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Gigante em chamas

Um supersônico despenca dois minutos após decolar em Paris. Era o começo do fim para o modelo de quase 3 décadas de atividade

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h16 - Publicado em 2 fev 2013, 22h00

Fred Linardi

Acidente aéreo
França – 2000 – 113 mortos

O céu de Paris estava limpo e azul na tarde de 25 de julho de 2000, quando a torre de comando do Aeroporto Charles de Gaulle autorizou a decolagem de um Concorde. Enquanto o piloto do voo 4590 da Air France acelerava na pista, o controlador de tráfego avisou que um rastro de fumaça saía da asa esquerda. A velocidade já era grande demais para que a decolagem fosse abortada. Ao deixar o solo, a aeronave começou a jorrar, em forma de fogo, 75 litros de querosene aviônico por segundo. Quase 5 km depois, o Concorde, já descontrolado, pendeu para a esquerda e caiu sobre um hotel. Morreram os 109 ocupantes do avião e 4 pessoas em terra.

Desde a estreia da primeira rota comercial do supersônico, em janeiro de 1976, nenhum Concorde jamais sofrera uma queda. Na pista de Paris, foram encontrados fragmentos de pneu do aparelho e uma lâmina de metal que caíra de um DC-10 da Continental Airlines, que decolara 5 minutos antes, a caminho de Boston.

Realizada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA, em francês), a perícia constatou que o metal foi o responsável pelo rompimento do pneu, cujo maior fragmento bateu na asa, gerando vibrações que racharam um dos tanques de combustível. Outro pedaço de borracha atingiu a parte elétrica do mecanismo retrátil, o que provocou as fagulhas que deram início ao fogo.

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O laudo oficial levou à condenação da Continental Airlines em 2010. A empresa recorreu. “A companhia acusa o órgão francês de parcialidade. Por outro lado, todos os Concordes foram recolhidos, sinal de que havia falhas”, diz Gustavo Cunha Melo, especialista em acidentes aéreos. “Esse caso vai mudar a concepção mundial em relação à responsabilidade civil e penal de engenharia aeronáutica”, afirma o professor de direito aeronáutico Daniel Celso Calazans. “Engloba quem projetou o avião, o construtor, a empresa responsável pela manutenção e as pessoas diretamente envolvidas, como os mecânicos.”

Os Concorde voltaram em outubro de 2001. Mas a imagem de seu acidente seria o ícone do fim. Naquele momento, o mercado de aviação civil estava mergulhado em crise. O modelo, que antes já tinha dificuldade para se mostrar economicamente viável, encontrou um cenário ainda mais difícil.

Em 26 de novembro de 2003, o modelo decolou pela última vez. Em 2010, rumores de que o Concorde voaria sobre Londres durante a abertura dos Jogos Olímpicos de 2012 foram desmentidos. Quem quiser ver de perto uma dessas belas aeronaves terá que buscar os museus de aviação.

 

Mistério sobre Nova York
As causas do acidente do voo TWA 800 não ficaram claras

Não se sabe o porquê. O fato é que, em 17 de julho de 1996, o voo 800 do Boeing 747-131, da companhia TWA, caiu 12 segundos depois de decolar do Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, tendo Roma como destino. As 230 pessoas que estavam a bordo morreram. A investigação que se seguiu foi a mais longa e cara para um acidente aéreo em toda a história americana. A dificuldade em chegar a uma conclusão sobre os motivos que levaram um dos tanques de combustível a explodir deu origem a uma série de teorias conspiratórias, que vão de atentado terrorista a um míssil disparado por engano a partir de um navio da Marinha.

Para saber mais

The Crash of the Concorde, Ann Byers, Rosen Central, 2003 
www.heritageconcorde.com

 

 

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