Há 2 mil anos a religião e a filosofia discutem o conceito de livre-arbítrio. Afinal somos realmente livres para fazer nossas próprias escolhas ou os fatores externos regem nosso destino? No século 20, a psicanálise veio complicar ainda mais o debate, quando Freud afirmou que o inconsciente influi em nosso comportamento de um jeito que não podemos prever. Um dos primeiros a escrever sobre o tema foi Santo Agostinho, no século 1. Seu conceito concentra-se na relação entre Deus e o homem, a quem caberia a opção de aceitar a bondade divina ou então viver no mal. Da idéia de Agostinho, permanece nas definições posteriores de muitos filósofos o caráter subjetivo da liberdade, ou seja, a noção de que está no homem o poder de decisão. No século 19, começaram a tomar as idéias existencialistas, onde a liberdade do indivíduo ocupa uma posição central. De modo geral, para os existencialistas (como o célebre francês Jean-Paul Sartre), o homem é livre para fazer suas escolhas e deve lidar com responsabilidade e conseqüências. Apesar das diversas correntes que apontam ser o livre-arbítrio apenas parcial ou mesmo impossível, é inegável que a discussão sobre o assunto ajudou a humanidade a questionar e até derrubar dogmas e teorias que justificavam o mundo como algo imutável e independente.