Tiago Oliveira
Você acha que o pau está comendo só no Afeganistão? Pois não poderia estar mais longe da verdade. Os bombardeios americanos, por mais terríveis, são só uma gota d’água num oceano de violência. A Super se enfurnou em jornais internacionais e conversou com especialistas em conflitos para descobrir todas as outras guerras que, neste exato momento, estão matando gente – 23 ao todo, a maioria na África e na Ásia. Uma triste constante em todas é a enorme mortalidade de civis. Até 1950, 50% dos mortos em guerras eram militares. Nos anos 70, a proporção caiu para 27% e, nos 80, para 15%. Hoje os militares são 5% dos mortos.
Política
As guerras políticas, que eram as mais comuns nos tempos da Guerra Fria, estão em extinção. Só restam algumas guerrilhas socialistas na América do Sul (Colômbia e Peru) e na África.
Étnica
Essa é a razão mais freqüente para conflitos desde que o fim da Guerra Fria revelou ressentimentos antes maquiados, como na já pacificada Bósnia e na guerra civil do Afeganistão.
Religiosa
Todas as grandes religiões tomam parte em alguma guerra. Até o budismo, geralmente visto como pacifista, está envolvido em um sangrento conflito contra os hinduístas na ilha de Sri Lanka.
O número de mortos em guerras em cinco países europeus – Inglaterra, França, Áustria, Hungria e Rússia – dá um bom exemplo de como os conflitos estão ficando mais letais. Entre 1100 e 1900, 10 milhões morreram em guerras nesses países. Só no século XX, foram 16 milhões de mortos.