Não, tudo não passa de uma lenda popularizada pelo clássico da literatura de aventura King Solomon’s Mines (1885), do inglês Sir Henry Rider Haggard. Conhecido como um dos principais personagens do Antigo Testamento, Salomão viveu no século VIII a.C., governando Israel em seu apogeu imperial. Já a ficção de que ele possuía minas de ouro, prata e diamantes surgiu cerca de mil anos depois, no século VII d.C. “Nessa época, os europeus já desbravavam o mundo em busca de terras que fornecessem riquezas naturais de maneira fácil e abundante”, diz Eduardo B. de Albuquerque, antropólogo da Faculdade de Ciências e Letras de Assis, da Universidade Estadual Paulista. Como o continente africano era uma rica fonte de tesouros minerais e ainda não se conhecia seu interior, criou-se esta fábula em torno das posses de Salomão. “Na verdade, sua fortuna vinha da intensidade comercial de Israel, que ficava no meio da rota entre o Egito, os países árabes, o Ocidente e o Extremo Oriente”, afirma Eduardo.