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Objetos misteriosos

Um mapa improvável, um ancestral do computador, uma relíquia suméria nos Andes e uma pilha inventada milênios antes do radinho

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h28 - Publicado em 31 ago 2003, 22h00

Thiago Lotufo

O mapa de Piri Reis

Em 1929, foi descoberto um mapa feito de pele de gazela que teria sido desenhado em 1513 pelo almirante turco Piri Reis. Ainda que tosca, a carta trazia detalhes da costa leste sul-americana e do litoral oeste da África – até aí, nada de espantoso. O que pasmou os pesquisadores foi o desenho da costa ocidental da Antártida, continente que só seria oficialmente descoberto cerca de 300 anos mais tarde. Mais que isso, mapeava as regiões de terra firme por trás das gigantescas calotas de mar congelado que as envolvem.

Apaixonado pela cartografia, Piri Reis tinha tanto prestígio junto aos governantes turcos que conseguiu acesso privilegiado à biblioteca imperial de Constantinopla (atual Istambul), que fora sede do Império Romano do Oriente. Em seus escritos, o almirante admitia ter baseado seu mapa em inúmeras outras cartas, algumas delas datadas do século 4 antes de Cristo. Mesmo que o homem já houvesse navegado em torno da Antártida nessa época, fica um mistério: a costa do continente gelado é rodeada de gelo há milhões de anos e não havia meios para se descobrir o que existia por trás dessa camada.

A pilha de Bagdá

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Para que alguém iria querer uma pilha elétrica na Bagdá de 2 mil anos atrás? Ainda não se sabe, mas é fato que um instrumento capaz de gerar energia foi encontrado em 1936, numa ruína próxima à capital do Iraque. O artefato era uma ânfora de barro contendo um cilindro feito de uma liga de cobre e estanho, com uma barra de ferro suspensa dentro dele. O arqueólogo alemão Wilhem Konig percebeu que o objeto estava corroído por uma substância ácida e concluiu que aquilo era uma pilha rudimentar.

Em 1940, o engenheiro americano Willard Gray construiu uma réplica da pilha de Bagdá e, usando uma solução de sulfato de cobre, conseguiu gerar cerca de meio volt de eletricidade. Nos anos 70, o egiptólogo alemão Arne Eggebrecht fez a bateria funcionar melhor ainda com um ingrediente abundante na antiga Mesopotâmia: com suco de uva, a pilha produziu 0,87 volt de energia. Uma das hipóteses para o uso da pilha é a medicina – os gregos antigos, por exemplo, usavam peixes elétricos como analgésico. Mas a corrente gerada é pequena demais. Outra possibilidade é a aplicação da energia para galvanizar metais na ourivesaria.

A Fuente Magna

Uma tigela de pedra, achada na Bolívia, contém inscrições semelhantes às de relíquias mesopotâmicas de 3500 anos antes de Cristo. O objeto, batizado de Fuente Magna, pode ser uma incrível descoberta arqueológica – ou uma fraude espetacular.

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A Fuente Magna foi encontrada em uma fazenda às margens do Lago Titicaca, a 80 quilômetros de La Paz, capital boliviana. Os pesquisadores Bernardo Yacovazzo e Freddy Arce, de uma ONG local, examinaram o objeto e concluíram que ele trazia inscrições em alfabeto cuneiforme e provavelmente era datado do período sumério. Eles sustentam que os sumérios podem ter estado nos Andes há milhares de anos, mas essa teoria é considerada um delírio pela imensa maioria da comunidade científica. As outras possibilidades são: ou alguém levou uma descoberta arqueológica da Mesopotâmia para a Bolívia ou a Fuente Magna não passa de um artefato forjado.

O mecanismo de Antikythera

Descoberto por mergulhadores que pescam esponjas no mar Mediterrâneo em 1900, o mecanismo de Antikythera pode ser o ancestral mais antigo dos computadores. O estranho dispositivo é formado por engrenagens de rodas dentadas, semelhantes às de um relógio de ponteiros. Ele foi encontrado dentro de um navio naufragado perto da ilha grega de Antikythera há cerca de 2 mil anos. Levado ao Museu Nacional de Arqueologia, em Atenas, o mecanismo deixou os cientistas intrigados quanto ao seu emprego. Em 1959, o professor Derek Price, da Universidade de Yale concluiu que a engenhoca era uma máquina capaz de prever as posições do Sol e da Lua no zodíaco em uma determinada data. Uma análise posterior, porém, revelou que o mecanismo de Antikythera era bem mais complexo do que Price imaginava. Michael Wright, curador do Museu de Ciência de Londres, descobriu em 2 000 que a máquina também poderia localizar as posições celestes de Mercúrio e Vênus.

Ocorre que os gregos, no início da era cristã, já conheciam também Marte, Júpiter e Saturno. Wright supõe que as partes do mecanismo responsáveis por esses planetas tenham sido perdidas.

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