Para explicar o inexplicável
Nós, jornalistas, nos desdobramos para buscar respostas às dúvidas que possam passar pela sua cabeça.
Marcos Nogueira
Quando você compra uma revista, você busca explicações – sejam elas sobre geopolítica, ciência, fofocas da televisão ou receitas de coxinha. Nós, jornalistas, nos desdobramos para buscar respostas às dúvidas que possam passar pela sua cabeça. Mas temos a obrigação de fugir das explicações definitivas, pois tudo pode ser visto sob inúmeros ângulos: assumir esta ou aquela versão de determinado fato é atolar no pântano das convicções pessoais. O negócio se complica ainda mais na hora de escrever sobre mistérios. Ao pisar no terreno do inexplicado – em alguns casos, do inexplicável -, é preciso explicar por que tal coisa não pode ser explicada. Viu o tamanho do rolo? Aí que está a diversão. E mistério é o que não falta. Dos buracos negros nos confins do Universo ao ronronar dos gatos, faltam peças para completar os quebra-cabeças que esclareceriam uma infinidade de questões. Por quê? Por muitas razões.
No caso dos enigmas históricos, geralmente a documentação é insuficiente para reconstituir os fatos com fidelidade. Quando o assunto é religião ou espiritualidade, o rigor científico é confrontado com a força da fé. Na investigação dos mistérios do Universo e da natureza, o avanço da ciência às vezes esbarra nos limites da capacidade humana – que, é justo dizer, estão em constante expansão. Não bastassem os enigmas clássicos, os cientistas acumulam a tarefa de averiguar fatos que aparentemente foram criados pela imaginação fértil do homem. Tome por exemplo o exaustivo rastreamento do fundo do lago Ness, na Escócia, à procura de um monstro com aparência de dinossauro. Nada foi encontrado até agora, mas dá para dizer que o bicho não existe? Não temos a resposta definitiva para essa nem para qualquer outra pergunta deste especial. Se tivéssemos, acabaria todo o mistério.