Ele era pequeno – alcançava apenas 1 metro de altura quando se apoiava sobre as duas patas traseiras. E inofensivo – comia plantas e pequenos animais. Ainda assim, o dinossauro na ilustração aí embaixo é o mais novo orgulho da ciência brasileira. Desenterrado pelo paleontólogo Max Langer, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Sul, no início deste ano, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ele ainda não foi classificado e não tem nome. Mas não há dúvida de que vai agitar a Paleontologia. O motivo é que, com 220 milhões de anos, ele passa a ser uma das cinco espécies de dinossauro mais antigas já descobertas. Mais importante: as outras quatro, conhecidas há mais tempo, também eram de áreas do Sul do Brasil ou do norte da Argentina. Todas próximas a Santa Maria. “Portanto, o novo achado reforça a idéia de que os dinossauros surgiram na América do Sul”, disse Langer à SUPER. “O achado pode, sim, ajudar a esclarecer a origem dos dinossauros”, confirmou, pelo telefone, o americano Paul Sereno, da Universidade de Chicago. Um dos maiores caçadores de ossos da atualidade, Sereno foi quem achou, em 1993, na Argentina, o eoraptor, que tem 220 milhões de anos. Ou seja, a mesma idade da espécie de Santa Maria. Ambas são sócias do clube seleto dos dinos primitivos.
Quebra-cabeça de ossos Juntando os esqueletos de três animais da mesma espécie, deu para montar o dino brasileiro quase inteiro. Na perna (no detalhe acima), faltam apenas os dedos e alguns ossos menores da pata. Ela media meio metro, do pé à bacia.