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A internet está ajudando a entregar carta de amor perdida em 1945

Escrito em plena 2ª Guerra, o bilhete jamais foi entregue ao seu destinatário. Mas agora a funcionária de um supermercado pode mudar o destino da carta

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 12h08 - Publicado em 16 nov 2016, 13h32

Uma carta de amor perdida no meio da guerra não deve ser um acontecimento tão raro. Mas quando uma delas é encontrada mais de 70 anos depois, em um lugar completamente inesperado, e por uma pessoa disposta a fazer de tudo para entregá-la ao destinatário, a história fica bem mais interessante.

Foi o que aconteceu com a carta da inglesa Dorothy, durante a Segunda Guerra Mundial. Em julho de 1945, ela escreveu ao namorado, Harry Hughes, contando coisas banais do dia a dia – como o fato de ela ter votado pela primeira vez em uma eleição geral -, e dizendo que queria se casar logo com ele (fofo). O bilhete, porém, nunca foi entregue ao soldado, que servia à Força Aérea Real (RAF) no Ceilão (atual Sri Lanka).

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Adiante o filme 71 anos: é 2016, em Manchester, na Inglaterra. Uma caixa de supermercado chamada Stacie Adamson está limpando os achados e perdidos do estabelecimento e, entre uma bolsa esquecida e um par de sapatos que misteriosamente apareceu atrás da prateleira de frios, ela encontra um envelope envelhecido e amassado, com um selo que já não reconhece e data de 6 de julho de 1945. Dentro dele, está a carta de amor que nunca encontrou seu destino.

Comovida, a funcionária resolveu fazer tudo o que podia para entregar o bilhete a Harry. Ela postou em suas redes sociais e nas do supermercado em busca de informações, publicou anúncios nos jornais de bairro locais e, procurando pelo número de registro do soldado na internet, encontrou algo inacreditável: um vídeo da época, que mostra um tal Harry Hughes da RAF mandando uma mensagem para os pais – e para a namorada, Dorothy. Em entrevista ao Manchester Evening News, Adamson disse: “Foi um sentimento incrível assistir ao vídeo. Quando [Harry] disse o nome ‘Dorothy’, alguma coisa se encaixou nessa história. Tinha que ser ele”.

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O filme era parte de um projeto do governo inglês chamado Calling Blighty: uma mensagem para casa. O objetivo era filmar os soldados mandando mensagens para o pessoal de casa e, depois, passá-los nos cinemas – tipo um Snapchat dos anos 1940. Por coincidência, a gravação de Harry acabara de ser colocada online pela Universidade Metropolitana de Manchester, e foi aí que a funcionária a encontrou.

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Mesmo com tantas pistas, porém, Adamson ainda não conseguiu encontrar nem Dorothy nem Harry – e não sabe sequer se algum deles continua vivo para receber a lembrança de volta. De fato, não há registros de que o soldado tenha morrido em batalha, mas ele parece ter evaporado no ar assim que a guerra terminou. Agora, o maior objetivo da caixa de supermercado é entregar a carta a ele. “Se não for possível, pode ser alguém da família – mas seria maravilhoso se pudesse ser ele, pessoalmente”, disse ela no Facebook.

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