Vila olímpica construída por Hitler existe até hoje em Berlim
A vila olímpica nazista, que hospedou 4 mil atletas, foi uma das mais luxuosas. Durante a Segunda Guerra, ela serviu de quartel para os soldados alemães, foi invadida pelos soviéticos e, 75 anos depois da olimpíada, parece cenário de filme de terror.
Por Helô D'Angelo
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Atualizado em 31 out 2016, 19h04 - Publicado em 1 ago 2016, 19h15
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Adolf Hitler viu a olimpíada de 1936 como uma oportunidade de mostrar ao mundo os ideais nazistas. Tudo precisava ser grandioso: os estádios, os atletas e, claro, a vila olímpica. Construída em Wustermark, na região metropolitana de Berlim, o alojamento foi projetado com luxo para os jogos, mas acabou sendo usado como uma vila militar durante a Segunda Guerra Mundial, invadido pela União Soviética e, hoje, continua de pé – só que abandonado. Conheça essa história na galeria acima.
1/12 Quem daria uma Olimpíada nas mãos de Hitler? Provavelmente, ninguém - se não fosse por um erro: em 1931, pouco antes de o nazismo ganhar força na Alemanha, o Comitê Olímpico Internacional decidiu que Berlim seria a anfitriã dos jogos de 1936. Quando o nazismo começou a se revelar um pouco mais, em 1933, já era tarde para voltar atrás na decisão: mesmo com ameaças de boicote e com protestos de vários países - como o Reino Unido, a França e a Suécia -, o evento aconteceu. No estádio, durante os jogos, a bandeira com o símbolo olímpico era colocada junto da suástica. ()
2/12 Os equipamentos esportivos, que eram de ponta na época, permanecem de pé até hoje. Ainda que grande parte deles esteja abandonada e envelhecida pelo desuso - e pela guerra -, o estádio olímpico foi renovado e restaurado para a Copa do Mundo de 2006. ()
3/12 A vila olímpica de Hitler foi uma das mais luxuosas já construídas. Isso porque a olimpíada de Berlim foi a primeira a ser transmitida ao vivo pela televisão, e os nazistas não queriam perder a oportunidade de mostrar a grandiosidade do regime. A ideia era construir um alojamento que fosse o "retrato da Alemanha idílica" - tanto que foi batizado, por Hitler, de "vila da paz". A vila olímpica abrigou 4 mil atletas homens (as 400 mulheres não ficaram hospedadas na vila, mas em hotéis próximos), e tinha dois andares de dormitórios, além de refeitórios, uma piscina e estações de treino. ()
4/12 Quando o Comitê Olímpico percebeu que havia errado feio, decidiu continuar com os planos de sediar a olimpíada em Berlim - mesmo sob protestos de vários países. A ideia era desmascarar o regime nazista, escancarando a discriminação para o mundo, mas Hitler foi mais esperto: em cima da hora, permitiu que todas as etinias participassem dos jogos, e mandou esconder marcas antissemitas, como placas que proibiam a entrada de judeus em estabelecimentos comerciais - só em Berlim. Essa restrição não impediu que manifestações nazistas, como o "heil Hitler", acontecessem em pleno estádio olímpico. ()
5/12 Durante a olimpíada de 1936, o mundo precisou engolir a suástica ao lado dos símbolos dos jogos, como a Chama Olímpica. ()
6/12 Tudo parecia perfeito para o regime nazista. Mas aí, o jogo virou. Jesse Owens, corredor dos EUA, ganhou quatro medalhas de ouro e foi a estrela daquela olimpíada. Detalhe: Owens era negro, o que deu um tapa na cara no racismo nazista. Reza a lenda que, quando Owens venceu a prova dos 100 metros rasos, Hitler teria se recusado a apertar a mão do atleta. Não foi bem assim (mas foi quase): Na verdade, o presidente do Comitê Olímpico na época, Henri de Baillet-Latour, aconselhou o então ditador a não apertar a mão de nenhum campeão - ou então, a apertar todas. E aí, Hitler parou de saudar os campeões, temendo ter que tocar em Owens. ()
7/12 Jesse Owens acabou se tornando uma lenda e um símbolo anti nazista. Seu quarto na vila olímpica - o apartamento número 5, bloco 39 - foi o único a ser restaurado. ()
8/12 Os Jogos Nazistas fizeram o possível para agradar os estrangeiros sem abrir mão da rígida disciplina militar do regime. Com homens e mulheres separados por quilômetros e o banimento de bebida alcoólica na Vila Olímpica, os alemães tentaram conquistar os visitantes pelo estômago. Durante as três semanas de Olimpíada, os atletas consumiram 100 vacas, 91 porcos e mais de 650 cordeiros, além de 3 mil kg de café, 68 mil kg de vegetais e 76 mil litros de leite, tudo preparado pelos melhores cozinheiros que o país podia oferecer. ()
9/12 Todo o equipamento esportivo, assim como os alojamentos dos atletas, já foi construído com propósitos militares em mente. Assim que a Olimpíada de 1936 terminou, a Vila Olímpica se tornou a Escola de Infantaria da Alemanha. Depois, durante a Segunda Guerra Mundial, a estrutura foi adaptada para cuidar dos feridos de guerra. A Casa das Nações, uma das construções olímpicas que abrigou esportistas, se tornou um hospital militar. ()
10/12 Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, a Vila Olímpica só trocou os soldados alemães pelos soviéticos. A estrutura se tornou um campo militar para as forças de ocupação e permaneceu como quartel até o fim da URSS. A presença russa só terminou de fato em 1992. ()
11/12 A piscina, aquecida, estava entre as mais modernas para a época. Mas se nadar cercado de suásticas já parece ameaçador, imagine entrar nesse ambiente com um agente da KGB. Durante a ocupação russa, a polícia secreta soviética passou a levar prisioneiros para os cômodos de aquecimento da piscina. Os relatos são de que interrogatórios e diferentes tipos de tortura aconteciam nesses cômodos subterrâneos. ()
12/12 Faz 24 anos que a Vila Olímpica voltou a ser propriedade alemã, mas o estado de decadência das construções só aumenta. Por ser um local com tanta riqueza histórica, o governo protegeu a estrutura com uma Ordem de Preservação. ()
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