Hoje é festa
Muito antes das baladas no apê, o homem já se reunia para celebrações. Conheça algumas das festinhas mais animadas da história. Pegue o seu convite, porque aqui bicão não entra
Balada do Faraó
QUANDO: 3200 A.C
ONDE: Nas principais cidades do Egito antigo
M: Liras, arpas, flautas, castanholas e tamborins. E declamação de poemas aos deuses da natureza.
TRAJE: Para mulheres, vestido sem mangas até os tornozelos, jóias e guirlandas. Para os homens, kilts até os joelhos e, às vezes, túnicas de mangas curtas. E perucas para ornamentar a cabeça raspada.
POR QUE FESTEJAR: As baladas egípcias guiavam-se por ciclos agrícolas. A “Festa da Embriaguez” ocorria na pausa dos trabalhos para a inundação de inverno das margens do Nilo. Bebia-se vinho e cerveja. Para comer, bolos de cereais com cevada e trigo; tâmaras, amêndoas e legumes.
Como Faziam os Gregos
QUANDO: Século 5 A.C.
ONDE: Grécia Antiga
M: Cítaras, krotales (semelhante à castanhola), o salpynx (antecessor da trombeta), keras (precursor da trompa), tympanon (tambor) e hydraulos (órgão de água), executando hinos como o Epitáfio de Seikilos.
TRAJE: Túnicas de tecidos naturais, como linho.
POR QUE FESTEJAR: Competições atléticas e rituais aos deuses, como os Jogos Olímpicos; o Ditirambo em honra a Dionísio, deus do vinho e dos vegetais; e Simpósios, banquetes com vinho e sem comida para filosofar.
Noite do Tacape
QUANDO: 6 mil anos atrás
ONDE: Ao ar livre
M: Instrumentos de sopro e percussão.
TRAJE: Adornos como cocares, brincos e colares; roupas feitas de cascas de vegetais; e pinturas corporais caprichadas.
POR QUE FESTEJAR: Reverência aos antepassados. Os sambaquieiros, grupo pré-histórico que viveu no litoral do Brasil, faziam banquetes sobre os túmulos dos mortos. Comiam peixes e frutos do mar. Existem indícios de que usavam tabaco e raízes alucinógenas parecidas com a do Santo Daime.
Roma é Fogo
QUANDO: Século 2 a.C
ONDE: Em todo Império Romano que se estendia do norte da Inglaterra ao Oriente Médio
M: Inspirado no melhor da música grega.
TRAJE: Toga, espécie de vestido com pregas. Para decorar, jóias exóticas vindas dos mais distantes lugares do vasto Império. E nas regiões mais frias, peles de animais.
POR QUE FESTEJAR: Homenagem a deuses pagãos. Orgias celebravam Baco, deus do vinho, e as Afrodísias celebravam Afrodite, deusa do amor. No cardápio, vinho misturado com água, animais de caça, garum (alimento feito com a vísceras de peixes) e frutas frescas ou secas.
Kwarup
QUANDO: Desde o estabelecimento dos povos idígenas na região, entre os anos 800 e 1400 D.C
ONDE: Nas aldeias do alto Xingu
M: Canto, maracás (chocalhos de castanhas de pequi) e uruás (flautas longas).
TRAJE: Para homens, cintos coloridos e corte de cabelo “tigela”. Para mulheres, franjas e um triângulo feito de tronco de árvore sobre o púbis. E todos pintados com urucum.
POR QUE FESTEJAR: É uma cerimônia funerária que envolve mitos de criação da humanidade, iniciação dos jovens e relacionamento entre as aldeias vizinhas. Ao longo da festa, há lutas e rituais de iniciação sexual de moças e rapazes recém-saídos da puberdade.
Rei Morto, Rei Posto
QUANDO: Do século 13 ao final do século 18
ONDE: Na principais cidades da Europa e dos grandes palácios ás ruas
M: Entre a elite, música clássica, de câmara, operetas e balés. Nas ruas, valia qualquer coisa que fizesse barulho.
TRAJE: Na Espanha, o rei montava e vestia roupas da cavalaria. Em outras cortes, imperavam brocados e tecidos nobres, de preferência brilhantes.
POR QUE FESTEJAR: Celebrar um novo monarca. As festas tomavam conta do reino a cada coroação. Rei, corte, clero e nobreza participavam de banquetes com aves, caças e vinho. Para o povão eram servidas comidas à base de carnes menos nobres, pão, vinho e aguardentes – tudo bancado pelo rei.
1900 O baile do século
QUANDO: 1899
ONDE: Espalharam-se por todo o mundo ocidental a partir dos EUA
M: Big bands com arranjo de metais, piano e instrumentos de cordas tocavam o que fazia sucesso no lugar: rumba, chachachá, swing, foxtrote.
TRAJE: A rigor. Homens de smoking e mulheres com vestidos de baile.
POR QUE FESTEJAR: Diversão. A virada do século 19 marcou um início de euforia social. Existiam festas para todos os gostos: desde os bailes das elites até os mais populares, como as gafieiras.
Alaô, Esquindô, Esquindô
QUANDO: Desde as primeiras décadas do século 20
ONDE: Nas ruas do Brasil
M: Pandeiro, cuíca, repinique, surdo, tamborins, apito, cavaquinho. O melhor do samba.
TRAJE: Fantasias com plumas, paetês e lantejoulas.
POR QUE FESTEJAR: Diversão, expressão social e investimento mercadológico. O Carnaval espetáculo do Brasil é só um dos tipos de Carnaval. O Carnaval (ou festa da carne) existe desde a Roma antiga e até hoje é celebrado em muitos países.
Rave Eletro Beat Funk House
QUANDO: Começou na Inglaterra em 1988 e teve seu boom a partir dos anos 90
ONDE: Sitíos afastados dos grandes centros ou galpões em bairros industriais
M: Techno, trance, psy-trance, drum ·n· bass, house e outras variações de música eletrônica.
TRAJE: Piercings, stick fluor (botões fluorescents), tênis, óculos, camisetas, malabares e mochila.
POR QUE FESTEJAR: To rave, em inglês, significa delirar, entusiasmar. Isso já dá uma idéia do que é a festa. A idéia é se divertir – muitas vezes embalado por drogas sintéticas, como ecstasy.
Rock’n’Roll All Nigth
QUANDO: Desde a década de 1950
ONDE: Pode ser encontrado em praticamente todos os paises do mundo, desde porões até grandes casas de espetáculos e estádios de futebol
M: Guitarra, baixo e bateria.
TRAJE: Calças jeans, cabelos compridos e tatuagens.
POR QUE FESTEJAR: A cultura do rock quebrou tabus ao valorizar o corpo sexualizado nos anos 50. No anos 60, foi um veículo de comunicação da contracultura. Nos 70, o punk incorporou a rebeldia. Nos 80, a lógica do mercado domina a cena até o grunge dos anos 90 recuperá-lo como expressão de comportamento. Hoje, ser diferente é importante e a cena independente ganha vitalidade.