Marco zero
Esse pode ser o indício que faltava para colocar um fim na versão jesuítica de que a cidade foi fundada durante uma missa, no dia 25 de janeiro de 1554.
Cecília Prada
No ano que antecede a comemoração dos 450 anos da fundação da cidade de São Paulo, historiadores e ambientalistas se mobilizam para vasculhar a floresta da Cantareira em busca de provas arqueológicas sobre a verdadeira localização da Vila de Piratininga, fundada por Martim Afonso de Sousa em 1532, e que seria o núcleo originário da capital paulista. O movimento, liderado pelo ecologista Malcolm Forest, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, traz à tona uma tese de 1965, do já falecido historiador Wilson Maia Fina. Na época, ele encontrou documentos oficiais que mostravam a coincidência da povoação afonsina (que durou pouco, cerca de 20 anos) com bairros situados na região da Serra da Cantareira. Em 2001, a destruição da antiga capela de São Sebastião (na foto) deu novo impulso a essa tese. A remoção das paredes de taipa do final do século 19 revelou uma estrutura em pedra bem mais antiga, com cerca de 300 anos.
Esse pode ser o indício que faltava para colocar um fim na versão jesuítica de que a cidade foi fundada durante uma missa, no dia 25 de janeiro de 1554.