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O Ano-Novo lunar chinês não é lunar. É lunissolar.

Os muçulmanos são um dos únicos povos que se guiam verdadeiramente pelo calendário lunar. Já os chineses usam o lunissolar, que tem uma diferença crucial.

Por Maria Clara Rossini
26 dez 2024, 14h00

No Ocidente, combinamos que chamaríamos de “ano” o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do Sol. Isso totaliza 365 dias e uns trocados, que a cada quatro anos se somam e dão origem ao ano bissexto. O calendário da maneira como conhecemos hoje é uma criação relativamente recente, com apenas 442 anos. Ele é resultado de séculos de estudo de astronomia para que pudéssemos acertar o relógio.

O nosso calendário foi oficializado pela igreja católica em fevereiro de 1582, e por isso recebe o nome de calendário gregoriano – uma homenagem ao Papa Gregório XIII. Hoje, ele é o padrão no mundo todo. Mas as civilizações que não têm tradição cristã também tinham sua própria maneira de organizar o passar dos dias. É o caso da China.

O calendário chinês foi usado por mais de 3 mil anos: o termo Nian, que significa “ano”, aparece pela primeira vez na dinastia Zhou (1046 – 256 a.C.). Ele dá origem ao feriado mais importante do país, o Ano-Novo Chinês. Apesar do nome, ele é celebrado em vários países da Ásia.

A data também é conhecida como Ano-Novo Lunar, por se guiar principalmente pelas fases da Lua. Acontece que o calendário chinês não é lunar, e sim lunissolar. Essa forma de contar o tempo tem uma diferença crucial em relação a um calendário baseado na Lua.

Diferenças entre o calendário lunar e lunissolar

O calendário que usamos no dia a dia é solar. Ele se baseia somente no deslocamento da Terra em relação ao Sol, ignorando o movimento e fases da Lua.

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Já o calendário lunar se baseia apenas nos ciclos lunares. Dentro desse método, um ano consiste em 12 ciclos lunares completos, o que equivale a 354,5 dias. São 10,5 dias a menos em comparação ao calendário solar, fazendo com que o “ano-novo” lunar seja comemorado sempre em datas diferentes dentro do nosso calendário.

Historicamente essa foi a forma mais fácil de marcar o tempo, já que as fases da Lua podem ser vistas claramente no céu noturno. O problema é que as estações do ano dependem da translação da Terra, e não do movimento da Lua. Todo ano, o verão, inverno, outono e primavera caem em dias diferentes. Isso dificulta o planejamento da agricultura, por exemplo.

Os muçulmanos são um dos poucos povos que usam o calendário lunar para datas religiosas. Em 2025, o ano-novo islâmico vai cair no dia 26 de junho, marcando 1447 anos desde a peregrinação de Maomé entre Meca e Medina.

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Aquele que chamamos de “calendário lunar chinês” é, na verdade, lunissolar. Assim como o calendário lunar, esse método também marca o ano com base nos 12 ciclos da Lua. Só que, para sincronizá-lo com o movimento de translação da Terra e evitar o problema das estações, o calendário lunissolar inclui um 13º mês de tempos em tempos

O calendário chinês adiciona o mês extra a cada 32 ou 33 ciclos lunares. Isso ocorreu em 2023 e ocorrerá de novo em 2025. Nesse ano, o Ano-Novo Chinês cai no dia 29 de janeiro. Em 2026, será em 17 de fevereiro.

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Em 1912, o calendário chinês foi abolido pelo governo da China, que passou a utilizar o calendário gregoriano. Em 1949, o ano novo chinês foi renomeado como “Festival da Primavera”, e virou feriado nacional.

Uma das tradições do Ano-Novo Chinês é varrer a casa para (metaforicamente) expulsar o azar do ano anterior e atrair sorte para o ano seguinte. Lanternas vermelhas enfeitam as ruas, e as famílias se reúnem para jantar juntas.

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