No Egito antigo, madeixas longas eram exclusividade dos de posição social superior. Quando não tinham cabeleiras, faraós e guerreiros simulavam o visual com mantos ou perucas, o que ajudava a distingui-los dos sacerdotes, que usavam corpo e cabeça raspados. “Um nobre não permitia que cortassem seu cabelo, mas um pobre não tinha como resistir a isto”, diz Francisco Marshall, do Núcleo de História Antiga da UFRGS.
Foi Alexandre Magno (356-323 a.C), rei da Macedônia, quem rompeu com a tradição, exigindo dos guerreiros pelos tosados: a ideia era evitar que o inimigo os prendessem pelo cabelo.
No século 17, para disfarçar a calvície, o rei francês Luís 14 passou a usar a famosa peruca branca. O resto da corte o imitou, iniciando uma nova moda de cabelos compridos, que foi levada à Inglaterra por Carlos 20 e continuou restrita à nobreza. Os fios eram tirados do rabo de cavalos e os cachos eram feitos com cilindros aquecidos em fornalhas de padaria. A divisão da sociedade entre cabeludos e não cabeludos ficou clara durante uma guerra civil inglesa, ainda no século 17. “Pequenos comerciantes, de cabelos curtos, lutaram contra combatentes de cabelo comprido, que defendiam o absolutismo da nobreza”, explica o historiador Peter Burke, da Universidade de Cambridge, EUA.
As perucas só saíram de moda na Europa depois da Revolução Francesa.