Existem gays no Irã?
Se o presidente Mahmoud Ahmadinejad diz que não existem, não deve perceber o que acontece na praça Daneshjoo, ponto de encontro dos gays de Teerã.
Texto Marcos Nogueira
Se o presidente Mahmoud Ahmadinejad diz que não existem, não deve perceber o que acontece na praça Daneshjoo, ponto de encontro dos gays de Teerã. Eles são obrigados a viver na mais absoluta clandestinidade, já que a lei islâmica vigente no Irã classifica a homossexualidade como pecado e crime. Como o país não é um exemplo de transparência, não há estatísticas confiáveis sobre a questão –, mas alguns grupos de ativistas gays afirmam que até 4 mil homossexuais foram executados desde que os aiatolás tomaram o poder, em 1979. Ainda assim, há quem ouse levantar a voz contra a perseguição sexual. A Organização Gay Iraniana mantém um site (irqo.net), uma revista e um programa de rádio, além de uma sede que, obviamente, não fica no Irã – mas em Toronto, no Canadá.
Perseguição implacável
Como a lei do Irã pune os gays
Lesbianismo
Crime: Sexo entre mulheres com contato genital (mosahqeh, em persa).
Pena: 100 chibatadas em cada parceira; morte na 3ª reincidência.
Sodomia
Crime: Ato sexual entre dois homens, com penetração (lavat).
Pena: Morte para os dois parceiros, se ambos forem maiores; menores de idade recebem 74 chibatadas.
Nuazinhas
Crime: Quando duas mulheres que não são parentes são flagradas nuas “sem necessidade” na mesma cama .
Pena: Até 99 chibatadas; 100 chibatadas na 2ª reincidência.
Nas coxas
Crime: Quando um homem esfrega seu pênis ou coxa na coxa de outro homem (tafkhiz).
Pena: 100 chibatadas em cada parceiro; o ativo, se não for muçulmano, é condenado à pena capital. A 3ª reincidência também é punida com a morte.
Beijo gay
Crime: Beijo entre dois homens, “com intenção lasciva”.
Pena: Até 60 chibatadas.
Peladões
Crime: Quando dois homens que não são parentes são flagrados nus “sem necessidade” na mesma cama.
Pena: 99 chibatadas.