Em 1879, o médico francês Charles Louis Laveran (1845–1922) se mudou para a Argélia com o objetivo de testar o método de diagnóstico da malária usado na época. Até então, os laboratoristas examinavam o sangue dos pacientes em busca de partículas negras que denunciavam a infecção. Não se sabia se outras doenças provocavam o mesmo efeito no organismo. Laveran quis tirar a prova. Mas, ao colocar o sangue de um doente pela primeira vez sob um microscópio – até então o teste era feito a olho nu –, teve uma surpresa. Ao lado dos grãos negros, surgiram microorganismos dotados de núcleos que se mexiam sem parar. Laveran intuiu que eles eram os causadores da doença e não as supostas bactérias, a que se atribuía a infecção na época. Quatro anos depois, na Itália, confirmou a hipótese, tornando-se o descobridor do plasmódio, protozoário que provoca a malária. Com isso, ganhou o Nobel de Medicina de 1907.