O registro mais antigo do termo está em um dicionário espanhol do século XVIII, que o define como “apelido dado a estrangeiros que falam castelhano com forte sotaque”. Como a expressão “falar grego”, significando uma língua ou dialeto difícil de entender, já existia na Espanha, acredita-se que a palavra teria originado como corruptela de griego (“grego” em espanhol). “É possível que griego anasalado tenha se transformado em griengo e, depois, em gringo”, diz o etimólogo Deonísio da Silva, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). O curioso é que a palavra se espalhou por todos os países da América Latina e cada um criou uma lenda diferente para explicar sua origem.
No Brasil, há quem diga que tudo começou com a instalação de bases militares americanas no Recife, durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados vestiam uniformes verdes e, segundo essa versão, incentivavam uns aos outros, nos treinamentos, com a exclamação “green, go!” (“vai, verde!”). Tudo balela, como comprova o tal dicionário compilado pelo padre Esteban de Terreros y Pando, em torno de 1780.