Até onde se sabe, o avô do homem – o Homo sapiens – foi um primata de nome Homo erectus, que surgiu há cerca de 1,5 milhão de anos e desapareceu 1 milhão de anos mais tarde. Mas a história talvez não seja tão simples, diz o alemão Friedmann Schrenck, paleontólogo do projeto internacional “Corredor dos Hominídeos”. Ele investiga a região que fornece as melhores informações sobre as origens do homem – o leste da África – e após dez anos de busca encontrou no Malavi, pequeno país africano, uma estranha mandíbula de 2,4 milhões de anos. Batizada de Rodolfo e arquivada segundo a sigla UR501, Schrenck acredita que ela pertenceu a uma nova espécie, o Homo rudolfensis. Por sua idade, esse primata teria sido o primeiro representante do gênero humano, em lugar do erectus. Também pertenceriam ao rudolfensis um pedaço de crânio e outra mandíbula, ambos de 2 milhões de anos, descobertos 20 anos atrás. A nova espécie seria mais antiga que o Homo habilis, precursor do erectus, que nem todos classificam no gênero Homo (ele seria, na verdade, um Australopithecus, antecessor do Homo). A tese de Schrenck ainda está sendo avaliada, mas vai dar o que falar.