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Ovos de arte

A habilidade do joalheiro Peter Carl Fabergé  eternizou a opulência dos czares da Rússia em jóias feitas especialmente para a Páscoa

Por Fábio Peixoto
Atualizado em 31 out 2016, 18h17 - Publicado em 31 out 2000, 22h00

Quem nasceu primeiro

À primeira vista, não havia nada de especial no ovo esmaltado de pouco mais de 6 centímetros que a czarina Maria Feodorovna ganhou do marido na Páscoa de 1885. Mas, sob a cobertura branca, uma gema removível de ouro revelava uma galinha feita do mesmo material. E a ave escondia dentro de si um ovo de rubi, envolto por uma réplica de diamante da Coroa Imperial. O czar Alexandre III ficou tão impressionado que logo encomendou ao autor da peça, o joalheiro Peter Carl Fabergé, um ovo para o ano seguinte. Depois do chamado Primeiro Ovo, outros 55 foram produzidos – e a Páscoa da família real russa nunca mais foi a mesma.

Miniaturas históricas

Apesar de sua reconhecida habilidade manual, Fabergé apenas idealizava os trabalhos, que eram realizados por mestres-artesãos. Na confecção de muitos dos ovos de Páscoa imperiais, ele se baseava em acontecimentos importantes para a família real. O Ovo do 15o Aniversário, de 1894, comemora a ascensão do czar Nicolau II ao trono, trazendo imagens da realeza.

Minutos preciosos

O Ovo do Cuco, de 1900, é um ótimo exemplo de como Fabergé aliava a beleza à engenhosidade. Ornado com pérolas e diamantes, o relógio oval possui um botão na parte de trás que aciona um cuco mecânico. Com olhos de rubi e plumas de verdade, ele canta, mexe o bico e balança as asas. Em 1985, o milionário norte-americano Malcom Forbes tornou-se o maior proprietário de ovos de Fabergé, ao comprar o Ovo do Cuco por 1,76 milhão de dólares. A Galeria da Revista Forbes, em Nova York, conta com outros 11 ovos.

Caixinhas de surpresa

Descendente de franceses, Fabergé nasceu em São Petersburgo, Rússia, em 1846. Aos 26 anos, ele herdou a companhia da família, especializada em produzir objetos decorativos. Joalheiro oficial da família real, Fabergé tinha o hábito de esconder surpresas nas jóias, como a carruagem de ouro do Ovo da Coroação, de 1897.

 

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Ovo em fuga

Quando Maria Feodorovna fugiu da Rússia, em 1919, quase toda a sua família tinha sido executada pelos comunistas. Eles haviam tomado o poder em 1917, pondo fim a mais de três séculos de reinado da dinastia Romanov. Ao deixar o país, Maria levou consigo poucos pertences. Entre eles estava o Ovo Cruz de São Jorge, que ela havia ganhado do filho, o czar Nicolau II, em 1916. A obra é mais simples do que a maioria dos ovos de Fabergé, pois foi criada num momento em que a Rússia sofria com a Primeira Guerra Mundial.

Valor reconhecido

Depois que os revolucionários bolcheviques conquistaram o poder na Rússia, substituiu-se o luxo dos czares pela parcimônia. A oficina de Fabergé foi fechada em 1918. Ele fugiu para o exterior, onde contava com a reputação de melhor joalheiro do mundo. Faleceu na Suíça, em 1920. Atualmente suas obras alcançam altos valores em leilões. Principalmente os ovos de Páscoa imperiais. O recorde pertence ao Ovo de Inverno (à esquerda, acima), com cerca de 3 000 diamantes e 360 rubis, vendido por 5,5 milhões de dólares em 1994. O Museu Riverfront, em Wilmington, Estados Unidos, está promovendo a mais completa exposição da obra de Fabergé, aberta até 18 de fevereiro do próximo ano. Entre as cerca de 1 000 peças estão vários ovos de Páscoa, como o Ovo de Gelo (à direita, acima), um dos poucos que não foram feitos para a família real russa. Ele foi encomendado em 1914 por Emanuel Nobel, sobrinho milionário do inventor Alfred Nobel – mentor do prêmio que leva seu sobrenome. A mostra conta ainda com o Ovo do Kremlin (à esquerda), que retrata a cúpula da Catedral da Assunção, em Moscou, e o Ovo da Laranjeira (à direita), que tem um rouxinol mecânico que sai das folhagens para cantar.

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