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Stephen Hawking

Com uma condição degenerativa fatal e uma mente extremamente ágil, ele desvendou os mistérios dos buracos negros

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h16 - Publicado em 8 mar 2013, 22h00

Tudo no mundo um dia termina. E quem demonstrou isso foi Stephen Hawking.

O famoso físico britânico é uma das figuras científicas mais conhecidas da atualidade. Enquanto debatem se ele é o digno sucessor de sir Isaac Newton, fato é que ele passou 30 anos na cátedra que já pertenceu ao pai da gravitação na Universidade de Cambridge, depois de obter resultados revolucionários no campo da cosmologia.

A carreira dele já seria fantástica para uma pessoa qualquer. Mas Hawking se agigantou ao contrariar a previsão dos médicos de que não sobreviveria a uma doença degenerativa rápida e mortal conhecida como esclerose lateral amiotrófica.

Foi em 1962, aos 20 anos, que o físico começou a manifestar os primeiros sintomas da doença. De progressão usualmente acelerada, ela é caracterizada pela crescente paralisia dos músculos, culminando com a incapacidade de respirar e a morte. O médico previu que Hawking não viveria mais três anos.

Contudo, a doença se estabilizou e entrou numa marcha lenta sem precedentes. Não que Hawking não tenha pago um alto preço, com a crescente perda de controle do corpo. Mas, surpreendendo a todos, o cientista conseguiu ter uma carreira e uma vida plenas, tendo filhos e chegando à aposentadoria.

“Ele é um físico excelente numa situação incomum”, diz Nathan Berkovits, pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em São Paulo, resumindo a reputação de Hawking.

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O maior feito científico do físico inglês foi demonstrar que os buracos negros não são completamente negros, mas emitem uma pequena quantidade de radiação.

Até então, pensava-se que esses objetos – normalmente fruto da implosão de uma estrela de alta massa que esgotou seu combustível – fossem imortais. Como nada consegue escapar de seu campo gravitacional, inclusive a luz, o futuro do Cosmo tenderia a ter somente buracos negros gigantes, que permaneceriam para todo o sempre.

Contudo, ao combinar efeitos da mecânica quântica à relatividade geral, Hawking descobriu que a energia do buraco negro poderia “vazar” lentamente na forma de radiação. Com isso, ao longo de zilhões de anos, até mesmo esses aparentemente indestrutíveis objetos tendem a deixar de existir.

Se Hawking cativou os físicos com essa previsão surpreendente, ele conseguiu capturar com igual habilidade a imaginação do público com vários livros de divulgação científica, a começar pelo best-seller Uma Breve História do Tempo, de 1988.

A imagem do “gênio preso a uma cadeira de rodas que se comunica por um sintetizador de voz” era irresistível demais para a mídia, e Hawking soube usar sua fama em favor de causas importantes, como a defesa dos direitos dos deficientes físicos e a advocacia da exploração espacial.

Convencido de que a humanidade precisa colonizar outras partes do Cosmo para sobreviver, Hawking é um dos primeiros passageiros na lista de espera da empresa Virgin Galactic, que deve realizar voos suborbitais nos próximos anos. Ele espera seguir usando sua imagem, agora, para promover a conquista do espaço.

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CELEBRIDADE CIENTÍFICA

1992
Hawking participa, como ele mesmo, de um episódio da série de TV Jornada nas estrelas – A nova geração.

1994
O grupo Pink Floyd inclui trechos de falas do sintetizador de Hawking na música Keep talking.

2007
Aos 65 anos, faz um voo parabólico em avião que simula a sensação de ausência de gravidade que se sente no espaço.

2012
Hawking faz uma ponta num episódio de The Big Bang Theory e corrige um cálculo de Sheldon.

Imagem: GettyImages

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