Animal extinto: Chifrudo imponente
Um bêbado acabou com o último exemplar desse cervo da Tailândia cujo chifre chegava a ter mais de 30 pontas e remetia à forma de um cesto
Leandro Steiw
Em 1938, restava apenas um exemplar dos possantes cervos-de-schomburgk. Sabia-se que, após a morte do macho, mantido como relíquia de estimação em um templo tailandês da província de Samut Sakhon, a humanidade jamais veria um animal semelhante vivo, pois a ação de caçadores e a interferência do homem no habitat já tinham acabado com todos os demais indivíduos. O que ninguém contava era com a possibilidade de um bêbado entrar no cativeiro e abreviar a existência de uma das espécies selvagens mais bonitas da Tailândia.
Os cervos-de-schomburgk habitavam uma região de planícies pantanosas com pasto alto e arbustos. A produção em larga escala de arroz para exportação na Tailândia, iniciada na segunda metade do século 19, alterou as características da área onde viviam essas populações selvagens. Na virada do século, cresceu o interesse de caçadores por esse animal robusto, cujo nome era uma referência a Robert H. Schomburgk, cônsul britânico em Bangcoc de 1857 a 1864.
Gracioso e com chifres imponentes, o cervo-de-schomburgk tinha 1,80 metro de comprimento e 1,04 metro de altura (até o ombro) e pesava entre 100 e 120 quilos. Os machos ostentavam chifres marrons que chegavam a ter mais de 30 pontas, remetendo à forma de um cesto. Entre o fim do século 19 e o início do 20, cientistas europeus tentaram salvar alguns exemplares para a criação em cativeiro. Mas todas as ações foram em vão.
Cervo-de-Schomburgk
Nome científico: Cervus schomburgki
Ano da extinção: 1938
Habitat: Tailândia