Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

No princípio era a válvula

As primeiras calculadoras eletrônicas usavam lampadazinhas iguais às dos rádios antigos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h11 - Publicado em 31 out 1999, 22h00

Spensy Pimentel

Como muitas outras invenções, o computador nasceu como uma máquina de guerra. A partir de meados da década de 30, quando o mundo caminhava para a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), cientistas dos Estados Unidos, da Alemanha e da Inglaterra se voltaram para o desenvolvimento de aparelhos capazes de decifrar os códigos inimigos e de executar os complicados cálculos necessários para os bombardeios aéreos. Essa tarefa impulsionava trabalhos de gênios como o inglês Alan Turing (veja o quadro na página 5) e o alemão Konrad Zuse (1910-1995). “O computador não tem um só inventor; ele é a confluência de um número muito grande de descobertas”, lembra Claudio Mammana, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo.

Na Alemanha, Zuse construiu para a Força Aérea nazista uma série de calculadoras eletromecãnicas que já usavam o sistema binário. Nos Estados Unidos, John Atanasoff criou, em 1939, um computador chamado ABC, que também usava esse sistema. A guerra terminou antes que aqueles protótipos se tornasse capazes de definir o resultado das batalhas. O primeiro computador moderno foi inaugurado em 1946, na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Era o Eniac (sigla em inglês para Integrador e Computador Numérico Eletrônico), um trambolho com cerca de 18 000 válvulas – aquelas lampadinhas que existem nos rádios antigos. O Eniac fazia cálculos mil vezes mais rápido que qualquer máquina anterior, mas tinha muitos problemas – pifava a toda hora e consumia tanta energia que, quando era ligado, as luzes na cidade de Filadélfia ficavam mais fracas, devido à queda de voltagem.

A lei do mais rápido

Na década de 60, Gordon Moore, um executivo da fábrica de processadores Intel, previu que o número de transístores em um chip dobraria a cada 2 anos, tornando os computadores cada vez menores e mais rápidos – e também mais baratos. O processador 286, lançado em 1982, tinha 134 000 transístores. O Pentium II, lançado em 98, tem 7,5 milhões. Os cientistas prevêem que a chamada Lei de Moore deva vigorar até 2010, quando os transístores serão tão pequenos que não será mais possível isolá-los eletricamente. A partir daí, já se pensa até em construir um chip que use sensores ópticos. Em vez de zeros e uns, os computadores processariam cores.

Do chip lascado ao chip polido

Como os computadores evoluíram até o primeiro PC.

1000 a.C – PRIMAZIA ORIENTAL

O ábaco é um instrumento de cálculo composto de pequenas contas de madeira presas a varetas, usadas como marcação para operações aritméticas. O número de barras representa o número de casas de um algarismo. Acredita-se que tenha surgido na Ásia, onde é difundido até hoje.

1822 – INGLÊS VISIONÁRIO

Projetada pelo inglês Charles Babbage (1791-1871) para calcular tábuas de logaritmos, a Máquina de Diferenças era uma calculadora de seis dígitos alimentada por um motor a vapor, que registrava resultados numa chapa de metal. Babbage também projetou uma máquina que funcionava com cartões perfurados, um rascunho do que seriam os computadores.

1939 – O PRIMEIRO ELETRÔNICO

Continua após a publicidade

O americano John Atanasoff e seu aluno Clifford Berry conceberam o Atanasoff Berry Computer (ABC), com 270 válvulas. A máquina resolvia equações, mas não era programável.

1642 – RELÓGIO-CALCULADORA

O francês Blaise Pascal (1623-1662) elaborou a Pascaline, uma máquina de somar que parecia um relógio e funcionava com engrenagens.

1890 – O FURO DE HOLLERITH

Continua após a publicidade

O americano Herman Hollerith criou a Máquina Tabuladora, para codificar informações em cartões perfurados. Os cartões foram usados em máquinas de calcular até os idos de 1980.

1941 – OFENSIVA NAZISTA

Em plena Segunda Guerra Mundial, o engenheiro alemão Konrad Zuse construiu a Z-3, uma calculadora eletromecânica muito eficiente do que suas similares americanas. A máquina foi destruída num borbardeio em 1944.

1943 – SEGREDO DE GUERRA

Continua após a publicidade

Como parte do esforço de guerra, cientistas ingleses construíram um precursor do ENIAC, o Colossus, utilizado para decifrar os códigos dos nazistas. Foi o primeiro computador eletrônico digital.

1947 – A REVOLUÇÃO DO SILÍCIO

Surge o transistor, um interruptor feito de silício que pode liberar ou bloquear a corrente elétrica, criando uma base de informação binária – um bit. Incorporado aos computadores, o transístor diminuiu seu tamanho e o consumo de energia.

1958 – RUMO AO MICRO

Continua após a publicidade

O engenheiro americano Jack Kilby inventa o chip, um dispositivo que reúne milhões de transístores em uma única lâmina de silício. Isso possibilitou a miniaturização dos computadores.

1943 -O PAI DO FTWARE

O húngaro John von Neumann (1903-1957) elaborou o plano para a construção do Mark-1, a primeira das chamadas Máquinas de von Neumann – computadores eletronicamente programáveis. A partir das idéias de Alan Turing, Von Neumann bolou os conceitos de software e de memória, e aplicou-os às suas máquinas.

1972 – COM PADRE E TUDO

Continua após a publicidade

O primeiro computador brasileiro, o Patinho Feio, é inaugurado na Universidade de São Paulo. O nome era uma brincadeira com o Cisne Branco, projeto de computador da Marinha.

1975 – O NASCIMENTO DO PC

Surge o Altair 8800, o primeiro microcomputador. O Apple II, primeiro micro a ser vendido todo montado, viria em 1977.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.