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Por que ninguém consegue acabar com a guerra na Colômbia?

O principal motivo é que a enrascada por lá é uma guerra de guerrilhas, um tipo de combate típico de pequenos grupos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h24 - Publicado em 29 fev 2008, 22h00

Texto Cristina Charão

O principal motivo é que a enrascada por lá é uma guerra de guerrilhas, um tipo de combate típico de pequenos grupos. Sabendo que não podem bater de frente com um exército mais poderoso, os guerrilheiros colombianos atacam “no varejo”: armam emboscadas, sabotam prédios públicos e praticam seqüestros e extorsões. A tática às vezes dá certo: a resistência guerrilheira foi fundamental para a derrota americana no Vietnã e, agora, é o obstáculo para que os EUA controlem o Iraque. Mas a briga na Colômbia tem outros ingredientes. “O conflito é todo financiado pelas drogas”, afirma a jornalista Constanza Vieira, especializada na guerra civil. Milícias de latifundiários nascem por iniciativa dos traficantes. E guerrilhas que se dizem comunistas, como as Farc e o ELN, garantem seu financiamento taxando a venda de drogas em territórios sob seu controle. Do outro lado do front, o governo torra 6% do PIB em gastos bélicos – proporcionalmente, mais que os ultramilitarizados EUA e Israel. Para alguns especialistas, entretanto, investir só em armas não vai pôr fim a 6 décadas de conflito. “A Colômbia é um país desigual, formado por culturas diferentes – do Pacífico, do Atlântico, da floresta, dos Andes – que nunca se integraram. A solução tem de passar pela construção dessa unidade nacional”, diz André Martin, professor de geopolítica da USP.

Folha corrida

4 milhões de pessoas afetadas em 60 anos de conflito

Razão do seqüestro 2

Não definido – 14%

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Político – 21%

Extorsão – 65%

Situação dos seqüestrados 2

Cativo – 13%

Morto – 6%

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Libertado / resgatado / fuga – 81%

Expulsos pelas guerrilhas (por ano) 3

2000 – 317 mil

2001 – 341 mil

2002 – 412 mil

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2003 – 207 mil

2004 – 287 mil

2005 – 316 mil

Vítimas de extorsão (por ano) 2

2000 – 1,7 mil

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2001 – 1,9 mil

2002 – 2 mil

2003 – 2,2 mil

2004 – 2,3 mil

2005 – 1,8 mil

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2006 – 1,6 mil

Fontes: 1 Indepaz; 2 Fonde Libertad (dados de extorsão entre 1998 e 2007, dados de seqüestro entre 1996 e 2007); 3 Codhes; 4 Fundación Seguridad y Democracia. Mapas: Divisão Antinarcóticos da Polícia Nacional da Colômbia.

Selva de siglas

Guerrilhas têm 24 mil homens. Efetivo do governo é 20 vezes maior

FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA (FARC)

INTEGRANTES – de 12 mil a 14 mil 4

EXTORSÕES – 140/ano 2

SEQÜESTROS – 565/ano 2

O QUE QUEREM – Derrubar o governo e implantar o comunismo.

QUANDO SURGIRAM – 1964.

SITUAÇÃO ATUAL – Enfraquecida pela repressão, ainda é a maior guerrilha da Colômbia e o único grupo que não negocia a paz com o governo, apesar da libertação de prisioneiros como Clara Rojas e Consuelo Gonzáles.

EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO NACIONAL (ELN)

INTEGRANTES – de 1 000 a 1,5 mil 4

EXTORSÕES – 32/ano 2

SEQÜESTROS – 449/ano 2

QUANDO SURGIU – 1964.

O QUE QUER – Atualmente diz lutar por reformas contra a desigualdade, e não mais pela tomada do poder.

SITUAÇÃO ATUAL – Nos últimos anos, o ELN perdeu um grande número de INTEGRANTES – na disputa com as forças oficiais e grupos paramilitares. Desde 2006, discute com o governo um plano de desarmamento.

GRUPOS PARAMILITARES

INTEGRANTES – 9 mil 4

EXTORSÕES – 92/ano 2

SEQÜESTROS – 165/ano 2

O QUE QUEREM – São a resposta dos narcotraficantes e latifundiários às guerrilhas de esquerda, que avançavam sobre suas terras e lucros com a cobrança de taxas.

SITUAÇÃO ATUAL – O governo anunciou a desmobilização das milícias – desde 2006, 32 mil pessoas teriam deixado esses grupos. Mas os remanescentes já se reorganizam.

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