PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

E se… a Guerra Fria tivesse esquentado?

Os sobreviventes, dilacerados pelo fogo e pela radiação, têm que enfrentar anos de um rigoroso inverno nuclear, que ocorre devido ao bloqueio da luz do Sol causado pelo acúmulo de poeira e fumaça na atmosfera.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h28 - Publicado em 31 jan 2007, 22h00

Texto André Santoro e Diogo Ruic

As principais cidades dos EUA estão completamente destruídas. O país é um amontoado de cinzas com milhões de mortos. Os sobreviventes, dilacerados pelo fogo e pela radiação, têm que enfrentar anos de um rigoroso inverno nuclear, que ocorre devido ao bloqueio da luz do Sol causado pelo acúmulo de poeira e fumaça na atmosfera. O cenário se repete em outros países. Esse é o retrato de uma guerra nuclear em escala planetária apresentado no filme O Dia Seguinte, de 1983. Na ficção, a catástrofe começa quando americanos e soviéticos se estranham em Berlim, cidade que, antes da reunificação de 1989, era dividida por um muro – de um lado, ficavam os comunistas da Alemanha Oriental; do outro, os capitalistas da parte Ocidental.

A 3ª Guerra Mundial não aconteceu no mundo real, mas esteve por um triz em várias ocasiões (confira as 3 principais na página ao lado). Durante a Guerra Fria, período de tensão entre os EUA e a União Soviética (que se estendeu do fim da 2ª Guerra até 1991, quando a URSS foi dissolvida em vários Estados independentes), as duas superpotências e seus respectivos aliados se lançaram em uma disputa insana para ver quem produzia mais armas de destruição em massa – nucleares, principalmente.

Então por que ninguém apertou o botão? “Porque EUA e União Soviética sabiam exatamente qual era a capacidade de destruição de suas bombas”, diz a historiadora Maria Aparecida de Aquino, da USP. Além do número estratosférico de mortos – estimativas do início da década de 1980 apontam que os mísseis de ambos os lados tinham poder de fogo para causar a morte imediata de centenas de milhões de pessoas – era impossível prever qual seria a configuração política desse planeta cheio de crateras formadas pelos cogumelos atômicos. Se algum governo sobrevivesse à guerra, provavelmente não haveria muito o que governar.

Continua após a publicidade

Os dias em que o mundo quase acabou

ALERTA AMARELO – Guerra do Vietnã (1954-1975)

O que foi – Os EUA tentaram evitar na marra a expansão dos vietcongues, grupo comunista do norte que pretendia – e acabou conseguindo – derrubar o governo capitalista do Vietnã do Sul.

Onde morava o perigo – Os EUA poderiam evitar a retirada vexaminosa com uma solução, digamos, bombástica. O que reduziu esse risco foi o fato de a URSS não ter se envolvido diretamente no conflito.

Continua após a publicidade

Risco máximo – Foi em 1972, quando o presidente americano Richard Nixon resolveu bombardear o Laos e o Camboja, além de cidades do norte do Vietnã. Documentos da época mostram que ele cogitou o uso de bombas atômicas.

O que nos salvou – Movimentos pacifistas pressionaram o governo dos EUA a sair do Vietnã.

E se apertassem o botão? – Não seria difícil dizimar os vietcongues. Mas, distantes da zona de conflito, os EUA não poderiam garantir a segurança de aliados como o Vietnã do Sul, a Coréia do Sul e as Filipinas, que sofreriam ataques das forças soviéticas.

ALERTA LARANJA – Guerra da Coréia (1950-1953)

Continua após a publicidade

O que foi – Tropas comunistas norte-coreanas apoiadas pelos soviéticos invadiram a capitalista Coréia do Sul. Mas o bloco comandado pelos EUA freou a expansão. Empolgados, os americanos ordenaram a invasão do norte e foram enxotados por 300 mil chineses.

Onde morava o perigo – A 2ª Guerra mal havia acabado, e as brasas da partilha dos países perdedores ainda ardiam. A superioridade nuclear dos EUA era grande, o que aumentava o risco do vale-tudo para resolver qualquer parada, a exemplo do que havia ocorrido antes em Hiroshima.

Risco máximo – Em 1950, depois de invadir a capital norte-coreana Pyongyang, sul-coreanos e aliados se aproximaram perigosamente da fronteira com a China. Caso os americanos dessem um passo a mais, os soviéticos responderiam com fogo pesado.

O que nos salvou – Americanos e sul-coreanos não esperavam uma resposta tão enérgica da China e foram obrigados a recuar.

Continua após a publicidade

E se apertassem o botão? – Os soviéticos tinham um trunfo: a proximidade geográfica com a Coréia. Qualquer atitude mais ousada dos americanos resultaria no bombardeio imediato de seus aliados na região.

ALERTA VERMELHO – Crise dos mísseis de Cuba (1962)

O que foi – Os soviéticos resolveram instalar bases de lançamento de mísseis na ilha de Fidel, a menos de 200 quilômetros dos EUA. Foi uma resposta à instalação de mísseis americanos na Turquia.

Onde morava o perigo – A proximidade de Cubas com o território americano e a audácia dos soviéticos fizeram com que generais do Pentágono pressionassem o presidente Kennedy a adotar medidas enérgicas.

Continua após a publicidade

Risco máximo – Em 27 de outubro de 1962, dois aviões americanos foram abatidos – um em Cuba e outro na Sibéria. Enquanto isso, submarinos e navios soviéticos tentavam furar o bloqueio naval à ilha imposto pelos americanos.

O que nos salvou – A diplomacia. Nos bastidores, Kennedy e o líder soviético Nikita Kruschev sabiam que a crise poderia levar ambos a um combate nuclear. Em duas semanas, chegaram a um acordo: a URSS retiraria suas bases de Cuba e os EUA fariam o mesmo na Turquia.

E se apertassem o botão? – Se os americanos não conseguissem destruir rapidamente as bases de Cuba, os mísseis soviéticos poderiam alcançar a costa dos EUA. Cidades como Miami seriam destruídas e os dois lados se engajariam em um confronto sem vencedores.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.