari seria o 225º descendente do rei Menelik 1º, o monarca que teria inaugurado a dinastia que – alegadamente – vinha comandando a Etiópia há mais de 3 mil anos.

Menelik 1º era tido como uma figura importante para a tradição judaico-cristã porque supostamente era o fruto de uma noite de amor ente dois dos personagens mais notáveis do Velho Testamento: ele seria o filho do Rei Salomão (que governava a região atual de Israel) e da Rainha de Sabá (cujo poder se estendia pelo sul da Península Arábica e, atravessando o Mar Vermelho, partes da Eritreia e da própria Etiópia).

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De acordo com a vertente etíope do cristianismo, ainda hoje dominante no país, Menelik 1º teria viajado para Israel já adulto, a fim de conhecer pessoalmente Salomão. Na volta, regressou com uma comitiva de líderes políticos e religiosos e a Arca da Aliança – a caixa onde as tábuas originais com os dez mandamentos de Deus teriam sido guardadas.

A Igreja Ortodoxa Etíope garante que a Arca ainda está sob seu poder: protegida a sete chaves em um cofre próximo à Igreja de Santa Maria de Sião, em Axum, uma cidade de 45 mil habitantes no norte do país, cujo nome remete a outro dos reinos ancestrais que ajudaram a formar o velho império.

Menelik 1º teria governado por volta do século 10 antes de Cristo e, desde então, todos os reis da região seriam seus descendentes diretos, atravessando os séculos até chegar a Hailé Selassié. A longa tradição e autonomia do país contribuiu para que, na época da Partilha da África, a Etiópia fosse um dos únicos territórios – ao lado da Libéria – que os europeus não ousaram tomar para si.

Essa, pelo menos, é a versão tradicional, defendida pela Igreja local e pela antiga casa real da Etiópia. Historiadores e antropólogos, porém, chegaram a uma cronologia diferente: os primeiros registros de um reino naquela parte do mundo não coincidem com o governo de Menelik 1º, e houve tantas interrupções ao longo dos tempos que é impossível afirmar com certeza se há ligação ente a casa real que chegou ao século 20 e aquela que teria fundado o país tês milênios antes.

Alguns estudiosos são mais duros: para eles, as raízes salomônicas da dinasta seriam uma invenção feita por volta do ano 1270 depois de Cristo, por um novo rei que queria se legitimar no cargo e precisava de um argumento convincente para justificar o seu poder.

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Nessa guerra de versões, o que ninguém discorda é que os reinos etíopes vinham de muito longe. Os primeiros registros arqueológicos encontrados na Etiópia são do período ente os séculos 10 e 8 a.C. e remetem a um reino cujo nome era grafado simplesmente como D’mt (normalmente pronunciado “Damot”). Essa tentativa inicial de organização unificada nas terras férteis da Etiópia durou cerca de 500 anos e teria sido sucedida por uma série de reinos menores, muitos deles desconhecidos atualmente.

Por volta do ano 100 da Era Cristã, uma dessas monarquias dispersas reuniu forças para restaurar um poder central – nascia o Reino de Axum, que durou por quase um milênio. Na historiografia ocidental, o Império Etíope mais moderno só apareceu para valer no século 13, mas isso nunca impediu que seus imperadores reivindicassem uma conexão profunda com tudo o que veio antes.

O mundo dos faraós

Na escola, é pouco provável que você tenha estudado a civilização etíope. Mas certamente teve aulas sobre o Egito Antigo, a civilização dos faraós que é dois milênios mais antiga que a etíope, com início por volta de 3100 a.C. Ela se converteria na mais famosa e estudada que a África já teve, e já possuía considerável poder na época em que D’mt começou a se formar.

Enriquecidos e alimentados pelo Rio Nilo, os egípcios desse passado distante cruzaram os milênios conquistando terras vizinhas e sendo conquistados por outas potências regionais. Sua história e cultura se mesclaram com influências dos povos núbios, assírios e líbios, ente outros, que habitavam a parte do mundo onde o nordeste africano e o Oriente Médio se encontram.

Apesar das tensões frequentes, o Antigo Egito teve uma longevidade rara, mantendo relativa autonomia de forma quase contínua de 3100 a.C. até o ano 30 a.C., quando, logo após a morte de Cleópata, seu território acabou absorvido como mais uma província do poderoso Império Romano.

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Nessa época, os egípcios já haviam se afastado de grande parte dos estereótipos normalmente associados à época de ouro dos faraós, milhares de anos antes, quando as pirâmides haviam sido construídas. A região estava bastante integrada à civilização greco-romana desde que havia sido conquistada por Alexandre, o Grande, em 332 a.C.

