“Zona industrial” do Egito Antigo é descoberta em Luxor
Os achados têm 3.500 anos, revelam uma cadeia de produção de artesanato funerário.
Luxor, a antiga Tebas, era o coração do Egito Antigo. Ela foi capital do Império durante um período glorioso, entre 1550 a.C. e 1070 a.C, época de faraós como Tutankhamon, Seth e Ramsés. Seus enormes templos e o impressionante Vale dos Reis, conjunto de 62 túmulos dos faraós egípcios, estão entre os destinos turísticos mais procurados do país.
Agora, uma nova descoberta na cidade surpreendeu os arqueólogos: eles encontraram uma “área industrial” datando de 3.500 anos atrás. No local, composto por 30 oficinas e um grande forno para queimar cerâmica, artesãos participavam de uma verdadeira cadeia produtiva de itens decorativos, móveis e cerâmica para tumbas reais, anunciou o Ministério das Antiguidades do Egito. Esse conglomerado fica num local conhecido como “Vale dos Macacos”, localizado na margem ocidental do Nilo, em Luxor.
Além de vasos e potes de decoração, os pesquisadores também encontraram no local uma grande quantidade de elementos decorativos fabricado na época, usados na decoração de sarcófagos de madeira, como folhas de ouro e alguns enfeites chamados “asa de Hórus” – uma homenagem à divindade associada à morte e a ressurreição.
Os arqueólogos também encontraram depósitos usados para armazenar água e comida, além de um poço, que na época mantinha água acessível aos trabalhadores. Acredita-se que todos os artefatos datam da Décima Oitava Dinastia do Egito, que durou de 1539 a.C. a 1292 a.C. O vale, um local difícil de se escavar, tem dado trabalho aos pesquisadores: eles removeram mais de 3.000 pedras para poder acessar os destroços.
De acordo com arqueólogo Zahi Hawass, líder da escavação, essa é uma descoberta sem precedentes: “Até agora, tudo o que sabíamos sobre a região de Luxor vinha dos túmulos e templos, mas essa nova descoberta nos permitirá lançar uma luz sobre as ferramentas e técnicas usadas para produzir os caixões reais e os móveis colocados nos túmulos”.
Ainda segundo ele, essa é a primeira vez que se encontrou uma “zona industrial” de artesanato funerário no Egito. Com essas novos artefatos, os pesquisadores creditam que poderão investigar mais informações sobre a vida dos artesãos que trabalhavam no local.