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Análise química do Santo Sudário pode estar errada

Em 1988, um estudo concluiu que o pano, supostamente usado para cobrir Jesus, era da Idade Média. Mas, agora, cientistas dizem que houve erros nessa pesquisa

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 24 jul 2019, 17h59 - Publicado em 24 jul 2019, 17h58

Ao longo dos séculos, o Santo Sudário esteve envolto em polêmica. Já foi (e ainda é) objeto de adoração, mas também de grande contestação e controvérsia. A suposta mortalha que teria envolto o corpo de Cristo após a crucificação passou por diversos estudos científicos com o intuito de determinar se é, ou não, autêntica. Em 1988, cientistas dataram de quando é o pano — mas, agora, um artigo afirma que o procedimento precisa ser refeito.

A pesquisa original, publicada em 1989 na revista Nature, concluiu através de datação por radiocarbono que o sudário foi confeccionado entre os anos de 1260 e 1390. Teria sido costurado no período medieval, um milênio e três séculos após a morte de Jesus. Mas pesquisadores da França e da Itália contestam os resultados. Segundo eles, os dados podem estar errados.

Desde o século 14 até 1983, a relíquia pertenceu à Casa de Savoia, importante família da nobreza italiana que tinha como base a cidade de Turim, no Piemonte, próxima dos Alpes e da França. Quando a Itália se unificou, foram eles que assumiram o trono do país. Na década de 80, a mortalha foi doada ao Vaticano, que a mantém guardada a sete chaves. Cinco anos depois, cientistas tiveram uma das poucas chances de examiná-la.

Três instituições de pesquisa foram autorizadas a conduzir seus próprios estudos de datação: a Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, o Instituto Federal de Tecnologia, na Suíça, e a Universidade de Oxford, no Reino Unido. Todos os grupos concluíram que a fabricação ocorrera naquele mesmo intervalo de tempo na Idade Média. Porém, os dados que embasaram essa afirmação não foram revelados.

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Em 2017, uma equipe liderada pelo pesquisador Tristan Casabianca entrou na Justiça para pedir acesso a essas informações — e conseguiu. Eles passaram os últimos dois anos avaliando os dados originais das pesquisas e comparando com os resultados que saíram na Nature. A análise estatística revelou falta de homogeneidade nas informações, e sugeriu que o procedimento deve ser feito de novo para cravar com confiança a data do sudário.

Segundo os pesquisadores, o estudo de 1988 é falho, porque utilizou somente um fragmento das beiradas do tecido. Casabianca e colegas acreditam que freiras medievais possam ter feito reparos na costura – o que levaria a um resultado distorcido na datação por carbono. Para tirar a dúvida de vez, seria preciso realizar análises em outras partes do Santo Sudário. Difícil será convencer o Vaticano a permitir novas investigações.

 

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