Eduardo Szklarz
Isso poderia mudar a sua vida mais do que parece. Vamos nos concentrar só no que poderia acontecer com o nosso país. Para começar, o Brasil e a Argentina poderiam ter se unido em torno de uma paixão em comum: o fascismo. O coronel argentino Juan Domingo Perón estenderia o tapete vermelho aos nazistas logo após tomar o poder, em 1943. Já o presidente Getúlio Vargas se aproximaria da Alemanha, embora sem aceitar sua tutela. No caso do Brasil seria namoro, não casamento. Bom, pelo menos no início. Mas, tão logo o nazismo fincasse o pé em Buenos Aires, a Alemanha tentaria laçar o Brasil por meio de acordos econômicos, cooperação militar, programas culturais e agentes infiltrados em sindicatos. A operação começaria pelos 3 estados da Região Sul, por sua grande comunidade germânica. Se desse certo, ela abriria a porta para uma grande federação fascista composta de Brasil e Argentina, além de Uruguai e Paraguai.
Absurdo? Nem tanto: os nazistas operaram no Brasil e na Argentina nos anos 30. Financiaram escolas, mandaram espiões disfarçados de executivos e criaram células de seu partido por essas bandas, como afirma o ex-embaixador brasileiro Sérgio Correa da Costa no livro Crônica de uma Guerra Secreta: “Os nazistas sonhavam transformar esse continente de mestiços em um protetorado alemão”. E olha que não seria um sonho difícil se contassem com políticos como Francisco Campos, ministro da Justiça de Vargas. Mentor do Estado Novo, Campos queria criar aqui a Organização Nacional da Juventude, inspirada nas milícias de Mussolini.
Milhares de judeus, ciganos e outras minorias seriam mortos pelo nazismo, mas não na escala industrial do Holocausto. Sem ele, não teríamos tanta consciência sobre os direitos humanos. Ideias como racismo e totalitarismo não teriam sido tão desacreditadas. E a democracia seria bem menor: não estaria em 123 dos 203 países do mundo.
Bye bye, Brasil
Sem o conflito, nossa realidade viraria de cabeça para baixo
JÁ PARA A COZINHA
Milhões de mulheres foram trabalhar nos EUA e a na Europa enquanto os maridos combatiam no front da 2ª Guerra (assim como na 1ª Guerra). As duas ondas foram fundamentais para que as mulheres garantissem seu papel. Sem a segunda, os movimentos feministas não teriam acontecido tão cedo. A sociedade seria bem mais machista. E Dilma Rousseff não seria candidata à Presidência.
ENÉAS PRESIDENTE
O fascismo só virou coisa do demônio por causa da 2ª Guerra. Sem ela, o mundo ficaria divido em 3 blocos de poder: comunismo, capitalismo liberal e fascismo. O socialismo colapsaria de qualquer forma e o fascismo tenderia a ficar mais democrático. Mas, num cenário assim, a ideia de um radical de direita como Enéas Carneiro na Presidência não seria absurda. E o Brasil teria sua bomba atômica.
NAÇÕES HERMANAS
Moraríamos na URFS (União das Repúblicas Fascistas Sul-Americanas), um país formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai pela influência dos nazistas. Seria o 8º PIB do planeta. Além disso, iríamos para a África do Sul com uma equipe imbatível: o uruguaio Lugano chefiaria a zaga. Messi e Kaká regeriam o meio. Na frente, Robinho e Tevez.
SÓ PRECONCEITO
Sem a guerra, a promoção de ideias racistas continuaria. Foi na Inglaterra que despontou a eugenia, a busca pelo “aprimoramento” da humanidade. Não fosse sua apropriação pelos nazistas, os programas de esterilização dos deficientes e outros “indesejáveis” – praticados no Brasil, na Bélgica, na Suécia e em outros países nos anos 30 – continuariam.
NAZISTAS NA LUA
Os alemães é que teriam tomado a dianteira no programa espacial. A ciência dos foguetes veio de engenheiros germânicos que os EUA e a URSS pegaram após a guerra, como Wernher von Braun, herói da Nasa.