Eduardo Lima, editor
Quanto mais a gente se informa sobre máfias internacionais, mais parece que elas estão metidas em todo tipo de maracutaia: da boca de fumo na esquina às megaoperações de lavagem de dinheiro. Segundo o especialista em negócios ilícitos Moisés Naím, ex-diretor do Banco Mundial, algo entre 20% e 25% da economia global passam pelos cofres de organizações criminosas – aproximadamente US$ 12,5 trilhões.
É muito dinheiro, movimentado por uma variedade quase incalculável de contravenções. Extorsão, chantagem e contrabando são as clássicas, operadas pelas máfias desde os seus primeiros passos, na Sicília do século 19. Mas tem também o bilionário negócio do tráfico de drogas, filé-mignon do crime organizado a partir da década de 1960. E as atividades ilegais mais recentes, típicas destes tempos de mundo globalizado e ausência de fronteiras econômicas: tráfico de armas (inclusive nucleares) e seres humanos, fraudes eletrônicas, biopirataria, imigração clandestina… A lista parece não ter fim. Até lixo tóxico vira lucro nas mãos dos mafiosos, como você descobrirá algumas páginas adiante.
Com tanta grana em jogo, fica fácil de entender porque a violência sempre foi – e continuará sendo – a marca registrada das máfias internacionais. Pouco importa a cor do passaporte que um mafioso carrega no bolso. Da italiana Cosa Nostra à japonesa Yakuza, passando pelos russos da Uralmash e pelos nigerianos infiltrados no Brasil, o rastro deixado por essas organizações é sempre vermelho – vermelho cor de sangue.
Boa leitura.