Vidas de poesia e religião
Um pouco dessa trajetória exemplar, em que poesia, religião, amor e política se misturam, pode ser conhecido no fluente Dante (Objetiva), do americano R. W. Lewis.
Leandro Sarmatz
Talvez apenas William Shakespeare seja capaz de rivalizar com Dante Alighieri (1265-1321), autor de A Divina Comédia (apenas Comédia, quando a obra chegou a termo; o adjetivo é mais tardio) e de A Vida Nova, jóia que prenuncia toda uma sensibilidade moderna. Embora o titã britânico seja mais “popular” devido às incontáveis adaptações teatrais e cinematográficas, Dante é essencial tanto pela beleza de seus versos quanto pela força com que ele nos apresenta as estruturas do imaginário cristão.
Um pouco dessa trajetória exemplar, em que poesia, religião, amor e política se misturam, pode ser conhecido no fluente Dante (Objetiva), do americano R. W. Lewis. A obra faz parte da série “Breves Biografias” da editora carioca, que já esquadrinhou as vidas de, entre outros, Buda, Mozart, Joyce, Proust e, agora também, João XXIII.
E tão exemplar (embora bastante diverso) quanto o de Dante, o percurso do “papa do povo” é tema de Papa João XXIII, do americano Thomas Cahill, especialista em história das religiões. Cahill descreve com apaixonada intensidade um homem muito especial: Angelo Giuseppe Roncalli, feito papa aos 76 anos, foi um religioso mais próximo do povo do que do poder. Renovador em muitos aspectos, deixou para milhões de católicos um legado de tolerância e desapego.