No início das civilizações, não havia moeda. Quem pescasse mais peixe que o necessário para seu sustento trocava o excesso com outra pessoa. Esse movimento natural é chamado de escambo, uma simples troca de mercadorias sem equivalência de valor, que era a forma de comércio dominante nas sociedades antigas e perdurou até a Idade Média. Como ainda há hoje em dia povos de economia primitiva, em regiões de difícil acesso, ainda se pode encontrar na atualidade pontos de escambo.
Mas esse tipo de economia, que começou naturalmente pela necessidade, mudou de figura ao longo da história. A troca também confi gura um desejo de se ter o que o outro pode oferecer de diferente. Assim os portugueses rapelaram boa parte do ouro dos colonizados da África. Cientes dos gostos dos nativos africanos, os portugueses tomavam-lhes suas riquezas e davam em troca roupas, colares, panelas e artigos como as “bacias de urinar” (penicos), um verdadeiro sucesso no escambo.
Só entre 1504 e 1582, mais de 270 mil penicos foram trocados por ouro. Antes disso, as mercadorias utilizadas para escambo geralmente se apresentavam em estado natural, variando conforme as condições de meio ambiente e as atividades desenvolvidas pelo grupo. A maior dificuldade era o fato de não haver uma medida comum de valor entre os elementos a serem permutados. Com o tempo, alguns produtos passaram a ser mais procurados que outros e assumiram a função de moeda, servindo para avaliar-lhes o valor. Mas essa já é outra história (leia texto abaixo sobre dinheiro).