Essa aproximação com a Europa difundiu os conhecimentos do Egito para o restante do mundo antigo – e vice-versa. Um dos legados dessa fase foi a fundação da cidade de Alexandria, em homenagem ao conquistador, que sediou uma das maiores bibliotecas da Antiguidade, posteriormente destruída em um grande incêndio.

Trinta e duas dinastas se sucederam no comando do Antigo Egito. A Grande Pirâmide de Gizé, por exemplo, uma das maravilhas do mundo antigo, foi construída durante a Quarta Dinasta, que mandou no Egito ente 2600 e 2500 a.C. Nessa época, os egípcios já dispunham de recursos capazes de torná-los a civilização mais avançada de seu tempo, com façanhas de engenharia tão surpreendentes que ainda hoje provocam teorias da conspiração e especulações sobre como, afinal, tornaram-se possíveis.

Não foram, porém, alienígenas que ajudaram a erguer as pirâmides – criadas como mausoléus gigantes para faraós descansarem pela eternidade e ostentarem o seu poder mesmo após a morte. Elas foram fruto do trabalho de dezenas de milhares de trabalhadores e voluntários, e de um intrincado sistema de rampas, canais aquáticos para transportar as rochas e de uma técnica que envolvia molhar as areias do deserto para reduzir o atrito quando os grandes blocos de calcário eram arrastados.

Acredita-se que até 50 mil pessoas tenham ajudado na construção da Pirâmide de Gizé, a maioria deles voluntários, atraídos pela comida oferecida a quem se envolvesse nesse gigantesco canteiro de obras da Antiguidade. De acordo com alguns registos, eles podiam receber até cerca de dez fatias de pão, um jarro de cerveja por dia e porções de carne de diferentes animais. Era uma alimentação melhor do que costumavam ter em seus humildes vilarejos no deserto.

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Em 2013, arqueólogos franceses encontraram o Diário de Merer, considerado o papiro mais antigo sobre o cotidiano dessas construções monumentais. Merer era um inspetor de transporte, responsável por um dos barcos que levavam rochas de uma pedreira em Tora, cerca de 150 quilômetros ao norte de Gizé, até o local das obras. Segundo seus registos, a cada dez dias era possível fazer duas ou tês viagens de ida e volta, dependendo do clima.

Uma vez no local, calcula-se que os operários instalassem uma média de 180 rochas por hora, em uma obra que ao todo parece ter consumido entre 2 milhões e 2,8 milhões de blocos de calcário da base ao topo – os cálculos divergem porque, em função das câmaras internas, é difícil estimar o volume total de áreas “ocas” dentro da pirâmide.

Os mausoléus eram a demonstração mais ousada da sofisticação da civilização egípcia. O Antigo Egito viveu seu período de maior extensão territorial entre a 18ª e a 20ª dinastias, por volta dos anos 1550 a 1070 a.C., uma época conhecida como o Império Novo. Essa era incluiu o governo de Ramsés 2º, possivelmente o mais poderoso dos faraós. Além das colossais obras de engenharia, a civilização egípcia deixou legados duradouros na matemática, na astronomia, na agricultura, na medicina e na arte.

O Egito também mantinha um comércio sofisticado com territórios vizinhos – incluindo a região da Etiópia, conhecida pela civilização dos faraós como a Terra de Punt. Por meio de grandes caravanas que desciam o deserto rumo às terras do Sul, eles traziam de volta produtos exóticos e luxuosos.

Historiadores e antropólogos descobriram que os egípcios já tinham acesso, em 2500 a.C., a luxos que não eram nativos de seu próprio território – eles viriam da Etiópia. Ente os produtos adquiridos estavam peles de pantera, penas de avestruz, marfim extraído de elefantes e também mirra – uma planta espinhosa mais conhecida pelo uso de sua resina como perfume (e que, nos textos bíblicos, tornou-se célebre como um dos presentes levados pelos Reis Magos ao menino Jesus), mas que os sacerdotes do Egito também empregavam como bálsamo no processo de mumificação dos mortos.

Quando as relações da África com o mundo greco-romano se estreitaram, toda a região ao sul do Egito – incluindo a Núbia – acabou ganhando um nome próprio em grego. Eles passaram a chamar aquela vasta e desconhecida área de Aethiopia, o “país dos rostos queimados”, uma referência à pele de quem nascia por lá, mais escura do que a dos egípcios. No contexto grego, a palavra tinha uma aplicação mais ampla: referia-se também ao atual Sudão e, de forma geral, a toda a África Subsaariana, que tinha menos contato com a Europa naquela época. Muito mais tarde, o termo seria adotado para batizar a Etiópia.

O fim dos reinos

Após a queda de Roma, as terras do Egito atravessariam a Idade Média como parte de diferentes califados e sultanatos islâmicos, passando a integrar o Império Otomano em 1517. O Egito que conhecemos hoje só veio à luz muito mais tarde, em 1922, após um período de ocupação britânica.

