A erosão nossa de cada dia
A ONU faz estudos sobre a erosão do solo e mostra números alarmantes.
A devastação das florestas já não é mais o grande vilão na novela da destruição do meio ambiente. Pelo menos, no que diz respeito à erosão do solo. Segundo os dados da primeira pesquisa global sobre a saúde dos solos, patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e divulgada em março passado, o ranking atual de devastação dos terrenos é o seguinte; 35% da erosão é causado pelo excesso de pastoreio, problema típico da África e Oceania, 30% advém do desflorestamento, com destaque para a Ásia e a América do Sul, e 28% do uso de práticas agrícolas danosas.
Com os números, vem o espectro da fome. “A cada ano, os fazendeiros do mundo têm que alimentar mais 92 milhões de pessoas com 24 bilhões de toneladas de solo a menos”, lembra Lester B. Brown, presidente do Worldwatch Institute, dos Estados Unidos. Os estudos indicam que, no momento, 89 000 quilômetros quadrados degradados dificilmente serão salvos, 2.9 milhões exigem investimentos acima das possibilidades dos países em desenvolvimento e outros 9,3 milhões — área equivalente ao território americano — precisam de medidas imediatas como drenagem e novas técnicas de plantio.