Clique e Assine SUPER por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Animal extinto: Dublê de corpo

Ela parecia um pingüim, mas as duas aves não eram parentes. A alca-gigante teve menos sorte e entrou cedo para a galeria dos animais extintos

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h04 - Publicado em 31 out 2004, 22h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  •  (/)

    Marlene Jaggi

    Publicidade

    Seu dorso era coberto por uma plumagem negra. Tinha o peito branco e duas grandes manchas ovaladas também brancas entre o bico e os olhos, além de pequenos pontos marrons na cabeça e no pescoço. Embora ela fosse alta, suas asas eram pequenas e não lhe permitiam voar. Na água elas funcionavam como excelentes nadadeiras, ajudando-a escapar de seus predadores. Em terra, em posição ereta, sobre as patas, parecia desengonçada. Graças a uma densa capa de gordura subcutânea, vivia sem problema em lugares muito frios. Embora essa descrição lembre muito a aparência e o comportamento dos pingüins, a alca-gigante não tem parentesco direto com as simpáticas aves que até hoje habitam as regiões mais geladas do planeta.

    Publicidade

    A alca-gigante (great auk, em inglês) é, provavelmente, a mais conhecida das aves extintas nos últimos três séculos. Ficou tão famosa que, à época da Primeira Guerra Mundial, havia um cigarro chamado Great Auk. O nome Great Auk Head também foi marca de vinho. Membro da família alcidae, a alca se destacava pelo tamanho: tinha cerca de 75 centímetros de altura e suas asas atingiam em torno de 16 centímetros. Todas as outras espécies eram bem menores. Assim como os pingüins, alimentava-se de peixes e crustáceos. Quase não emitia sons e, quando o fazia, grunhia baixinho. Para proteger os filhotes, as fêmeas punham os ovos (que tinham o formato de pêra) nas rochas.

    A alca-gigante viveu numa vasta área do Atlântico Norte. Por causa de sua pele, ovos, carne e gordura, foi sempre alvo de pescadores e colecionadores. A caça à ave ganhou força com o avanço dos colonizadores europeus. Em 1534, o explorador francês Jacques Cartier descobriu o grande reduto da ave – a Ilha Funk, perto da província canadense de Newfoundland. Logo depois, pescadores de bacalhau e lagosta passaram a usar as alcas como iscas. Nessa época, elas eram tão comuns que as pessoas enchiam um barco inteiro com suas carcaças. No início do século 19, porém, as alcas-gigantes passaram a ser vistas apenas em alguns pontos da costa da Islândia.

    Publicidade

    O pintor britânico Errol Fuller, autor de vários livros sobre aves extintas, diz que o desaparecimento da alca-gigante é uma prova da ignorância e crueldade humanas. Há relatos de que um dos últimos exemplares capturados vivos foi espancado até a morte, por ter sido considerado um espírito mau, causador de fortes ventos que castigaram a região na noite seguinte à sua captura. A última alca-gigante de que se tem notícia foi abatida em 1844, na Islândia. Da pobre ave restam hoje cerca de 80 peles e 75 ovos em coleções e museus espalhados pelo mundo.

    Continua após a publicidade

    Alca-gigante

    Publicidade

    Nome científico: Alca impennis ou Pinguinus impennis

    Ano da extinção: 1844

    Publicidade

    Habitat: Atlântico Norte

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 14,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.