Embora os faraós sigam vivos no imaginário do restante do mundo, eles já eram parte de um passado extremamente remoto quando os europeus direcionaram recursos – e armas – para colonizar o continente no século 19. As pirâmides, por exemplo, são tão antigas que Cleópatra (morta em 30 a.C.) viveu mais perto dos nossos dias do que da época da sua construção.

Na Etiópia, nem os poderes supostamente divinos de Hailé Selassié o salvariam das crises do século 20. Após uma grande fome em seu país, o imperador seria derrubado em 1974 e morreria um ano mais tarde. Na África atual, apenas Lesoto, Marrocos e Suazilândia ainda contam com realezas reconhecidas pela comunidade internacional.

Todas elas foram mantidas – sem poderes efetivos – durante a época colonial, e só voltaram a ter alguma proeminência quando seus países se tornaram independentes, em meados do século 20. Com 16 esposas e 35 filhos, o rei Mswati 3º, coroado em 1986 na Suazilândia, é o último monarca com poderes absolutos em toda a África.

Os reinos africanos

Cartago – 814 a.C. até 146 a.C.

Antigas ruínas de Cartago, na Tunísia, destruídas nas Guerras Púnicas. (demamiel62/Shutterstock)

Colônia fenícia na região da Tunísia, obteve autonomia e se tornou uma das civilizações importantes do mundo greco-romano. Embora situada na África, sua cultura estava ligada ao Oriente Médio – os fenícios vinham do atual Líbano. Cartago controlou as rotas comerciais do Mediterrâneo e manteve longa rivalidade com Roma. Os romanos destruíram a cidade nas Guerras Púnicas e passaram a dominar seus territórios.

Núbia – 780 a.C. até 350

Templo de Abu Simbel, na Núbia, ao sul do atual Egito: a civilização núbia tinha forte intercâmbio com os antigos egípcios. (Anton_Ivanov/Shutterstock)

Teve relação direta – por vezes conflituosa – com o Antigo Egito. O mais notável dos reinos núbios foi Kush, que existiu por mais de mil anos e chegou a conquistar o próprio Egito, formando sua 25ª dinastia, que reinou até 656 a.C. Gradativamente, Kush foi perdendo força e sofrendo com rebeliões internas, até ser definitivamente dominado por Axum, um dos predecessores do Império Etíope.

Império do Gana – 700 até 1250

Desenho representa os ritos funerários de um líder do Império Asante, atual Gana. (Print Collector/Getty Images)

Também chamado de Uagadu (“Gana” era o título do imperador), prosperou graças às caravanas que comercializavam ouro em pó e sal pelo Saara. Relatos do século 11 dizem que Gana podia levar até 200 mil homens à guerra. Mas, conforme o Império do Mali cresceu, Uagadu perdeu força e se dissolveu. Seria recordado em 1957, quando a Costa do Ouro se tornou independente e passou a se chamar República de Gana.

Império do Mali – 1230 até 1670

Guerreiro do Império de Segu, um dos vários reinos que existiram na região do Mali. (Florilegius/Getty Images)

Se Gana cresceu pelas caravanas, Mali – inicialmente um pequeno reino à margem do Rio Níger – ganhou força quando essas rotas se deslocaram ao Sul. Seus nobres seguiam a fé islâmica e chegavam a fazer peregrinações a Meca, percorrendo 8 mil quilômetros pelo deserto. No século 16, dinastias menores começaram a acossá-lo. Implodiu em 1670, após a capital Niani ser destruída por tropas de Segu, um reino vizinho.

Império de Oyo (Iorubás) – 1300 até 1835

Portas do palácio de Ikere-Ekiti, na atual Nigéria, um dos reinos iorubás da região. (Werner Forman/Getty Images)

A chamada Iorubalândia foi sede de vários reinos, incluindo Oyo, cuja poderosa cavalaria ajudava a dominar a região. Os povos iorubás se organizavam em sociedades altamente urbanizadas para os padrões do continente. Intrigas políticas e golpes enfraqueceram as monarquias da área, que passou a ser dominada por britânicos e franceses no século 19.

Império Songai – 1460 até 1591

Mausoléu de Ásquia Maomé 1º, imperador Songai entre 1493 e 1528, localizado no atual Mali. (Werner Forman/Getty Images)

Foi o maior império africano de seu tempo – dominou uma área equivalente a 1,4 milhão de km² (maior que o atual Egito). O primeiro imperador, Sunni Ali, garantiu o controle sobre o Rio Níger, enfraquecendo o vizinho Mali. O rápido declínio veio quando os bisnetos de Ali iniciaram uma série de golpes nos anos 1530, mergulhando o império em guerras civis até ser engolido por reinos adjacentes.

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