Relâmpago: Revista em casa a partir de 10,99

Para manter vivas as escritas mortas

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h11 - Publicado em 30 abr 1998, 22h00

Como se decifra um alfabeto antigo?

Não há uma regra geral, cada caso é um caso e dá um trabalhão danado. “O primeiro passo é tentar identificar e contar os sinais e saber com que freqüência eles se repetem”, diz o egiptólogo Antonio Brancaglion Junior, da Universidade de São Paulo. Há três tipos de alfabeto: o fonético (em que cada letra representa um som, como o alfabeto da nossa língua), o silábico (em que cada letra é uma sílaba, como o chinês) e o icônico ou logográfico (em que os sinais representam idéias ou coisas, como o japonês antigo). Mas, só para complicar, há alfabetos que misturam os três tipos.

Depois, trata-se de montar um quebra-cabeça. Os filólogos comparam textos na língua antiga com línguas modernas influenciadas por ela, para identificar palavras próximas. Aí, vão substituindo sinais novos pelos antigos e isolando unidades de significado.

A fala de certas línguas mortas é irrecuperável, pois não se sabe mais como soavam. Mas isso não impede a sua tradução, pelo menos em parte, como acontece com o alfabeto maia, do México.

Os hieroglifos egípcios foram um mistério até 1821, quando o francês Jean-François Champollion decifrou a Pedra de Roseta, que estava no Museu Britânico, em Londres. Ela apresentava um mesmo documento escrito em duas línguas e três alfabetos: grego, egípcio demótico (uma simplificação dos hieroglifos) e hieroglifo. Após muitas tentativas, o arqueólogo conseguiu desvendar e escrever uma gramática da língua egípcia antiga, embora ainda existam hieroglifos indecifrados. Várias escritas ainda não foram desvendadas, como a rúnica, dos vikings, e a etrusca, da Itália pré-romana.

Continua após a publicidade

A sua revista egípcia

Se a SUPER circulasse no Egito antigo, teria o título ao lado, escrito em hieroglifo.Você teria que pedir ao jornaleiro uma “Achaa Chaat”

Continua após a publicidade

Achaa (muito): o braço vermelho é um “a” curto; o retângulo é o “ch”; e o abutre, um “a” longo. O lagarto tem uma função enfática. Sozinho, já quer dizer “muito”. Os egípcios tinham mais de uma maneira para grafar a mesma palavra.

Chaat (curioso): o retângulo azul é “ch”; o abutre um “a” longo; e o semicírculo azul um “t”, que indica o gênero femino da palavra. O símbolo amarelo é um lingote de metal, de função decorativa. O retângulo azul e vermelho mostra que a palavra é abstrata.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.