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Encontrado registro mais antigo de morte por impacto de meteorito, em 1888

A pedrinha cósmica caiu em uma colina no Iraque. Dois homens foram atingidos, um ficou paraplégico e o outro morreu.

Por Carolina Fioratti
30 abr 2020, 17h14

Em 30 de novembro de 1954, uma mulher chamada Ann Hodges foi atingida por um meteorito enquanto dormia no sofá de sua casa no Alabama (EUA). A rocha de 4 kg atravessou o teto, destruiu seu aparelho de som e então atingiu sua perna esquerda. Apesar do ferimento grave, ela não morreu. Até então, esse era o único caso comprovado de uma pessoa atingida diretamente por um pedregulho extraterrestre. 

A história mudou. Um estudo conduzido por arquivistas da Universidade de Ege, na Turquia, revelou três documentos que registram a queda de um meteorito em 22 de agosto de 1888 no topo de uma colina localizada na cidade de Suleimânia, no Iraque. De acordo com os arquivos, havia dois homens no local – um ficou paraplégico e o outro morreu. 

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Gravura de Adolf Vollmy, feita em 1889 para o livro adventista Bible Readings for the Home Circle. Representação do fenômeno das Leônidas, que ocorreu em 1833. (Library of Congress/Public Domain)

As cartas escritas na época por autoridades locais indicam que, no momento do desastre, estava acontecendo uma chuva de meteoros, que durou cerca de dez minutos. Lembre-se: meteoro é o nome da luz gerada quando um meteorito (que é o nome da pedra em si) se aproxima do planeta e se desintegra graças ao atrito com a atmosfera. É que conhecemos como estrela cadente. Na maior parte das vezes, o meteorito vira pó antes de atingir a superfície. Em certas ocasiões, porém, um fragmento dele sobrevive e se choca contra a Terra. 

Além das vítimas em si, os documentos escritos em turco otomano – o pai da língua turca contemporânea – mostram que as plantações da região foram atingidas. Nas cartas, há relatos de uma bola de fogo vista por moradores sobrevoando o céu em uma cidade próxima antes de atingir a colina (e os homens nada sortudos que estavam ali).

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As chances de ser atingido por um meteorito são mínimas. Para você ter uma ideia, é mais fácil ser atingido por um raio – um acontecimento cujas chances já são de uma em um milhão para quem não se comporta de maneira arriscada (isto é, para quem não joga uma pelada em campo aberto durante um temporal de verão). Isso porque, como já explicamos, a maioria desses objetos nem chega a atingir o solo.

Mas não pense que, só porque poucos meteoritos atingem o chão, poucos meteoros penetram na atmosfera da Terra. Na verdade, a Nasa estima que 44 toneladas de material meteorítico caiam em nosso planetinho todos os dias. Acontece que elas caem em forma de pó. Nescau de meteorito. 

Os pesquisadores acreditam que as três cartas estudadas foram enviadas com amostras do meteorito assassino para avaliação de algum órgão governamental mais importante. Mas esses fragmentos não foram encontrados em nenhum museu da região. Escaparam de polícia. Então fica a dica. Da próxima vez que avista uma estrela cadente, faça apenas um pedido: que ela caia bem longe de você.

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