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A história por trás da queda do voo MH17

Ele transportava 298 pessoas - e foi abatido ao sobrevoar a Ucrânia. Mas a autoria do atentado continua sendo um mistério.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 jul 2019, 13h01 - Publicado em 13 out 2015, 21h00

No dia 17 de julho de 2014, ao meio-dia no fuso horário holandês, o jovem músico Cor Pan postou uma foto no Facebook. Era um Boeing 777 da Malaysia Airlines – no qual o próprio Cor Pan estava prestes a embarcar. Na legenda da foto, ele escreveu: “Se meu voo desaparecer a caminho da Malásia, fiquem aí com uma imagem do avião”. A piadinha era referência a outro Boeing da mesma companhia: o voo MH 370, que desaparecera no Oceano Índico apenas cinco meses antes.

Os amigos acharam graça: “Boa viagem!” e “Divirta-se” foram as respostas quase imediatas à postagem. Menos de duas horas depois, a tirada do holandês passara de cômica a premonitória. Num desses casos raros em que o relâmpago atinge duas vezes o mesmo lugar (ou a mesma companhia), a Malaysia Airlines voltou a protagonizar uma grande catástrofe.  

Ao partir de Amsterdã em direção a Kuala Lumpur, capital da Malásia, o voo MH17 levava 298 pessoas, dentre as quais 193 eram holandesas. O músico Cor e sua namorada, Neeltje, planejavam passar alguns dias à beira-mar em alguma praia do Oceano Índico. 

Por volta das 13 horas, o avião passou a sobrevoar a província de Oblatsk, no leste da Ucrânia. Em abril daquele ano, grupos separatistas, apoiados pelo governo russo, haviam declarado a independência da região, dando início a conflitos com o exército ucraniano. Desde o início dos combates, vários aviões e helicópteros das forças armadas da Ucrânia foram abatidos pelos insurgentes no espaço aéreo de Oblatsk. A Associação Internacional de Aviação Civil, no entanto, ainda considerava a região segura, pois até então nenhum voo comercial fora atacado. Mesmo assim, algumas companhias, como a British Airways, já evitavam a área.

Até as 13 horas e 15 minutos, o avião trocava informações sobre a rota com os operadores de voo do aeroporto de Dnipopetrovsk, cidade ucraniana próxima. De repente, veio o silêncio. Pouco depois, a Malaysia Airlines anunciou por meio do Twitter que perdera contato com o avião, e a agência Reuters anunciou que pedaços de fuselagem, cadáveres e bagagens fumegantes foram avistados nas redondezas de Hrabove, aldeia a 40 km da fronteira russa.  Os escombros do voo MH17 se espalharam por uma área de mais de 30 km2 – o equivalente a cerca de 20 Parques do Ibirapuera.

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A catástrofe desencadeou uma tempestade diplomática. A Agência de Segurança Aérea da Holanda fez uma investigação cujo relatório preliminar foi liberado em setembro de 2014. Segundo o documento, a fuselagem e a cabine de comando foram perfuradas por diversos projéteis de artilharia pesada, o que levou a aeronave a explodir e se desintegrar ainda no ar. Segundo os governos dos EUA e da Ucrânia, o avião foi alvejado por separatistas, com mísseis de um sistema antiaéreo fornecido pela Rússia.

O governo russo negou essa versão, jogando a culpa para o outro lado: um caça ucraniano, em combate com os rebeldes, teria alvejado o avião por engano. Por enquanto, são poucos os detalhes conhecidos sobre os últimos momentos do voo. Segundo o Conselho de Segurança da Ucrânia, a aeronave explodiu no ar. Nesse caso, é provável que todos a bordo tenham morrido na hora. Mas, entre os escombros, um corpo foi encontrado usando uma máscara de oxigênio. Isso pode indicar que houve algum tempo, mesmo que mínimo, em que os passageiros encararam a morte.

Uma zona de combate

Desde sua independência da União Soviética, em 1991, a Ucrânia foi um país dividido: parte do país quer estreitar os laços econômicos com a União Europeia e os Estados Unidos, enquanto outra parcela da população se identifica com a cultura e os interesses da vizinha grandona, a Rússia. Em novembro de 2013, parte do povo tomou as ruas em protesto contra o presidente pró-Rússia Viktor Yanukovych, que acabou sendo destituído do cargo. A Rússia deu o troco em março de 2014, invadindo e anexando a região ucraniana da Crimeia. Em maio, milícias pró-Rússia tomaram o controle da província de Oblatsk e declararam independência. Combates entre milícias locais e tropas ucranianas espalharam-se pela região – e foi no meio desse fogo cruzado que o voo da Malaysia entrou naquele fatídico 17 de julho.

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