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E se… o cristianismo não existisse?

O que não significa que eles manteriam o paganismo original. No fim do século 3, quando o cristianismo já era uma crença popular, outra fé disputava com ele os corações do império: o mitraísmo.

Por Tiago Cordeiro
Atualizado em 31 out 2016, 18h23 - Publicado em 31 jul 2007, 22h00

Se Jesus não tivesse existido – ou se a pregação cristã não tivesse se propagado com força suficiente para o nascimento de uma nova religião –, os romanos iriam continuar politeístas. O que não significa que eles manteriam o paganismo original. No fim do século 3, quando o cristianismo já era uma crença popular, outra fé disputava com ele os corações do império: o mitraísmo. Originário da Pérsia, o mitraísmo foi levado a Roma pelos legionários que voltavam das províncias do Oriente. Tornou-se o culto majoritário dos militares, converteu boa parte do senado e chegou ao topo do poder: no ano 274, o próprio imperador Aureliano mandou construir um templo e criou um corpo de sacerdotes para a religião. “Se o Império Romano não tivesse sido conquistado pelo cristianismo, ele certamente seria mitraísta”, diz André Chevitarese, professor de história antiga da UFRJ. Mas por que você nunca ouviu falar em mitraísmo? É que, com a vitória dos cristãos, essa religião foi banida no ano 391 e desapareceu. Ela surgiu por volta do século 3 a.C., inspirada no profeta Zaratustra, que tinha vivido por volta do ano 1000 a.C. O deus máximo, para quem as principais oferendas eram feitas, era Mitra, relacionado ao Sol. “O mitraísmo era menos fundamentalista e mais tolerante e democrático do que qualquer monoteísmo. Mas não havia espaço para as mulheres na vida pública”, diz o professor. Só que, com ou sem cristianismo, o islamismo se desenvolveria do mesmo jeito – já que é uma derivação direta do judaísmo. E seria uma religião de grande força. Sem a concorrência dos cristãos na Terra Santa, poderiam se lançar aos mares e conquistar novos territórios. Inclusive o Brasil.

A história do mundo sem a igreja

Planeta seria dividido entre mitraístas e muçulmanos

Ano 1 D.Z. (Depois de Zaratrusta) – Nascimento aproximado de Zaratustra, profeta persa que criou as bases do zoroastrismo.

800 – Surge na Pérsia a religião do mitraísmo, com preceitos tomados dos ensinamentos de Zaratustra.

1000 – Nascimento de Jesus Cristo. Ou não.

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Calendário cristão – 1 DC

1100 – O mitraísmo se espalha por todo o Império Romano, da Inglaterra ao Oriente Médio.

Calendário cristão – 100

1476 – O Império Romano se desfaz sem conflitos. Também adeptos do mitraísmo, os povos bárbaros fundam os próprios países. Sob a influência do mistraísmo, todo o território de Londres à Ásia Menor experimenta um grande desenvolvimento artístico.

Calendário cristão – 476

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1570 – Nascimento de Maomé. Nos séculos seguintes, o islamismo se espalha pelo Oriente Médio e pelo norte da África.

Calendário cristão – 570

Calendário muçulmano – 1

1900 – Os islâmicos invadem a Índia e a Europa. Ocupam a península Ibérica, o sul da Itália (até a cidade de Roma) e toda a faixa que vai da Grécia à Áustria. Tentam avançar mais para o norte, mas são contidos.

Calendário cristão – 900

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Calendário muçulmano – 330

2028 – Navegadores islâmicos descobrem as Américas e se estabelecem na ilha de Cuba. Dali se expandem para o norte, até a altura dos atuais estados americanos do Texas, de Oklahoma e do Tennessee, e ao sul, até o estado de São Paulo.

Calendário cristão – 1028

Calendário muçulmano – 458

2157 – Os territórios ao norte do Texas, ao sul de São Paulo e em áreas geladas, como nos Andes, não agradam aos muçulmanos, que não os ocupam. Os europeus mitraístas, que começaram as viagens de descobrimento depois, começam a ocupar essas áreas.

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Calendário cristão – 1157

Calendário muçulmano – 587

2300 – O clima do sertão nordestino agrada ao islã, que funda lá um califado muito rico. No sudeste, a baía de Guanabara se torna um pólo mercantil. As principais cidades mitraístas ficam onde estão Buenos Aires e Nova York. Índia e China se tornam muçulmanas.

Calendário cristão – 1300

Calendário muçulmano – 730

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2600 – Cresce a tensão religiosa. O exército maometano é atacado pelos mitraístas no Rio de Janeiro. Em retaliação, a base islâmica no Texas ataca o norte mitraísta. A guerra chega à Europa. Em 2604, o conflito torna-se global. Começa assim a 1ª Guerra Mundial.

Calendário cristão – 1600

Calendário muçulmano – 1030

2624 – Depois de 20 anos de batalhas, é decretado um armistício. Os mitraístas saem mais fortes do que os inimigos: conquistam territórios no Pantanal e na Amazônia. Os judeus ocupam parte de Jerusalém. A cidade é dividida ao meio por um muro.

Calendário cristão – 1624

Calendário muçulmano – 1054

2900 – Os islâmicos, que tinham saído da 1ª Guerra muito abatidos, se recuperam e começam uma grande escalada militar. Quinze anos depois, os muçulmanos atacam Paris e dão início à 2ª Guerra Mundial, que eles vencem.

Calendário cristão – 1900

Calendário muçulmano – 1330

3007 – Os mitraístas perdem territórios importantes. Nova York e Buenos Aires são islamizadas à força. De toda a população do planeta, 85% são muçulmanos. Os mitraístas se tornam um grupo radical que arremessa dois aviões contra a maior mesquita nova-iorquina.

Calendário cristão – 2007

Calendário muçulmano – 1437

 

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