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O aquecimento global fosse resfriamento global?

Vamos supor que o aquecimento acabe com as geleiras da Groenlândia, inundando de água doce o Atlântico Norte.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h22 - Publicado em 14 dez 2007, 22h00

Texto Fabio Marton

Pode ter certeza: seria pior, muito pior. E, aliás, ainda pode acontecer se continuarmos a aquecer o planeta. Isso porque a causa para uma nova Era Glacial pode ser justamente o aquecimento global.

Vamos supor que o aquecimento acabe com as geleiras da Groenlândia, inundando de água doce o Atlântico Norte. Sem o sal, a água marinha não pode afundar e voltar para o Caribe, fazendo a corrente do Golfo parar de funcionar. O norte europeu não tem mais verão e, a partir da Escandinávia, o gelo vai tomando a Europa ano após ano. Como o gelo é branco, reflete quase toda a luz do Sol, numa reação em cadeia que torna tudo cada vez mais frio. Pior: o gelo prende a água, e esse tipo de vapor de água é um gás que chega a ser 3 vezes mais potente que o gás carbônico no efeito estufa, que tanto causa o aquecimento global como torna a Terra habitável. Resultado: temperaturas globais de 10 graus Celsius a menos. Camadas de neve com quilômetros de espessura tomam o hemisfério norte do pólo até Nova York, Canadá, norte da Europa e talvez também a Argentina. Boa parte desses países se torna inabitável.

No Brasil, em compensação, maravilha: a Amazônia se transforma em cerrado. O clima aqui fica mais parecido com o da Argentina de hoje, florestas de araucárias tomam a paisagem até Minas Gerais. Temos neve todo ano em Curitiba, Porto Alegre e, vez por outra, até no Rio de Janeiro. Em vez de cana e soja, passamos a plantar trigo. E deliciosas cerejas para o Natal.

O remelexo das correntes no mundo

As correntes quentes ajudam a manter o nível dos oceanos. Ao esfriarem, elas fazem com que esse nível diminua – e alteram totalmente a paisagem do planeta

Como é hoje…

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A Alemanha e a Inglaterra ficam na mesma latitude do Canadá e da Rússia. A Europa recebe uma força do calor caribenho, pela corrente do Golfo – um fluxo de água quente que vai desde o golfo do México até o Atlântico Norte. A água sai do Caribe com menos sal do que quando ela chega à Europa. Chegando lá, ela se esfria e, por ser mais salgada, afunda e volta pelo leito do oceano, dando espaço para mais água chegar.

…E como ficaria se resfriasse

Com os rios inundando mares, a água fica sem sal. E assim ela não afunda, fazendo a corrente do Golfo parar de funcionar. O nível dos oceanos desce até 120 metros, fechando acessos marítimos como o canal do Panamá e o canal de Suez e separando o mar Negro do Mediterrâneo. A agricultura nos países do hemisfério norte entra em colapso, causando o caos humano e guerras territoriais por sobrevivência.

Pobres países ricos

Com o avanço das geleiras e a destruição da agricultura, imigrantes ilegais americanos, movidos pela fome, invadem o México. O mesmo acontece com ingleses na Índia. Guerras de conquista rumo ao sul se tornam o padrão. Com um clima temperado, o Brasil se torna um grande alvo.

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Minhocão carioca

A baixa dos oceanos muda o mapa do mundo inteiro. Toda a baía de Guanabara iria virar um laguinho, que encolheria com a evaporação da água, abrindo espaço para um intenso avanço urbano. A ponte Rio-Niterói viraria um elevado, tipo o Minhocão de São Paulo.

Atravessando o deserto

Durante a última Era do Gelo, o deserto do Saara era uma floresta tropical. A diminuição de temperatura permitiria à umidade do Atlântico e Mediterrâneo chegar com mais força ao deserto, tornando-o habitável novamente.

Cabeças quentes

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Para conter o resfriamento causado pela perda da corrente do Golfo, não vai faltar maluco propondo jogar mais carbono na atmosfera – e assim esquentar ainda mais este planetinha. Aliás, isso até já existe: na Rússia há um movimento pró-aquecimento global.

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